segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meio você, meio eu

Noite de conversa com as amigas sempre rende assunto bom. O papo dessa sexta foi tão bacana que, seguindo o conselho de uma das meninas, resolvi escrever sobre mais uma das minhas teorias: é raro você ter um relacionamento sem que um dos dois se transforme, mesmo que de leve, no outro. Pode reparar: quem é você quando namora?

Por menos (ou até mais) parecidas que sejam as pessoas, não tem jeito, elas acabam pegando para si algumas manias ou até o jeito do namorado escolhido. Gírias, forma de pensar, diversas coisas vão se adaptando sem que a gente nem perceba (ou note, anos depois, vendo fotos e vídeos). Quando isso não acontece, o relacionamento tende a virar uma guerra, ou termina.

A grande verdade é que a gente sabe a importância de abrir mão de algumas coisas de vez em quando, pois sem isso não tem namoro que aguente, mas a maior verdade está em não precisar fazê-lo tanto assim. Quando você e seu namorado pensam parecido e gostam das mesmas coisas, é um luxo. Só que luxo é para poucos...

E sem luxo, as pessoas têm preguiça de buscar o meio termo e vão pro lixo, sem se dar conta disso: mudam a personalidade sem terem a vaga noção disso. Mudam estilo, pensamento, princípios, hábitos. Viram vegetarianas sem lembrar que gostam de carne; passam a comer carne escondendo, sem perceber, uma ânsia por bife.

Não sei quanto aos masoquistas, mas viver em paz numa relação quase sem brigas é sonho de consumo da maioria. Paciência na medida certa, princípios bem discutidos, direitos iguais. Na teoria é tudo uma beleza, e se alguém tivesse a fórmula do sucesso, escritores de Harry Potter e da saga Crepúsculo não estariam como os de maior sucesso nem a pau.

Ninguém sabe a medida certa, o quanto deve e o quanto se proíbe de mudar num relacionamento. Muitas (ou quase todas?) vezes a gente só nota quando a relação já acabou, mas tentar fazer isso enquanto se está nela pode fazer duas economias: avaliar se não mudou sua essência (e se isso te faz feliz ou não) ou sair dessa antes de perder mais tempo.

Claro que é normal as pessoas ficarem parecidas com a conviência, até mesmo para evitar brigas e conflitos desnecessários, mas a pergunta que fica é 'até quando?', e eu aposto que, um dia, isso cansa. Meses, anos, um dia a tristeza, a raiva ou o cansaço chega com tudo, e é tarde demais pra desfazer tanta besteira acumulada, tanta poeira varrida pra baixo do tapete.

Hoje, ainda pode dar em tempo. Será que você gosta mesmo de ouvir essa música...?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sabia

Será que você já sabia?
Será que previa
Esse final sem aviso prévio?
A gente já tinha caído no óbvio,
No tédio?
Sério?
Porque eu nem percebi
Nem vi
Qualquer sinal
Afinal,
Você realmente se arrependeu,
Sei lá, por um dia?
Você ainda acha que fui o amor da sua vida,
Ou que ainda sou?
Acredita que poderíamos voltar?
No tempo,
No sentimento,
No amor que se perdeu pelo caminho
Onde eu virei uma estranha
No seu ninho
Será que funcionaria?
Será que eu ainda acreditaria
Naquelas coisas que deixamos de viver?
Não sei se ainda conheço você
Ou suas coisas,
É que esqueci cheiros
Toques, até da sua voz
Comecei esse processo
Logo que deixamos de ser 'nós'
E que coisa,
Funcionou mesmo
Não lembro mais do seu beijo
Abraço, nem da segurança que sentia
Se era isso que você queria
E hoje nem saudade tem
É isso aí, você conseguiu
Todo o meu desamor
Meus parabéns.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Revendo os sonhos

Um dia eu escrevi aqui que não tinha sonhos. Acho que me expressei mal, ou tentei dizer que não tenho aqueles grandes sonhos que as pessoas costumam colocar como objetivos maiores de suas vidas. Como mulheres que não conseguem não pensar em casar e ter filhos, profissionais que sonham almejar esse ou aquele carro, uma casa de praia ou de montanha, enfim, um sonho bem específico, que sem ele nada mais teria sentido. Esse tipo de sonho eu acho (ou achava) que não tenho.


Vejo muitas pessoas que sonham mil coisas quando novas e, conforme vão ficando mais velhas, vivendo a 'vida real', acabam desistindo de praticamente todos eles, contentando-se com as escolhas que foram surgindo no caminho que poderia dar no pote de ouro no final do arco-íris. A galera tem tido preguiça de esperar encontrar o duende e acaba ficando com as moedas douradinhas ou de prata que chegam antes. A galera, e confesso que me encaixo nessa.


Quantas pessoas que sonhavam viver de música você conhece que desistiu, seja lá por que motivo? Jogadores de futebol frustrados, atrizes, modelos, engenheiros, médicos, jornalistas perdidos em profissões talvez até semelhantes, mas longe das brincadeiras do play? Porque casou antes, teve filho muito novo, precisou ganhar dinheiro, levou uma rasteira da vida (ou de alguém, tanto faz), os caminhos foram levando pra outras direções.


Concordo com cada um desses aí em cima, mas também preciso admitir que nenhum deles é um empecilho eterno, ou pragmático. Acidentes que deixam sequelas geralmente podem ser revertidos, então não me venha com essa de que uma criança, não. Sou eu mesma discutindo com a pedra que joguei em cima dos meus sonhos de ser escritora, sou eu mesma voltando a malhar pra desenvolver o muque. Porque sou eu mesma quem vou tirar a pedra. Tá na hora.




Do que estou falando? Clique no link e descubra: http://www.maceiobrasil.com.br/2007/nina.php
 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nunca mais

Lembro de (quase) todas as centenas de milhares de vezes que minha mãe riu de mim e dos meus exageros teatrais quando, depois de terminar uma relação de amor-paixão-planos, a primeira da minha vida, eu achei que jamais amaria alguém de novo. Passei por todas as fases, algumas que nem todos passam, mas que, hoje, consigo ver como foram importantes cada uma delas, e como sem elas eu não estaria nessa calma, mesmo depois de tanto tempo.


Tem gente que se adapta fácil ao final de uma relação. Consigo enxergar, hoje, que quanto mais finais, menos complicado pode ser ter de passar por isso. PODE, não necessariamente É. Falo de namoros reais, relacionamentos com rotina, compromisso, tempo de sentimento e de relógio (quem sabe um dia não escrevo das relações que só existem na nossa cabeça?). Ninguém esquece o outro rápido, só tem gente que se adapta melhor.


Eu, não. O mundo não me pára, ninguém é capaz disso. Trabalho, estudo, amigos, família. Pode ser que poucos, ou ninguém perceba que, por dentro, estou morrendo. Mas estou. Há quem ria quando descrevo sofrimentos avassaladores, ao mesmo tempo que finjo uma voz feliz quando o programa entra no ar. Ri porque não crê; ri porque acredita na dor, mas sabe que passa. Qualquer riso, vale: ou você finge bem, ou há luz no fim do túnel.


O vazio que fica quando alguém se vai deixa dúvida do que é saudade e do que é 'passou'. A diferença entre amor e preenchimento é tênue, e a gente sempre demora pra descobrir que não é saudade daquele alguém, mas de alguém, que só toma o rosto do último por razões óbvias: memória de coração é curta. Só que a nossa, nem tanto. O desapego, por mais difícil e cruel que possa parecer, foi uma das coisas que mais gostei de aprender na vida.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poesia

Era mesmo?


Era mesmo amor,
Aquela paixão toda?
Aquela coisa louca
Que nem você sabia bem explicar?
Era mesmo dor,
Quando martelava por dentro
Todas as lágrimas
Que não paravam de chorar?


Era mesmo o fim,
Quando você não ligava
Quando fingia maturidade
Dizendo que ia passar?
Era mesmo tranquilidade
Ouvir que havia vontade,
Mesmo que não suficiente
Ele quase pedir pra voltar?


Era mesmo saudade
O que se dizia sentir?
Era mesmo aquele tipo de vida
Que querias pra ti?
Era mesmo saudade,
Talvez de tempos bons
Mas não mais seus?
Era mesmo falta grande
De momentos passados
Dos antigos retratos
Que você escondeu?


Era mesmo verdade
Que você mentiu saudade?
Era mentira
Cada ligação atendida, ou perdida?
Era você naquele tempo,
Tudo bem eu ter confiado,
Ou você é esse aí,
Esquisito, meio falso,
E eu que perdoe
Aquela 'eu' que posava do seu lado?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Certo ou errado

Essa semana as pessoas andam me chamando de louca, mas eu insisto que meu pensamento faz sentido: não existe certo e errado. NEM na lei. Como? Pensemos: o que é considerado certo ou errado varia de estado, país, continente, é só conferir na lei. No Brasil, a pessoa é considerada inocente até que se prove o contrário, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, o cidadão é culpado até que mostrem o oposto. E aí?

Quem erra, mulheres que usam jeans, saia curta ou sociedades que proíbem isso, afinal são de uma cultura diferente das capitais capitalistas? Eu poderia escrever linhas e mais linhas mencionando os códigos penais, mas acho que vocês entenderam onde quero chegar. Mesmo nas 'leis divinas' que coincidem, dizendo o que é ou não é pecado, também podem variar.

Para mim, certo ou errado vai depender de quem está na berlinda. Você não acha que ficar com um cara que namora é algo errado porque quem namora é ele, e não você? Tudo bem. Quando você estiver namorando e uma mulher ficar com seu namorado, você pensará a mesma coisa? Se pensar, direito seu, faça assim na sua relação. Penso que nada que demanda mentira ou omissão pode ser certo.

A traição, talvez mais do que na ação ou pensamento, está em esconder. Se você esconde algo de uma pessoa é porque, no fundo, sabe que há algo de errado naquela atitude, pensamento ou omissão (sim, caros, você não tomar atitude é uma forma de mostrar o que pensa). E se você mesmo acha que é errado e mesmo assim o fará, admita. O problema não está na atitude, mas no reconhecimento.

E reconhecer que o caminho está errado dá trabalho, principalmente porque demanda mudança, mas olha, vale a tentativa.

Tentar ser mais feliz nunca fez mal a ninguém.