quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A vida me ensinou tanta coisa...

Me ensinou que paciência é uma virtude que eu achava não possuir, e mesmo achando que estou longe do ideal, ainda, a vida me mostrou que eu posso ser mais paciente do que jamais imaginei, em momentos que também jamais pensei passar...

A vida me ensinou que a gente só passa por certas coisas pra que aprendamos e porque somos forte. Se não fôssemos capazes, a vida não nos faria um teste tão cruel, mesmo que a maior parte dos desafios nós passemos reclamando e tendo certeza que não sairemos nunca dessa. Mas a gente sempre sai. E mais forte.

A vida me ensinou que planos foram feitos pra nos dar uma base do que traçamos pra nós mesmos - onde nos vemos olhando prum futuro talvez não muito distante? Mas a vida também me ensinou que planos foram feitos pra serem arquivados, e que devemos viver um dia de cada vez - a vida tem certeza que a gente nunca sabe o nosso dia de amanhã.

A vida nos dá uma série de sinais quando sofremos de que tudo passa. Às vezes a gente não demora pra perceber, às vezes a gente percebe no crescimento da filha da sua vizinha que outro dia estava na barriga dela. Mas às vezes a gente acaba deixando os sinais de lado, só passando, e no fim das contas nem percebe que as coisas passam pra gente também.

A vida me ensinou que amor é coisa que dá e passa, e quebrou todas as minhas convicções de que eu só ia amar quando fosse eterno, pra casar e ter filhinhos, ser feliz pra sempre e morar numa casa na Lagoa. A vida me ensinou que amor não dá uma vez só, e que isso não faz de um amor nem de outro um sentimento menor ou diferente. O gostar é o mesmo, talvez a relação que não seja.

A vida me ensinou que a gente pode se tornar seres humanos que sempre abominamos, quando passamos por certas coisas, ou por causa de certas pessoas. A culpa não é de ninguém, senão nossa, quando percebemos isso, podemos mudar e não queremos. A vida ensina que mudar dá medo mas que faz parte, e um dia não vai doer olhar pra trás.

A vida ensina a gente que experiências foram feitas pra tirarmos o que melhor elas podem nos ensinar. A gente sabe disso, e quando enfrenta uma barra, reza pra que acabe logo, esperando o aprendizado. Mas a vida me ensinou que é nesse caminho, nessa "espera" que está o maior ensinamento.

Não sei, mas foi a vida que me ensinou ou foi você?


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E pra esquecer quem se pensava conhecer tão bem?

Ontem fui dormir pensando em você. Tinha tempo que a sua ausência não me pesava o sono. Quase perdi a hora essa manhã, me atrasei pra aula e sei que vou ficar com sono o dia todo. Mas não é isso o que me incomoda. Antes fosse cansaço, o meu problema. Antes fosse você, o meu problema. Porque realmente foi, antes. Mas há muito que não é. Que não somos mais nada que não passado um do outro. Que não nos temos notícias, que não nos procuramos, que não queremos mais saber. Ou queremos mas não fazemos - como eu -, ou fazemos mas o outro não sabe, como eu nunca devo saber.

Incomodou. Saber que de alguma forma você ainda impacta minha vida, é capaz de afetar meus dias, ou meus pensamentos, mesmo depois de tanta coisa, de tanto tempo, me assustou. Não tem fim? Ontem ouvi que demoramos o tempo que durou a relação para esquecer aquela pessoa de vez, de verdade. Ou seja, quem namora dois anos, leva outros dois pra esquecer aquele amor de vez e partir pra outro novo. Na hora não fez sentido, mas hoje quando acordei pensei melhor.

Não que eu viva com a cabeça nos dias que passaram, só fale em você e na nossa história, mas vou enganar a quem, mentindo que você passou e eu parti pra outra? Não sei se gosto mais, e só saberia se te visse – o que, se eu puder escolher, não acontecerá – mas ainda há resquícios. Seus fantasmas ainda atormentam minha rotina e, certamente, as prováveis relações que eu venho tentando manter. Eu te comparo com os outros.

O engraçado (?) é que eu não quero outro você, mas procuro suas qualidades incessantemente. Eu quero seu lado bom e seu lado ruim consertado. Eu quero um alguém que você não foi pra mim, um você que eu passei todo o tempo tentando transformar. E tenho certeza que você procura isso também: uma eu que você amava, numa versão que não consegui ser – uma eu mesma que, se você pudesse, mudava.

As exigências são erradas – eu reconheço, e quando escrevo é porque assumo. Não achei respostas, ainda. Tenho recorrido às soluções rápidas, tentando tapar o sol com a peneira mas, claro, não vem funcionando. A gente aprende é com os erros, eu sei, mas até quando? Se for seguir pelas contas, no total me são o que, dois anos?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quanto tempo leva pra se conhecer alguém de verdade?

A discussão tá quente. Duas acham que dois anos é tempo suficiente pra se conhecer bem alguém. Uma delas, inclusive, acha que conhece super bem o namorado com quem está junto há um ano. Eu e o outro discordamos. Ele morou junto com a ex o mesmo tempo que eu praticamente fiz o mesmo. Ambos vimos que a gente sempre acha que conhece a pessoa, mas é convivendo todo dia, debaixo do mesmo teto, durante realmente um bom tempo, é que a gente vê como as pessoas são, e como elas reagem de verdade nessa ou naquela ocasião.

Parece que não, mas mesmo se vendo todo dia, numa refeição ou rapidinho de noite, é nos problemas juntos, na divisão das contas, nos problemas diários, numa rotina normal que a gente passa a conhecer o outro, sabe o que esperar e principalmente o que não esperar daquela relação. Defeito de fim de semana não é defeito, é característica. Ver olho remelento nas viagens de verão ou numa ou outra noite é pinto. Vai ver todo dia, beijar a boca de bafo matinal sem nem perceber mais, preparar comida, ter que lavar a louça, passar o pano pra tirar o pó, aturar o mau humor.

Nós, o "time dos que acham dois anos são duas semanas", votamos numa prévia antes de casar: todo mundo que for assinar papel, andar pela igreja, TEM que morar junto antes. Saber como o outro realmente é, mesmo que esconder certas coisas acabe sendo sem querer. A gente acha que isso evitaria muito divórcio por aí, e as pessoas poderiam aprender a ser mais pacientes, maleáveis e compreensivas. Porque essas características, ao contrário do que pensa o "time dos que pensam que dois anos são uma eternidade", não são feitas de capacidade de engolir sapo.

No final das contas, nenhum de nós quatro sabe quanto tempo se leva pra conhecer realmente alguém. Ou porque dois anos é pouco demais, ou porque nossos antigos pares tenham se escondido muito bem de nós por esse tempo todo, e um belo dia resolveram sair da casca - pode até ser. Mas, verdade seja dita: quando alguém que conhecemos há muito (ou que pensamos muito conhecer) nos surpreende de alguma maneira nada boa, a sensação de 'onde eu estava que nunca vi isso' traz uma impotência, um ar de incapacidade sem tamanho. Ah, mané dois anos!!


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

É engraçado...

Certos dias eu acho engraçado o fato de ter passado tanto tempo sem conseguir esquecer dos mínimos detalhes da gente junto. Dos cheiros, das palavras, sorrisos, as roupas, os momentos que não estavam nas fotos nem nos vídeos que fizemos e que eu salvei num CD qualquer e escondi, pra nem tão cedo pegar pra ver. Acho curioso todo o tempo em que passei por ruas, lugares, cidades e não ter tido como não pensar em você. Era como se você tivesse sido toda a minha vida, e não somente uma parcela tão pequena, por mais que tenha sido significativa - aquela velha história de que as coisas duram o tempo suficiente para se tornarem inesquecíveis.

Engraçado também foi a etapa seguinte, de passar por tudo isso, de lembrar de todas essas coisas mas, ao mesmo tempo, brigar com todas essas lembranças e tentar esquecer. Medir palavras, evitar ficar falando muito nisso. Sempre pensei que funcionava, mas a verdade é que a gente não sabe o que realmente funciona ou se só resolveu daquela vez, se havia outro aspecto. A gente nunca sabe a fórmula perfeita. Mas tenta. E eu tentei com todas as minhas forças não ficar lembrando, mesmo que pra isso evitasse de todas as maneiras que podia. Engraçado, ter tido que podar minhas atitudes pra tentar sofrer menos.

Achei engraçado quando finalmente as lembranças foram sumindo, e quando vi, já tinha que fazer esforço para lembrar de algo. É claro que certas coisas a gente nunca esquece, mas que quase todas elas sumiriam dessa maneira, com essa facilidade, mesmo que demorada, mas não deixa de ser fácil, isso eu honestamente não sabia. Ou não esperava. Quando a gente ama, quando a gente acha que achou o amor da nossa vida, nunca pensa que acaba. E quando pensa, acha engraçado como passamos a ser simplesmente nada na vida um do outro, um dia. Achamos engraçado nem conhecer mais aquele outro que nos era tão familiar. Achamos... Ou não?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ninguém morre de amor

E não morre mesmo, não adianta tentar me convencer do contrário. Eu sempre desconfiei que as pessoas exageravam no quesito "estou sofrendo", desde novinha. Até que vi de perto pessoas muito queridas e nada dramáticas (muito pelo contrário) sofrerem de amor. Acompanhei de perto, e vi que dor de amor podia ser mais séria do que eu pensava. Mas ainda não matava. Um dia, quase ao mesmo tempo, uma grande amiga e eu passamos por isso, sofremos essa dor maldita pela qual todo mundo sofre um dia na vida - mesmo que seja por um amor platônico. E doeu. Ah, mas doeu. Primeiro, porque quando a gente ama e acha que é pra sempre, jamais se prepara (nem vê motivo para isso) para um suposto fim. Segundo que quando esse fim chega e o sentimento ainda existe, a gente acaba percebendo que nunca pensou que doesse tanto.

Dores demoram mais ou menos pra passar, e as pessoas lidam com isso de maneiras distintas - não que alguma seja certa ou errada. Minha amiga e eu agimos de maneiras completamente diferentes. Enquanto eu sofri até a última gota todo o sofrimento que tinha comigo, falando tudo o que tinha pra ser dito (e, de repente, demorou demais), todas as perguntas que eu ainda tinha foram feitas, os pensamentos esgotados e a saudade também, ela não. Ela preferiu varrer pra debaixo do tapete uma dor que já não agüentava mais sentir. Namorou um, dois, três, ainda chorando o passado. E foi esquecendo o amor sofrido. Os anos passaram pra ela, os meses passaram pra mim. E hoje, a conclusão é a mesma, apesar dos meios: o passado passou, e a gente já nem consegue lembrar mais.

"É, Nina, ninguém morre de amor." A gente pode sofrer, chorar de verdade, sentir uma dor real, mas a certeza de que amor não mata nos deu um certo conforto. Talvez para se entregar com mais suavidade na próxima relação, talvez para dar menos peso a uma coisa que não merece tanto. O tempo, e principalmente o que aconteceu nesse tempo, nos ensinou muita coisa. Porque acertar nos ensina a fórmula certa, mas errar nos ensina a reconhecer, pedir desculpa e erguer a cabeça porque nunca é o fim do mundo. Não que o amor não reje o universo - ele é o causador de todas as coisas, boas e ruins. Mas outros tipos de amores, que não os de namorados e namoradas, um dia a gente aprende que podem ser mais importantes...