quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Aperto

Ficou um aperto. Ainda tenho guardado aqui no peito um grito de que te amo. Só um minuto que diga a esperança guardada, o pedido de desculpas por qualquer coisa e o perdão que fiquei te devendo. Será que a gente conseguiria se entender de novo? Será que se a gente tentar só mais um pouco, consegue ser feliz junto? Acho que me pergunto isso todos os dias.

Cadê você que não embaixo da minha janela, me esperando dentro do carro? Cadê a caixa com as minhas cartas e retratos - você jogou mesmo tudo fora? Ainda lembra meu número? Foi você que me ligou naquele dia? Não reconheci, mas achei que podia ser da sua mãe. Pensei em ligar, mas e o medo de ser você e eu não saber o que fazer? Deixei pra lá.

Eu quero que você me procure, mas não procuro. Porque eu sei que te quero e isso não vai mudar nunca. Nunca mais vou ver a lua sem pensar em você. Tenho medo de que, ao invés de amor, escrevamos uma história de fracassos. Escrevo e já nem sei mais por que. Escrevo sem nem saber se você lê. Você sabe que isso tudo aqui é pra você? 

Ficou um aperto - não sei se de amor ou de frustração.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Você precisa (em 2011)

Você precisa saber que ainda existe amor. Que ainda escrevo textos pra você, e não pra outro alguém. Você precisa saber que penso todo dia, várias vezes por dia, numa desculpa pra te encontrar. Não quero que fique óbvio, talvez nem pra você, o quanto eu não tô feliz assim. Mas você precisa saber que penso na gente, e que ainda voltaria.

Você precisa saber que eu falo mal porque sei do bom que perdi. Quem desdenha quer comprar e eu quero mesmo, nunca neguei. Você precisa saber que não tenho vergonha de sentir amor, porque enquanto houver a dúvida da reciprocidade, é menos ridículo. Você precisa saber que eu morro de saudades.

Você precisa saber que eu preciso de você. Preciso de você me ligando, me ouvindo. Preciso dos seus esporros e conselhos; preciso saber do seu dia e problemas. Você precisa entender que me conhece melhor do que ninguém e só não me liga porque não quer admitir, mas sabe. Você precisa tomar coragem pra voltar aqui - você precisa voltar pra mim.

Em 2011.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Antes

Antes só
Do que mal acompanhado
Antes digno de dó
Do que mal amado

Antes se arrepender
Por ter tentado
Do que a frustração
De nem ter perguntado

Antes a insônia
Por pensar demais em bobagem
Do que o vazio
Porque faltou coragem

Antes tentar mais
Do que deveria
À sensação de impotência
De que se pudesse,
Voltaria 

Antes enganar pela aparência:
Só os bons chegam mais perto
Antes pecar pela ausência
Do que pelo excesso.

Nina Lessa

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

E daí?

É claro que eu ainda te amo
Mas e daí?
Não,
Eu não sei o que você sente 
Mas sinceramente
Eu não tô nem aí

Se eu penso em você?
Claro que sim
Não,
Eu não penso que podemos voltar
Porque honestamente
Não te quero mais pra mim

Se sinto saudades?
Sinto, não vou mentir
Mas não,
Não me vejo mais aí
Nós dois, numa boa
Já não me faria feliz

Poesia ainda pra você
Ainda, sim
Não, 
Não sei se parei por aqui
Porque infelizmente
Ainda tem amor aqui

Mas e daí?

Nina Lessa

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Me Deixa

Não me culpe pelas suas escolhas
Nem as certas e nem as erradas
Não me culpe de nada
Já não temos mais nenhuma ligação
Já não tem mais razão
Essa mania de ainda me rondar
Já não faço mais questão
De saber onde nem como você está
Já não somos mais nada um do outro
Não representamos nem saudade nem desgosto
Quem dirá qualquer resquício de amor
Não precisa mais de raiva
Nada mais nos prende
Às vezes você fala verdades, mas às vezes mente
Tu não precisa falar de mim
Então me deixa, porque eu sei
Que estamos ambos melhores assim.

Nina Lessa

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sinto sua falta

Ando sentindo a sua falta... Nunca pensei que pudesse sentir falta de você, logo você que me tirou noites de sono, tardes de trabalho e baladas que tinham tudo pra serem as melhores da minha vida. Mas estou sentindo falta do buraco que você deixou aqui dentro quando tanta coisa foi embora. Era você que me ajudava a completar os espaços na rotina que eu já não tinha e precisava me acostumar. 

Por mais que eu reclamasse, confesso que você me fazia uma companhia confortante. Ou seria confortável? Confundo você com tantos sentimentos que ficaram por aqui, já nem sei - sei que não pensei que sentiria falta, não tanta falta de doer lá no fundo. De lembrar sem nem precisar olhar foto; de sentir raiva só de alguém passar com cheiros trazendo lembranças.

Você me dificultava na hora de esquecer, mas me trazia os melhores textos e poemas que já escrevi. Sem você, fico sem palavras, sem dor, mas sem amor, também. Não tem música triste que me comova mais. Sinto que já não sinto mais nada, que não alegria repentina, paz interior e uma felicidade imensa em estar, definitivamente, sem você - e agora, do lado de dentro, também.


Reclamei pedindo que você se fosse, e hoje sinto sua falta. Não que eu esteja pedindo que você volte, não quero que volte, aliás. Fica onde está, a gente se esbarrando nunca e eu me sentindo bem assim. Mas é que hoje, o buraco foi aberto e senti a brisa de você soprando mesmo só como uma lembrança do que um dia já foi você. Sinto sua falta, saudade.