quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Ah, o verão...

O verão é a estação dos biquínes, sungas e bermudas das pernas brancas. Estação do picolé, água-de-côco e cervejinha gelada. Da praia, da piscina e do chuveirão de água doce. Verão lembra pele bronzeada, música animada e galera dando risada. Verão é colorido, quente, é suor pingando e ninguém acha nada nojento demais. Porque verão dura o mesmo que qualquer estação do ano, mas olha, só ele me passa voaaaando... No verão a gente faz novos amigos, revê aqueles só das férias e até reconhece alguns que nunca lhe foram tão amigos assim. No verão pode tudo, a gente quer tudo, a gente faz de tudo - só não faz levar casaco que o calor é grande. Verão é tempo bom de ser feliz, diz uma música, e eu sou mesmo mais feliz nessa época do ano, todo ano. No verão a gente esquece dos problemas e parece mesmo que eles somem, mesmo que só quando o sol sai. No verão o tempo abre, e a gente aproveita e se abre pras coisas boas da vida. No verão tem novidade junto com o ano novo que começa junto com ele. No verão a gente volta a ser o adolescente de algum tempo atrás, ou vira o adolescente que tanto sonhou ser por tantos verões. Porque no verão a gente fica mais velho ou mais novo, de espírito. O verão é a época de esquecer colégio, faculdade, estágio e trabalho, porque o verão é a estação do amor de praia, que pode durar um mês, uma vida ou nem isso, mas que deixa suas marcas. O verão deixa muita coisa. Deixa história de bêbado, de bagunça e de romance pra contar o resto do ano, até o próximo verão chegar e começar tudo de novo...

E você, vai contar o que pros seus netos?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um texto de um dia qualquer do ano passado

E das dores, hoje me dói mais reler. Tudo que escrevi da gente, como minha agenda sabe o quanto a gente foi feliz. Ela sabe das brigas e de como eu ficava contente cada vez que fazíamos as pazes. Nosso mundo girava e torno um do outro. E isso nunca me fez mal. Não que eu sentisse. Dói reler o pouco que você me escreveu, como você dizia ser feliz comigo. Quando foi que isso mudou? Pra eu voltar e mudar as coisas do ponto exato onde errei. É tanta sensação de impotência diante do fato consumado que me deixa nos nervos. Não demonstro, e muitas vezes não digo. Minto, se for preciso. Mas certas horas, ah, fraquejo. Que sou forte mas meu sangue corre, meu coração bate forte quando te vejo, nem que seja por foto. São taaantas fotos, tantos momentos, tanta coisa. Eu sei que ninguém morre disso, mas uma parte dentro da gente, no mínimo, adoece. Não é possível. Dói de uma maneira bizarra, sabe? Será que você sabe? Sabe é que eu sou das palavras, das letras, e tudo que eu te disse é verdade. Li hoje que você sempre tentou demonstrar o que sentiu por mim, e eu escrevia, dizia. Será que por isso não deu certo, porque você queria que eu fizesse como você? Poxa, eu tava aprendendo, você sabe que eu tava. Não lembra o quanto eu mudei nesses quase 2 anos? Aliás, você não tem noção do quanto esse tempo sem você fez comigo. Acho que virei tudo aquilo que você queria que eu fosse. Pena que você não tá aqui pra ver de perto.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Amanhã pode não haver

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há". E não há MESMO. A partir de amanhã nunca mais será dia 19 de fevereiro de 2008, então eu nunca mais vou poder fazer as coisas que só hoje me permite. Amanhã pessoas que eu amo não estarão mais aqui, e nem as que eu magoei um dia e até hoje enrolo pra pedir desculpas. No dia que elas se forem, vai-me ficar somente o 'nunca mais'. E ele dói. Amanhã não tem mais aula de teoria da comunicação, acabou. Amanhã não uso mais meu uniforme do colégio - nunca mais. Amanhã sai meu gesso da perna e pronto, não ando mais carregando um super peso. Que bom. Mas aí amanhã ninguém mais vai escrever uma mensagem engraçada naquela coisa branca, não mais. Amanhã não há. Não há o verão que eu tinha 21 anos, agora só a partir dos 22. Amanhã o abraço dele é diferente, e depois de amanhã então pode nem haver mais abraço. E os beijos, que amanhã não terão mais? Quero pra hoje, mas eles acabaram num amanhã que já passou. Será que eu aproveitei até ontem? Amanhã não tem mais curso de inglês, não tem mais o frio que aturei no Canadá nem os brinquedos que eu não podia entrar na Disney porque ainda era muito pequena. Hoje eu cresci, e amanhã sei lá - pode não haver.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dons

Cada pessoa no mundo tem um dom pra alguma coisa. Não sei cantar, danço igual uma patinha choca, meu nariz de porco não engana ninguém, nunca fui magra, detesto academia, não sei tocar qualquer instrumento musical, não sei compôr músicas. Matemática, física e química me assustam até de longe, falo rápido demais, não sei surfar, não sei fumar e não tenho o menor jeito pra menininha boneca. Com pena da minha falta de jeito pra uma cacetada de coisas, Deus me deu o dom da escrita. Sério, ele não podia ter feito escolha melhor. Nem eu faria tão bem. Nada disso me faz falta realmente, mas se Ele me tirasse a capacidade de tocar a vida de cada um de vocês que vêm aqui 'me' ler, acho que eu morria. Imensurável o prazer que sinto quando vejo que consigo o que pretendo com palavras: um momento de reflexão. Um pensamento, nem que seja somente nos minutos que o leitor tá ali, lendo o texto. Me basta. Sabe quando um médico sente que nasceu praquilo? Eu nasci pra escrever, e não é pra escrever pra mim. É pra vocês, pra vocês lerem, pra se identificarem, terem um momento feliz, triste, de saudade, que seja, mas um momento de vocês, só de vocês. Daqui a uns anos eu saio de blog e vou pro papel, vocês vão ver. E o carinho que dizem sentir vindo aqui, quero que seja dito olhando pra minha cara feliz na sessão de autógrafos, contando que me conhece desde os tempos de Internet. Um abraço, um olhar de 'já até conheço seu jeito de escrever'. E pronto - eu morro feliz.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ano novo, vida nova sim, senhor.

Ano novo, vida nova. Confesso que em quase 22 anos de vida, essa é a primeira vez em que eu realmente tô levando isso a sério. Sempre me acreditei fã de mudanças, mas quando me vi forçada a fazer uma brusca, me descobri uma bela de uma maria-rotina. Quem diria, logo eu que sempre adorei quebrar essa maldita, fazer coisas diferentes todos os dias, viajar, conhecer gente, lugares. Quem diria. A vida me deu um chute pra frente, mas quem disse que eu queria ir? Tava tão confortável continuar naquela posição, naquela estagnação. É nessas horas que a gente vê como foi hipócrita e mentiroso consigo mesmo quando batia no peito e berrava aos quatro ventos como era uma garota moderna, cheia de planos e sonhos. Ha ha ha, minha filha, que mané planos. É, eu até tinha uns poucos planos, mas não me mexia pra realizar nenhum, ou quase nenhum deles. Aí vem o susto e pronto - e agora? A gente se olha no espelho e se pergunta quem é esse aí me olhando com essa cara de surpreso... Quem é? É um 'você' que se formou enquanto sua essência se perdia. Demora um tempo, você gasta miolos da cabeça pensando em tanta coisa que já nem sabe mais. E aí o ano termina, um novo começa, e você se vê melhor, cada dia melhor. Pronto pra outra, sabe como é? Então. Deixa só essa gripe chata passar pra ver se eu não me acho! E aí, quem sabe, dessa vez não me perco mais.