quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A ficha

Demorou pra cair minha ficha, eu admito. Meu tempo às vezes é meio lento e se recusa a acompanhar a cronologia, paciência, já me acostumei com isso. Mas a ficha cai. Hoje caiu. A culpa não era mesmo sua, nunca foi. Você só errou quando achou que era minha, mas tudo bem, eu também te culpei por tanto tempo que já o perdoei.

Sabe, quando a gente sente que o amor acaba, pode ser meio apavorante. A gente começa a achar que é melhor ficar amando em vão, sem reciprocidade, com sofrimento. A gente diz que não, que prefere esquecer, mas a verdade é que não amar é mais solitário, e a solidão assusta. E me assustou. Fiquei mantendo um sofrimento que já não existia. Chamei a saudade de dor de amor. O que não deixa de ser, mas a verdade é que a minha ficha caiu.

Acordei hoje e percebi que acabou. Tudo, acabou. O amor, a vontade de voltar, de querer tentar de novo. Acabou a pontinha de esperança que poderia dar certo, fim da paciência pra esperar esse dia chegar. Perdi até o desejo de querer esclarecer o que ficou mal entendido, exigir algumas respostas, essas coisas. Perdi até esta vontade. Deixa pra lá, se tiver que ser assim, que seja.

Caiu a ficha que acabou tudo sim, não tem jeito. Uma hora, já tinham me dito, ia mesmo acabar. Ia ficar o vazio, dava medo mas era preciso encarar. A ficha caiu, e eu também caí na real. O vazio não me incomoda mais. E quando incomodar, vou tratar de aproveitar. Como é que se aproveita 'estar solteiro', perguntou-me ontem uma amiga minha. Pra mim? A falta. De uma companhia constante? É, verdade. Mas também falta dor.

E de dor a gente sempre já tá legal. Né?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quando a gente não se leva a sério

Pode não parecer, mas eu levo muita coisa a sério na minha vida. Responsabilidades de faculdade, estudos, carreira, planos, trabalho, amizades, namoro. Demorei para descobrir tudo isso, é verdade, mas depois que admiti, venho tentando melhorar. E já começo me explicando "cara, foi mal, mas eu sou muito perfeccionista". MUITO. É por isso que, hoje, pra eu começar um namoro, ah, é preciso muito mais do que paixonite. Aliás, ela nem experimenta se manisfestar muito, pois é ciente da lista de coisas mais importantes. No quesito amizades, é preciso muito treino pra entender que nem todo mundo pensa e age como a gente espera, e essas diferenças são o que fazem uma amizade. Eu tô aprendendo. Na faculdade, brigas e mais brigas por causa de nota, trabalho em grupo, eu sei e reconheço: sou uma pentelha.


Mas hoje, eu resolvi não me levar a sério. Pelo menos por uns dias, em algumas coisas. Sei lá o dia de amanhã, sabe? Hoje a gente tem coisas que amanhã pode não ter mais, e vice-versa. Perde-se e ganha-se tão rápido, tão 'do nada', sem esperar ou estar pronto. Por isso, e por outros motivos pessoais também, resolvi me levar menos a sério, e com isso levar os outros menos a sério também. A não ser que me peçam, as coisas vão ficar mais leves pra mim. Sem contar com as coisas ou pessoas, vou tentar estar aberta aos imprevistos que eu tanto detestei um dia, quando fazia planos de absolutamente tudo. Hoje, eu vou por aí, talvez pra me desligar de mim, quem sabe? Vou sair sem destino, sem saber por onde nem o que me espera. Não espero, e não quero que me esperem também.


Se eu tiver que achar, que ache. Se tiver que ser achada, que seja. Sei lá. Esse negócio de planos já me aborreceu demais, vou dar um tempo. Quanto? Até me provarem que eles podem fazer sentido, e mostrarem que 'a reciprocidade existe, Nina, tu vai ver'. Eu vejo, claro. Acreditei e deixei de acreditar em final feliz tantas vezes que imaginem! Plano desfeito hoje é pinto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Simples assim

Nunca tive muito talento pra namorar. Ou pelo menos não pra esse tipo de namoro que as pessoas costumam ter. O que eu acho engraçado, porque na teoria costumam querer uma coisa, mas na prática têm outra completamente diferente e não fazem nada para mudar. Exemplifiquemos: se o cara não sai com os amigos, é porque ele não quer. Rola uma regra básica nos relacionamentos, onde quando um sai, o outro também tem o direito de sair. Elas por elas. Fuxicam-se Orkut, computador, celular, a vida inteira, vasculhando pra encontrar alguma coisa que de repente nem existe, mas a imaginação do seu humano não conhece limites e uma pulga vira um elefante albino em meio segundo de 'a-há! Eu sabia! Quem é PRISCILA CHEFE?!'. Bom, pode ser a chefe dele, mas você estava tão doida gritando descontroladamente que meia dúzia de vizinhos já veio na janela ver do que se trata. Sem necessidade.

Toda essa teoria das supostas relações perfeitas eu sempre quis levar na prática. Qual é o problema se você querer jogar bola com os amigos? Vá, meu querido, seja feliz porque amanhã é dia de chopp com as meninas e eu também serei feliz no meu momento. Não porque você jogou bola hoje e tem que ser 'elas por elas', pelo amor de Deus, isso não existe. A noite de chopp das amigas sempre existiu, independente de namorados e de quais namorados. Simples assim. Fuxicar a vida só vai trazer problema. Se há alguma coisa, perceba pelos sinais, e não por mensagens que podem não significar absolutamente nada. Acreditem, existe mulher/homem com segundas, até terceiras intenções, mas não generalizem. Perdi a conta de quantas namoradas estéricas de amigos meus me odiaram mortalmente simplesmente porque eu conheço o namorado dela uns 10 anos e bom, o que fazer, amigos têm intimidade! É saber diferenciar esses dois tipos, simples assim.

O meu problema sempre foi querer fazer o que eu falava, viver a vida da maneira que sempre preguei. Não para provar nada pra ninguém, até porque nem pra mim mesma eu consegui provar, mas é que eu simplesmente não consigo dizer uma coisa e ser outra; não dá. Eu sempre fui essa mesma pessoa, claro que mais madura conforme o tempo e as coisas foram passando, mas sempre a mesma, gostando das mesmas coisas, e desgostando também. Que as mudanças que ocorrem não sejam pelo bem de outra pessoa que não o meu, pelo menos em primeiro lugar. Simples assim. Toda essa paixão pelo 'faço o que eu falo' tem me rendido brutos e/ou incompreensíveis términos de namoro. 'Cara, você tem noção que a relação não dá certo porque você não me aceita como eu sou, sabendo que eu sempre fui assim?'. Não sei se as pessoas têm noção. O bom disso tudo é que hoje eu tenho, e fico feliz em dizer que sou um camaleão e me adapto fácil em qualquer lugar. Mas minha essência, garotão, essa não muda mais. Nem tenta.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poesia - em 14/10/2008 às 00:02

É sempre assim
Quando eu acho que já vi o fim
A bendita luz no fim do túnel
Você ressurge
Das cinzas
Sei lá de onde você se meteu
Só quero saber por que a volta,
Pra que cutucar de vara curta?
Olha à sua volta
Tu não disse que tava bem?
Pra que às vezes surta
Pega o maldito telefone
E me perturba?
Sabendo que não sei te dizer não
Por mais que depois de todo esse tempo
Eu devesse ter aprendido
Pois não
Ainda não
E se sabe,
Qual é a graça de me ver desgraça?
Você ri sabendo que não te esqueci?
Te massageia o ego, né?
Aposto que é porque ainda me quer
Porque se eu não te fizesse diferença,
Se minha presença não difere da ausência
Eu até acreditava
Em possessividade maníaca, vai saber?
Mas tu sente minha falta
Posa de forte mas tua carne também é fraca
Porque tu me conhece
Mas eu também sei bem quem é você
E ama.