sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Exageros do coração

Hoje um amigo da faculdade achou que eu tava mentindo quando disse que passei maus bocados de um ano pra cá, que fiquei sozinha, desamparada, triste mesmo. Eu disse pra ele que posso não ser depressiva, mas que finjo bem e nem parecia que por dentro eu estava definhando.

Sentei pra escrever esse texto e já questiono o estava, porque estar eu não estou mais, sinceramente. Graças a Deus, mas principalmente, felizmente. Não mais. Não mais? Será que eu não estava exagerando e essa dor toda que eu achei sentir era mais achismo do que realmente dor? Não que não doesse, eu senti, pô. Mas era uma dor real? Eu realmente achava que ia ser feliz ali pro resto da minha vida?

Porque o ser humano adora fazer pose. Ah, eu me via casando, rapaz, de véu e grinalda, pensava nas crianças, nos nomes que a gente ia dar. Via nele o pai dos meus filhos. Via? Não sei se você olha pra sua ex hoje e consegue imaginar aquela moleca, que fez um Orkut uma semana depois de você terminar com ela e ficou mandando mensagens nada subliminares pra você pelo perfil do site, disse eu pro meu amigo. Ele não concordou, mas também não disse nada.

Um outro amigo nosso bateu no peito que sofrer é babaquice e ele partiu pra outra muito rápido depois da ex. Com quem ele namorou 2 meses. Nada contra as relações-relâmpago: algumas das minhas perduram à duras penas até hoje. Porém, aprendi que o tempo traz muita coisa, e amor acaba sendo quase o de menos perto do buraco que uma rotina nos tirada faz. Falta da companhia, dos segredos que você contava - vai contar pra quem, agora?

Hoje, o segundo amigo namora há 3 meses, eu acho. Está feliz, também acho eu. Espero que esteja. E que se apaixone. E que não entenda as coisas que eu disse na nossa conversa de hoje, que não sinta as faltas que eu tive que sentir. Mas, se senti-las, que me procure. É muito bom ter um rosto sereno, que na hora das nossas lágrimas penosas, completamente desesperançosas no amor e na felicidade a dois, nos olhe com aquela cabecinha de lado, sorria e só relembre: confia e mim que passa. Te prometo que passa.

Obrigada eternamente por essa força, mãe. Dentre outras, pra começar a ser adulta foi nessa que eu mais me apoiei.

domingo, 21 de setembro de 2008

Devaneios e pedidos

Eu tô completamente apaixonada por você. Não sei dizer desde quando, nem como, só sei que eu tô. Só pode ser, ou por que eu ficaria tão nervosa só de pensar que você pode estar em algum lugar e eu também? Meu coração dispara, parece que vai sair pela boca. Eu não consigo nem te cumprimentar. Você já percebeu? Acho que já. Evito te olhar pra que você não perceba meu nervosismo, minha tremedeira. Me sinto como se tivesse 15 anos, apaixonada pela primeira vez. Fico pensando o que você acha de mim, e com medo de falar alguma besteira, eu simplesmente não falo nada. Você já deve ter percebido pelas poucas vezes que eu tomei coragem e falei qualquer coisa com você. Gaguejo, falo um monte de coisa nada a ver com nada, nem parece que sou praticamente uma jornalista formada, que fala em rádio e grava programa pra televisão. É como eu disse, voltei a ter 15 anos, a ficar escondida atrás da pilastra do pátio do colégio pra te ver passar, sempre de longe. Fico sonhando com as coisas que eu queria te dizer, com todas que eu imagino você me falar. Porque você também me evita. Não sei se é porque não gosta muito de mim, ou se, como eu, gosta tanto que tem medo. E como você, eu também não sei dizer medo de quê. De perder uma amizade que nunca tivemos? De ficar um clima ruim, mesmo não nos vendo nunca, e morando tão perto? Medo que eu te magoe, te faça sofrer ou nem corresponda o que você sente? Ai, como eu queria coragem, só um pouco de coragem, pra chegar perto de você sem tremer por nervoso, mas por ansiedade, que meu coração não bata forte por medo, nem que minhas mãos tremam de agonia. Coragem pra te dizer que, se você gosta de mim também, relaxa e me conta, porque a reciprocidade é verdadeira. Vê se perde o medo antes de mim...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Só por hoje

Eu sempre pensei que o término de uma relação simplesmente segue os mesmos passos de uma desintoxicação. Alimentar, de álcool, de drogas, de cigarro. Antes de mais nada, é preciso estourar a bomba, chegar num ponto em que não dá mais. Uma briga irreversível (?), uma mentira imperdoável descoberta, falta de amor ou pé-na-bunda. Alguma maneira de deixar claro que acabou; uma overdose, um problema sério de saúde, queixa na delegacia, um camarão ruim.

Depois, é preciso que você queira. Porque ninguém consegue se não quiser, não tem Cristo que faça este milagre. Procura ajuda, ou aceita a que lhe foi dada. Interna-se, joga as garrafas fora, faz promessa, não entra em Orkut. Esquece que o telefone existe, procura os amigos, pára de freqüentar certos lugares, faz uma viagem. Permita-se um tempo, dá-se esse tempo. É preciso.

É preciso que se saiba: o começo é assim mesmo. A gente sofre de abstinência, chora, treme, sente frio e calor ao mesmo tempo. Mente pra si mesmo, achando que os outros acreditam. Tenta fazer escondido, sofre, e a dor é real, chega a ser física. É assim mesmo, quando a gente está acostumado a alguma coisa e de repente não tem mais, a tendência é se perguntar por que, sofrer por isso, inventar desculpas. Vale a pena tudo isso? Vou desistir.

Demora, tem gente que dessa fase não passa, mas pra quem foi adiante, começam os remédios. Você está limpo, mas sabe que ainda não está forte. Vai enganar a quem? Fica longe mesmo. Geograficamente, mentalmente, evite. Sai pela tangente, não vai lá porque sabe que vai encontrar. Um copo de cerveja, um maço de cigarro, ele. Pra que a cura seja definitiva, é não e pronto. Pelo menos enquanto a certeza de que se está forte o bastante não existir.

Mas agora você já sente o cheiro da tequila e não morre de vontade. Olha de longe aquele cigarro, fecha os olhos e vai embora. Ouve o nome dele e tudo bem, o coração bate mais forte mas pode ser porque você subiu muito rápido aquelas escadas, por que não? Você ainda não consegue negar um copo se te oferecem, não agüenta um tabaco tão perto, reza pra que seus caminhos não se cruzem, mas o caminho é esse.

Um dia você acorda e percebe como sua casa é mais cheirosa sem o cigarro. Até sentir o gosto das coisas você já vem conseguindo, olha que legal. Podem beber, eu fico na Coca. Ah, ele perguntou por mim? Não, não quero saber como ele vai, obrigada, estou bem assim. Mande lembranças, e que ele seja feliz como eu sou hoje, que ele encontre a pessoa certa que eu nunca seria, e hoje sei que não. Por que ele é demais pra mim? De menos? Não. A gente só não se encaixa do jeito que eu pensava. Parei de beber.

sábado, 13 de setembro de 2008

Os Sinais

Como é mesmo o número dele?; tá, aquele perfume eu sei, mas e do dia-a-dia?; nossa, só falei nele 2 vezes hoje...; nossa, Nina, um ano?; ah, que se dane se ele estiver lá, não vou deixar de fazer as minhas coisas por isso; 'Nina, eu acho que você só ACHA que gosta dele...'; 'tô apaixonado por você' 'hehe já já é minha vez...'; peraí, é isso mesmo que eu tô gostando dele? Mas eu achei que ainda amava o último...; por que quando eu olho pra ele, meu coração bate mais forte?; eu, nervosa por causa de um cara? Gente.. Quanto tempo eu não sabia o que era isso...; bem que minha mãe me disse que passava...; gente, a música tá quase acabando e eu só fui lembrar dele agora?! E bem na nossa música? Acho que pode ser um sinal...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Emprego x Relação

Uma cena que me chama a atenção toda vez que assisto O Diabo Veste Prada é quando um dos assistentes de moda fala pra personagem principal que quando o relacionamento da gente está em crise, é sinal de que estamos em ascenção na vida profissional. Término de relação? Promoção certa no cargo. Se isso é regra ou balela, não sei, mas garanto que é bem menos irreal do que se imagina. Não só pela questão do tempo, mas pelo foco. Infelizmente, por mais que uma mulher consiga dar conta de mil coisas ao mesmo tempo, alguma delas acaba saindo errado, ou pelo menos com menos perfeição do que poderia. Com a bem/maldita idéia de que ninguém é perfeito, aí mesmo que as pessoas se perdoam quando as coisas não saem tão bem quanto poderiam, ou deveriam. A gente sabe que tem capacidade pra fazer melhor, ou sabe que podia ter tentado mais, mas pra quê? Ninguém é perfeito, por mais inteligente que seja, ou por mais talento que detenha. Pra mim, falta de foco é o nome mais apropriado para a "falha". Claro que a gente sempre consegue um equilíbrio, e dependendo da dedicação, pode ser um equilíbrio mediano, cansativo ou "quebra-galho". Pode parecer piegas, mas a compreensão, principalmente nessas horas, é fundamental. Na falta dela por parte de terceiros, a gente vira cinco e vai à luta, colocando nos classificados amorosos do google um carinha compreensivo, que entenda essa nossa jornada maluca. Eu prometo (tentar) entender a dele.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Devaneios parte IV

Acordei hoje e lembrei do seu cheiro. Ou senti em alguém no caminho pra faculdade, não sei. Sei que lembrei, e parei pra pensar que oras, se lembrei, será que é porque eu tô te esquecendo? Outro dia quis ver seu rosto e tive que procurar numa foto, veja só. Confesso que o fundo de felicidade foi BEM fundo, mas preciso adimitir que me bateu uma desesperança. Sabia que ando sem esperanças no amor? É. No amor que eu pensei ter um dia, que eu pensei ser pra sempre. Será que eu tinha? Será que ele realmente existia? E digo mais: da sua parte E da minha. Preciso admitir que não sei mais. Fico feliz em ver o sofrimento se afastar um pouco mais, claro que fico. Mas me bate uma pontinha de dúvida: tanto tempo em vão? Era só pra eu aprender a fazer direito - a amar, quem sabe - da próxima vez? Minha mãe acha graça quando lê minhas questões. "Ah, Nina, é sempre igual. Um dia passa, você vai ver". Eu sei, mãe, tá até passando. Mas a sensação de ter desperdiçado tempo, dedidação, sentimento, e até de ter doado uma boa parte de mim, ah, que me desculpem minha mãe e quem já passou por isso: essa sensação existe. Só não sei se passa.

Só pra constar: eu não escrevo mais do Maceió Brasil porque o site tá fora do ar! Também sinto falta dele, Rodrigo, mas tenho que esperar as coisas normalizarem por lá, por isso ando escrevendo os textos todos aqui. Bom, desde que você me visite aqui e lá, tá tudo certo! :)

Constando 2: Ah, Karina, quer dizer então que você me ouviu na rádio? Que bom! Aliás, tô aqui nesse momento... Amando, diga-se de passagem. Ouçam, pessoas, e me digam o que estão achando da minha performance como repórter esportiva! :)