sábado, 30 de janeiro de 2010

Eu te amo.

Já falei algumas vezes na vida, pra algumas pessoas. Quantas vezes eu realmente amava? Uma. Em muitas, talvez eu quisesse - e só. Mas em duas, achei que sim. Só que foi em uma; somente naquela, eu sabia. E foi você.

A verdade? Talvez eu não quisesse. Tudo que eu projetava, naquela coisa de idealização, não via ali. Pensei estar errada - não poderia ser amor, se não era como sempre sonhei, como assim? Mas era.

Demorou quase um ano pra que eu entendesse, e pra que eu finalmente percebesse que os sonhos não vem traduzidos em 'vida real', e quando eu finalmente consegui traduzir em você todos os sonhos que já tive, percebi que não sabia como.

Eu sei escrever; sempre soube. Poesia, blog, fotolog, coluna, eu sei falar. Mas falar de amor, pr'aquele amor MEU, desse jeito eu nunca soube fazer, eu nunca soube falar.

Achei que aprendi te observando, aprendendo os gostos e desgostos, identificando as coisas em comum e comemorando como acertamos na nossa escolha de um ao outro.

Mas dizer? Eu nunca soube. 'Eu te amo', do fundo do meu coração, sempre me pareceu o suficiente. 'Pra sempre', querendo mesmo que fosse, sempre me soou como o bastante. Mas de repente não é.

Não sei mais. Eu aprendi as músicas, dei risadas do que aprendi a achar graça - aprendi de verdade as coisas que envolvem você. Cheguei num ponto que só você pra me ajudar: eu quero mais, se preciso saber mais.

Nas minhas concepções, amor vem recheado de problemas, e a nós cabe resolver o máximo que conseguimos no período em que vivermos juntos. Não me assustam os problemas - me assusta você não querer resolver comigo.

Sabe quando não se tem palavras?

...


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Experiências

Mais um ano acaba e são mais 365 dias de experiências acumuladas. Coisas boas e ruins, traumas talvez criados como se fossem de infância e você já está quase na casa dos trinta. Mudanças, formaturas, namoros começados ou terminados - ou mais do que relações: amores. Talvez 2009 tenha sido pra você menos marcante do que foi pra mim, ou provavelmente ainda não te disseram pra sentar a bunda ao fim de cada ano vivido e pensar em tudo pelo que você passou naqueles doze meses. Faça isso. Aposto todas as minhas fichas que você vai levar desse período muito mais do que rotina.

Ok, talvez por eu ter perdido uma prima de onze anos pro câncer nesse ano, 2009 teve motivo suficiente pra ser uma merda. Talvez por terem batido meu carro, por eu voltar às intermináveis dúvidas em relação ao que eu quero da minha vida profissional, por ser meu primeiro ano sem um dia de férias (por mais fútil que isso possa parecer), 2009 vai entrar no rol dos anos de mal a pior que coleciono. Mesmo com todas as coisas boas, impressionante como a gente acaba pesando mais as ruins, lá no nosso fundo.

As experiências que a gente acumula servem pra mil coisas, mas acho que a mais importante delas é que nos ensinam a não ter mais medo. Claro que as perdas são únicas sempre, e vão doer talvez mais do que hoje. Mas com o tempo a gente aumenta a certeza de luz no fim do túnel, dia depois de amanhã, dor cessando. Saudade de quem se foi? Aprendi que o buraco no peito nos acompanha sempre, todos os dias, sem cura mesmo. E saudade dos queridos que foram antes da gente não são mesmo pra ter cura - amor é coisa boa, não doença, seja aqui ou do lado de lá.

Dizem que não passamos pelo que não conseguimos aguentar o tranco. Deve ser por isso que, sabe lá Deus por que, não me acharam e eu perdi o enterro da minha prima. Talvez eu não aguentasse mesmo o tranco, até hoje a gente se esforça pra não ter raiva do mundo injusto que tirou ela da gente. De repente isso tudo é mesmo verdade, a vida é um ciclo e tem fim. Como o seu namoro, sua faculdade, o fim do Oasis. Acontece. É aceitar e bola pra frente. No meu caso, a saudade vale. Sobre o resto, sobre o seu resto, deixa pra olhar pra trás de lembrança - sem querer voltar.