Se apaixonar é tão bom quanto uma bosta, exatamente na mesma proporção. Conhecer uma pessoa nova e ir aprendendo tudo sobre ela é delicioso, tanto quanto é imensa a insegurança de fazer alguma coisa errada justamente por não saber os limites do lado de lá. Dá medo bom de não saber ainda o tamanho da paixão que podem estar sentindo por você; e dá um medo terrível de não saber se existe reciprocidade.
Você percebe que entrou no caminho sem volta quando se pega vendo sentido nas músicas de pagode e sertanejo que tanto achava bregas e clichês. Você presta atenção nas vozes dos vocalistas de Sorrisos Moleques, Jeitos Marotos e grupos com samba no nome como nunca pensou fazer na vida, e vê imensa lógica, e se pega cantando músicas inteiras, estupidamente emocionado.
As coisas melhoram quando a outra parte envolvida está, literalmente, vivendo o mesmo status do Facebook que você. Serão os melhores meses ou anos da sua vida por um bom tempo e você vai aproveitar ao máximo. Vai fazer planos pra casar, ter filhos e tudo que tem direito. Mas um dia isso acaba, como você percebeu até hoje, pela história da sua vida.
Coração que se preze sempre faz uma idiotice vez ou outra, e o seu vai insistir em não esquecer. Ele vai te enganar, e lá vai você ouvir os pagodes mais dramáticos que existem. Vai rever as fotos, reler os bilhetes e vigiar nas redes sociais. Você vai se martirizar por um tempo, até que seu coração vai cansar e querer parar com isso. Porque coração pode ser idiota, mas aprende.
Você vai tender à negação. Pagodes e todas as canções de amor estão nesse mundo pra mostrar que tudo gira em torno de se apaixonar, mas não é por isso que você vai deixar de aprender. Com o tempo, diferencia-se mais fácil todas as vontades dos sentimentos mais duradouros - e você vê que saudade não é amor, assim como gula não é fome. Aí, nesse dia pagode pára de fazer sentido no coração e vai fazer sentido no pé. E aí você samba.
Aqui escrevo meus devaneios. Pensamentos e histórias, auto-biográficas ou não. De real? Só o sentimento: eu realmente coloco a minha alma em cada palavra. Só que nem todas elas realmente aconteceram. Comigo, nessa vida ou nessa ordem. Fingimos dor, os escritores ou aspirantes. Não quer dizer que sintamos - nem quer dizer que não.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
O amor... Ou não.
Acho que vou te amar pro resto da minha vida. Terei filhos e talvez fale de você pra eles, em como um grande amor pode ficar no passado, a gente casar com outra pessoa e tudo bem: ainda assim ser feliz. Acho que isso deve ser mais normal do que eu costumava acreditar, naquela época em que eu ainda tinha o ideal de amor mais utópico do mundo. Acho que mudei de ideia.
Pode ser que eu nunca te esqueça e os conselhos de que tudo passa sejam desculpas esfarrapadas de quem tem pena de me ver sofrendo. O tempo vem passando sem levar absolutamente nenhuma lembrança sua, sem apagar nada que te prende à minha rotina. Não tem quem tire o foco de você e confesso que já cansei de tentar, também. Não tenho mais idade pra fazer da vida uma micareta.
Acho que vou manter pra sempre o fio de esperança de que você pensa em mim. Por fora eu faço bem esse papel de quem superou e vive bem, tranquila e mais madura, agora sem você. Desfilo todas as escolhas que fiz com todo orgulho do mundo, e não é mentira: é que meu amor por você é muito maior do que as minhas vontades. Sei porque lutei por muito tempo e aprendi que fugir não adianta.
Pode ser que eu esteja errada e o grande amor da minha vida ainda está por vir. Acho que estou exagerando, pelo amor de Deus, haja ócio, preciso começar uma pós-graduação. O amor não é esse problema todo que inventei pra preencher meus dias vazios. O amor, dizem que é só enquanto nos faz feliz. Depois disso muda de nome. E aí posso chamar esse sentimento de você.