quinta-feira, 24 de junho de 2010

Defeitos em maioria

Lógico, todo mundo tem defeito. Lógico, o que pode ser defeito para mim, pode não ser para você, e é por isso que relações podem não funcionar contigo e teu ex, e ele ser feliz com outra pessoa - o que você mais detestava nele, faz da menina um alguém super realizado. Por mais que você não goste dessa ideia, aceitar é mais inteligente, mesmo que seja bem fácil caso você também já esteja em outra, claro.

Mas isso são os defeitos que eu prefiro chamar de características. Jogar bola com os amigos toda semana, fazer as unhas no mesmo dia e hora, comer sempre naquele restaurante meio caro. Essas situações agradam ou não variando de pessoa, não creio que contem como defeito. Esse cruel se encaixa mais em amizade eterna com o ex, chamego demais com próximos nem tão próximos assim, falta de limite.

Defeito universal acho que descreve bem. São aquelas características que a maioria das pessoas detesta; isso sim é defeito. 'Eu sou assim'. E nem acho que ninguém deve mudar só porque o mundo acha que sim, mas também acho que, se o mundo acha que é ruim, não custa nada pensar sobre. No meu caso, eu costumo me colocar no lugar do outro que detesta - e costumo concordar.

Se tem coisa que nunca fui e sempre critiquei quem fosse, é maria-vai-com-as-outras. Detesto, acho falso e uma hora a máscara sempre cai. Mas na maioria das vezes, por mais burra que a unanimidade seja, ela pode ter um fundinho de razão. O que eu digo é que não custa parar pra prestar a atenção. Perder namorado gente boa, que te ama e vice-versa porque você acha normal almoçar três vezes por semana com seu ex? Nem Nelson Rodrigues concordaria contigo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Trancos e barrancos

- É que a gente brigava muito.

Claro que brigava. Ainda bem que brigava... Quando as brigas param, acredito que é porque um dos dois desistiu - e isso é triste. Brigar faz parte de um relacionamento. Aliás, brigar não: discutir. O que acaba dando na mesma, afinal a maioria das pessoas chama de briga o que não é mais do que uma conversa em que um tenta convencer o outro de alguma coisa. Mas o nome é o de menos - é preciso falar.

Se incomoda, diga. A outra pessoa não é obrigada a adivinhar, mesmo que os anos tenham passado e com eles também tenham vindo o conhecimento quase total de cada virada de boca, olhar de lado, balançar das pernas. Falar nunca é demais, quando isso pode se tornar um mal entendido absurdo. Explica, diga os motivos, e principalmente, coloque-se no lugar do outro. Isso ajuda um bocado.

Claro que ter diversas coisas em comum ajuda bastante, seja o gosto musical, manias, profissão, além da química que é a base. Amor, paixão, respeito e admiração vem com o tempo, e mesmo que pareçam ter sumido com o tempo, provavelmente foi porque falou conversa quando o conhecimento mútuo acontecia. Aliás, ele acontece a relação toda, afinal a gente vai mudando com o passar dos anos.

Levar a vida aos trancos e barrancos é mais comum do que se imagina, mas acredito que os trancos e os barrancos nada mais são do que características boas e ruins sendo administradas. Elas sempre vão existir, e resta saber se são tranquilas de levar ou não. Se não forem, parte pra outros; pra outros trancos e outros barrancos, mas sempre com eles. Não fuja, vai tropeçando e rindo quando houver tombos.