quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Só depois do fim

Sempre acreditei que as histórias só podem ter chance de dar certo quando a história que veio antes dela acabar primeiro. É aquela velha história de esperar um ciclo se fechar pra começar outro. E isso não vale somente pra relacionamento, não. Vale prum emprego, para transição de colégio/faculdade etc. Enquanto a pessoa não der um ponto final, afinal, naquela história, naquela situação, naquela relação, por mais que no começo as coisas fluam e sejam fáceis, uma hora essa velha história não-acabada, ou mal-acabada, o que é ainda pior, vem à tona e o que antes seria um coração meio magoado pela sinceridade se transforma num mar de dúvidas se na relação inteira não havia pensamentos dúbios por alguma das partes.

Quando você ainda não se sente pronto pra passar de fase, as coisas não fluem, ou fluem mas não é nem nunca vai ser a mesma coisa. Colégio e faculdade, por exemplo. Não é bem uma escolha, mas um fato. Esquecer os costumes, a rotina, e aprender a abraçar uma nova. Finais de semana, os amigos de uniforme estão de volta. E tem gente que leva isso pelos 4 ou 5 anos de universidade. Quer coisa mais normal do que pessoas de 35, 40 anos que só andam com os amigos da época da faculdade, mesmo não trabalhando com nenhum deles? A nova geração tem feito isso mais cedo, mantendo isso com a galera da escola. Amanhã, quem sabe, os amigos do maternal serão aqueles pra vida toda.

Ao sair de um emprego, mesmo que seja pedindo demissão porque havia algo melhor, é preciso podar o vínculo. Não precisa ser completo, arrancar o mal pela raiz, quem sabe um almoço de vez em quando, conversar às vezes para saber das notícias, mas só. Querer comparecer às festas da empresa, depois de um tempo, vai começar a ser um saco quando, finalmente, o ex-empregado perceber que já não está mais tão por dentro assim das coisas, justamente por não estar todos os dias presente como todos, e começar a se inteirar do pessoal do trabalho novo, que pode ser tão ou mais interessante que da empresa velha, mas sem olhar pro lado, é impossível ter alguma certeza.

Numa relação amorosa não é diferente. História mal-acabada é sinônimo de problema em breve ou insatisfação eterna. Ou resolve-se as questões que ficaram pendentes, ou a dúvida eterna do 'como poderia ter sido' destrói por dentro uma alma magoada. Nesses casos, eu sou a favor de um momento sincero, ou simplesmente de um 'momento para si', caso a honestidade seja demais. Dê o ponto final que precisa ser dado, faça o que tem que ser feito. Ou pra voltar nessa relação passada e gastar até não ter mais amor (ou tesão, que seja), ou pra ver que já passou e, quem sabe, vir novo em folha pros dias melhores que só começam depois do fim por opção.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Poesia que não é minha

Sabia que alguém ia se machucar
Só não sabia que seria eu
Bem que eu imaginava que a culpa era sua
Enquanto você dizia que o erro era meu
Mensagens chegam
Mas você, nunca diz nada
Minhas qualidades agora viraram defeitos
E a paixão, talvez mágoa...
Não de você,
Mas sim do que poderia ter sido
Não do não querer
Mas o do ter sumido
Sumiu meio que sem dizer nada
Sem falar se era o frio ou o sol que não fez
E me deixou meio perdido
Sem saber se deixo ou tento outra vez
Cadê aquele papo de amigo?
Não vejo mais ele em você
Queria te falar sobre aquele livro
Nem tive coragem de ler
O filme que você me deu
O mais longe eu escondi
Aquela música que você tanto gosta
Ontem à noite eu ouvi
Sim, eu sei a culpa foi minha
Que caí nessa mesmo sabendo o que tava errado
E da foto que um dia teríamos
Só sobrou um vazio do porta retrato
E da grande história que poderia ser escrita
Sobram páginas brancas pra escrever depois
E de tudo de belo que contaríamos para todos
Fica só a frustração do que poderia ter sido e não foi


~ Não fui eu quem fiz, mas faz todo um sentido pra qualquer pessoa, alguma vez na vida... Né?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Poesia

Fiz de tudo
Ou tudo que pensei
Lágrimas, palavras
E nossa, quanta vergonha
Eu não passei...

Mandava mensagem
Ligações na madrugada
Quase morria
Quando era você que me ligava
E eu retornava
Respondia
Pra você desligar na minha cara

Contei nossa história
Dez, cem, já nem lembro mais
E cada vez que contava
Era mais uma coisa que eu lembrava

E me questionava
No 'tudo' que achava
Ter feito por você
Foram suficientes
As desculpas pedidas,
Imploradas?

Bom,
Se não foram, paciência
Esse tempo já ficou pra trás
Essa pessoa que eu fui
Já não existe mais

Porque demora
A caminhada é longa
E machuca passo a passo
Deixa destroço,
Cansaço
Mas passa

Passa a dor, o amor
Nem saudade fica
Passa você, e até um pouco de mim
Então, por favor, não me liga.

7/8/09 - 01:23

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Você não me ensinou a te esquecer...

A regravação do Caetano pra essa música ficou até mais corna do que a original (ou não?), mas a letra é o que vale. Porque é, ninguém ensina a gente a esquecer um grande amor - muito menos o grande amor em questão. O que é uma grande de uma sacanagem da parte dele, porque ensinar a conviver, ensinar a andar de caiaque, falar francês, andar pelo centro da cidade, tudo isso esse amor tão grande soube te ensinar. A parte realmente mais difícil, aquela que não tem jeito, seja lá quem tenha dado o ponto final da relação, e importando menos ainda por que motivo foi.

Bom, já que o dito cujo - ou a dita cuja - não foi bacana o suficiente em seus dotes de ensinamentos e, como a grande massa dos mortais, você também não sabe esquecer, nada de bem-vindo ao clube. Mané clube. Não é só porque o mundo todo acha supimpa passar 3 anos sofrendo que você deve aderir, por mais que assim todos te compreendam e não reprimam suas atitudes, por pior que elas sejam - e, por favor, que isso não soe como lição de moral. Deixar o tempo simplesmente passar provavelmente um dia funciona, mas esperar pra quê? Porque é mais fácil.

Deixando o óbvio de lado, comecei a questionar algo que muita gente também pensa, como eu: estar com alguém para esquecer outra pessoa é egoísmo, sacanagem? Minha mãe diz que não, se a pessoa tem ciência disso. Hoje eu pensei que, mesmo não tendo conhecimento, se a intenção do suposto egoísta for a de realmente esquecer o grande amor (que apesar de grande, deve ser deixado para trás - lembrando que independe a razão), por que não? Aliás, acho até que o escolhido para isso é um felizardo. O que seria maior do que o amor imenso, para ultrapassar traumas, curar as feridas e ter paciência com as mágoas? Eu chamo de amor de verdade.

É claro que somente a existência de um outro alguém não pode ser pura, senão, aí sim, vira pecinha substituta. Não é isso. Um amor supera outro por razões diversas, e esse novo já vem ganhando daquele velho que, por motivo que seja, teve que ficar no passado. Ponto pro novo amor. No mínimo, o coração machucado deve fazer sua parte e ir, aos poucos, começando a desvendar, SOZINHO, o coração novo. Por que sozinho? Para não correr o risco de ser ensinado e acabar do jeito que começou a outra novela: sem saber esquecer. Por que a gente nunca sabe, mas no fundo, chega uma hora que vai no automático...