sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mudança

Esses dias eu li um texto lindo da Martha Medeiros (sou fã, admito) que fala sobre mudança. Sabe aquele tipo de texto que só faz efeito quando a gente tá passando exatamente por aquilo? Que não adianta ter passado um dia no passado, tem que ser no presente? Pois é. Calhou de ser comigo. Fui lendo aquele texto e, apesar de saber que é verdade e muita gente sente medo da mudança mas não diz, aquilo me calou. Sabe quando a gente engole seco? Fui lendo, aquele texto simples, bem a cara da Martha mesmo. Palavras que não têm nada demais, a não ser dizer o que a gente tem medo de ouvir. E eu não queria admitir que tinha medo da mudança. De pegar aquilo tudo que eu demorei pra construir, pra chamar de meu, aprender a amar e defender com unhas e dentes. Eu tava defendendo com unhas e dentes um passado que já não fazia parte do meu presente. Mas quem quer admitir que o tempo passou, quando o que a gente mais quer é que ele volte atrás? Dá medo, uma insegurança terrível de aceitar que as coisas mudam, e que a gente tem que mudar também, afinal. Deixando de lado as crenças em destino, 'era melhor assim' e 'um dia você vai dar risada disso', mudar quando é preciso, pode doer, mas funciona. Demora, mas faz sentido. E hoje, particularmente hoje, que eu desci as escadas do metrô toda molhada de chuva, com os pés imundos, morrendo de sono e fome, mas rindo sozinha e me sentindo feliz como há muito tempo não me sentia, pude perceber que mudar demora e pode doer, mas quando essa dor se transforma em força pra entender que a felicidade começa dentro da gente, sorrir sozinha passa de loucura pra uma sanidade sem palavras. Hoje eu tô tão feliz que esse texto disse, disse, disse, mas não conseguiu descrever um terço da satisfação que bate aqui dentro.

Ah, o texto da Martha é esse: http://fabikeller.blogspot.com/2008/05/juventude-eterna-martha-medeiros.html

domingo, 25 de maio de 2008

Casamento

Ontem foi o casamento da minha prima e uma das minhas melhores amigas. Junto com a minha mãe, irmã e mais duas primas, irmãs da noiva, fui madrinha. Pela segunda vez no ano e na vida. Não desmerecendo o primeiro casamento, mas confesso que ontem tive vontade de casar. Nunca tive esse sonho, nem quando criança. Não acho que pra estar pra sempre junto numa relação é preciso jurar, mas sim tentar de todo coração, e acima de tudo querer. Talvez por ter pais separados ou por não ser católica, ou os dois, enfim. O fato é que tive, sim, vontade de pisar num altar, um dia. Muito mais pelo ato simbólico, verdade, mas a vontade surgiu. É, já falei também que casaria, mas verdade seja dita - querer mesmo, eu nunca quis. Ou quis, mas não fazia questão. Sei lá, não sei explicar bem. Digamos que eu casaria caso o pretenso noivo quisesse muito. Por mim, sem amém. As bençãos mais importantes e verdadeiramente mais por mim quistas já teriam sido adquiridas durante o relacionamento, pelas nossas duas partes e de nossos entes queridos, familiares e amigos. Pronto. Mas ontem, eu quis casar. Foi a coisa mais linda do mundo ver duas pessoas que eu amo estarem ali, unidas, deixando claro que querem assim permanecer para toda a eternidade. Lindo, emocionante. Nunca desejei de tanto coração toda a felicidade do mundo pra duas pessoas - acho que nem pra mim mesma. É, fiquei com vontade. Mas nem tão cedo - pelo menos não sem noivo. ;)