quarta-feira, 28 de abril de 2010

Subentendido

Ainda martela
Não sei se machuca
Mas incomoda
Aquela forma idiota
De terminar sem explicação

De quem foi a culpa?
Errei em nunca ter pedido desculpa?
Se não te liguei,
Confesso que nem eu sei
A razão

O que foi que deu errado
Ou o que não deu tão certo assim?
Ainda me pego perguntando
(A sei lá quem)
Quando foi que te perdi

Ficou tudo subentendido
E pra mim nada esclarecido
Explicado, ou definido
Nada que tenha me contado
Do fim

Ficou tudo estranho,
Mal explicado
Ficamos presos em duzentos retratos
Sem nunca termos nos contado
Ou nem nos dito
Adeus.



Por Nina Lessa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um namoro e a conta

Não sei se é porque sempre gostei bastante de ser solteira que tenho uma tremenda dificuldade de entender (e, obviamente, concordar com) pessoas que "procuram" um namoro, "escolhem" um parceiro que considerem ideal. E bom, alguns nem isso, basta ser bacana e pronto, tá valendo. Talvez eu tenha perdido a chance de namorar ou até casar (vai saber) com algumas pessoas bem legais durante a minha vida por ter confiado no "bateu-levou", mas preciso confessar que, até hoje, não me arrependi.

[Bateu-levou: acredito que, para levar adiante qualquer tipo de relação (amorosa, física etc) com uma pessoa, tem que bater. E a gente sabe quando bate. Não precisa ser perfeito, mas tem que ter aquele feeling. Se não teve na primeira, segunda, terceira vez, desiste - não tem mais. E se bateu, pelo menos comigo, leva.]

Manter uma relação a dois é mega complicado, implica uma lista imensa de quesitos e detalhes, que sempre achei ser solteiro algo muito mais prático. Qualquer ânsia por um namoro qualquer, acabo caindo sempre no juízo automático: carência. Que esta pessoa esteja esperando um alguém há dois meses ou duas décadas, pra mim não tem essa; arrumar qualquer um só pra ter companhia é como comprar um cachorro novo pra distrair a morte do cão velho. Desculpem-me a aparente insensiblidade...

Sem pieguices de cara-metade, alma gêmea nem qualquer sinônimo, é meio lógico que a probabilidade de uma relação que começa meio de qualquer jeito (segurada por qualquer tipo de sentimento, ou sensação) durar, ou pelo menos fluir bem, é mínima. E olha que a minha não teve muita lógica, mas teve o feeling. Tem que ter o feeling. É dele que vem a paixão, que com o tempo vira amor e fecha o baú com o feeling... de quem teve tudo que mais queria na vida.