sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Destino e blá blá blá

Me cadastrei num site de astrologia. Todo dia recebo no meu e-mail minhas vibrações, o que posso ou não fazer de bom, tirar proveito, essas coisas. Gostando/entendendo/se deixando guiar pela astrologia ou não, sinceramente não faz muita diferença. De qualquer maneira, sempre rola algo de interessante, que seja uma mensagem positiva. Aí vai a minha de hoje:

(...) É curioso observar, Nina, como muitas vezes passamos dias, às vezes até meses e anos mergulhados numa chateação ou ressentimento. Remoemos aquilo, até que de repente - bum! - a coisa passa. Em geral, são nos ciclos positivos de Marte com a Lua que a pessoa simplesmente "espana a poeira" e se livra de emoções chatas que não lhe servem mais. E este momento, para você, é agora! (...)

Coincidência, destino ou babaquice da minha cabeça, esta semana andei pensando muito em como tenho me deixado ficar no passado. Como bem disse 'o site', remoendo até passar. Já passou, e eu permaneço nessa. Só que eu cansei. Fui deixando os ressentimentos em mim pra ter sobre o que escrever aqui no blog. Por mais que eu não sinta mais tanto assim, na hora em que escrevo, uns restinhos me vêm. Hoje, não quero mais que venham. Mas nem é por isso que comecei a escrever.

Nesse mesmo site, aprendi hoje que posso calcular minhas chances de dar certo com este ou aquele carinha. Bom, no mínimo eu posso ver como ele é e como devo agir. Você digita dados da pessoa, manda os seus e o sistema calcula. Li sobre mim e caiu IGUAL. Meu signo e meu ascendente SEMPRE foram a minha cara, mesmo eu não querendo admitir algumas coisas. Resolvi digitar os dados do 'carinha'. Na verdade foram três.

O primeiro deles, de quem eu mais sabia informação pra preencher, deu tudo errado. Os outros dois, CERTINHO. Sério, fiquei chocada. E olha que eu sou meio incrédula com algumas coisas. Fiquei surpresa, blá blá blá, mas o caso é que fiquei também intrigada. Com o primeiro e mais óbvio deles, de quem eu mais tinha informação e portanto deveria ser o mais próximo, estava mesmo errado.

Comecei a pensar se eu realmente o conhecia. Ou se ele me deixou conhecê-lo. Eu sempre tive receio de pessoas que mudam da água pro vinho quando namoram e quando ficam solteiras. Será que ele mudou por conta da relação? Acho que eu nunca vou saber. Acho que eu nunca vou conhecer de verdade quem era aquela pessoa com quem eu um dia pensei em dividir o resto da minha vida.

É esquisito, não sei pra vocês, que já namoraram tantas vezes, por tanto tempo. Sou leiga no assunto, nunca neguei. É que eu simplesmente não consigo entender como ignorar amores-da-vida, como deixar pra lá da noite pro dia, se ainda há amor. Não consigo, vai além das minhas capacidades. Mas superar, não. Isso eu aprendi com o tempo, que como li hoje no blog de um amigo, sara. O tempo me sarou. Tô curada de você.


Só um parêntese: EU SEI que é idiota acreditar nessas coisas, ainda mais por site, mas quem liga? Comigo deu certo, eu gostei e isso que importa. Querem conferir? Acessem http://www.personare.com.br se cadastrem e depois me contem como foi. Ok?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poesia

A verdade é que eu sentia
É, eu sabia
Que te perdia
Acho que te via
Escorregando das minhas mãos
E as palavras
Também escorregadas
Iam-me saindo
Sendo cuspidas
Eu te cuspia da minha vida
Com consciência
Apesar de medo
De te ver indo embora sem olhar pra trás
De te ver indo embora
Sabendo que não voltava mais
Você já tinha me avisado
E eu via
Todo o sofrimento
Que eu mesma me causava
E eu via
Todo o futuro melhor
Que eu mesma plantava
Te mandando embora
Mesmo que sem conciência

Eu queria tanto te ter pra sempre
Eu sabia tanto que não teria
Porque não dava
Porque no fundo, no fundo
A gente não combinava
E eu sabia
Mas não falava
E você falava
Mas não sabia
Que era tão sério assim
Que causaria um adeus
Que seria por isso o nosso fim

E aí foi
Foi aí que você se foi
E eu fiquei
Ou eu que fui e você ficou
Minhas impressões variam a cada dia
Minhas certezas oscilam a cada poesia
Só sei que fomos pra longe
Um do outro
Talvez ambos ainda nos saudamos
Talvez essa saudade doa
Talvez não
Uma música que faça lembrar
Uma ligação

É tanta coisa que eu tenho
De quando eu te tinha
É tanta mágoa que ficou
Tanta hipocrisia
Que por mais palavras
Por mais rimas
O que eu realmente queria
Nem é mais te ter
Eu queria só saber
Que te olhando, assim, normal
Meu coração não dispararia
Como a bateria do Salgueiro no carnaval.

Nina Lessa
24/11/2008 às 16:39

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não volte

A verdade é que eu morro de medo de você voltar. Pra minha vida, que digo. Eu sei exatamente onde posso te ver, e é por isso que evito. É, eu evito. De uma maneira perfeitamente bem administrada, pra que ninguém perceba. Acho que funciona, ou pelo menos ninguém nunca me disse que sabe desse meu medo. Aliás, desse meu pavor de te encontrar por aí. As últimas vezes em que pensei em você, recebi uns sinais de vida. Umas ligações aleatórias, que mesmo não sendo suas eu sei que a procedência ao menos é. E-mails estranhos, e lá vem uma foto sua. É o universo conspirando a favor do maldito 'o tempo só parece que passa'.

É impressionante como o tempo passa sim, como a gente muda e o mundo vem mudando com a gente. Forma-se em faculdade, sai dessa empresa, vai pra outra, malha, pára de malhar, corta cabelo, emagrece-engorda, muda os óculos e tira o aparelho do dente. Não tenho te visto nem tido notícias suas por opção, é verdade. Aviso logo: não quero nem saber. Se está bem, se está mal, solteiro, casado ou prestes a ser pai. NÃO ME AVISA. Têm me respeitado, os poucos porém bons amigos que já levaram tanto fora ao me perguntarem de você.

O caso é que vi sua foto sem querer, uma foto que eu já até tinha visto. O coração bateu mais forte. Não porque eu ainda te ame, e nem porque deixei de amar. Eu não sei. Deve ter alguma coisa, senão esse texto nem estava sendo escrito. Mas também tem muita coisa que existia mas não mais, senão eu não acabava esse texto e ia correndo me arrumar pra continuar com a vida que venho levando sem você. Eu aprendi a viver sem você. Não vou dizer que é melhor nem pior, e que é diferente não sai do clichê. Digamos que você me fez aprender muita coisa quando estivemos juntos, mas eu aprendi muito mais quando você resolveu que eu não era mais o amor da sua vida.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não sou desse mundo

Às vezes eu acho que não sou desse mundo. Só pode ser. Ou tá todo mundo maluco. O que eu não acho, sinceramente. As coisas, pra mim, andam meio de cabeça pra baixo - em todos os sentidos. Isso já vem acontencendo há algum tempo, mas na última semana me assustei um pouco mais. Perceba se eu estou sozinha:

Vi um ex-casal (casal este que ficou junto o tempo que meus pais ficaram, e mesmo que quatro anos não seja muito, foi o que bastou pra que eu existisse, então para mim está valendo) ficar com outras pessoas, uma na frente do outro, um casal AO LADO do outro. Sério. É só comigo ou isso parece surreal? 'Ah, que isso, normal'. NORMAL? Parece que estão separados há alguns poucos meses. 'Não há mais sentimento?'. Então o que é essa necessidade de fazerem isso? Pra mim, à toa é que não é. E eu ouvi quando um deles disse pra um(a) amigo(a): 'você acha que João/Maria tá ficando puto(a)?'. Ok, pode ser que João/Maria não estivesse. Mas eu não nasci ontem, e quando as pessoas beijam olhando pro outro lado, mais precisamente pro ex-par, ah, meu amor, se isso é 'não ligar', então eu não sei mais o que é se importar, honestamente.

No mesmo dia, vi dois supostos casais na pista de dança. Se esfregando, beijos na nuca, no pescoço, no braço. Achei que estavam juntos, logicamente. Rá rá rá. Quem disse? Cinco músicas depois, uma delas beija um dos rapazes. A outra puxa a amiga e pergunta 'vai ficar com ele?' (como assim, 'vai ficar'? Se beijar não é mais ficar, meu Deus, o que é?). A amiga disse que sim, e a outra 'então vou ficar com esse, né? Aff, tu é foda!'. E beijou o menino. Com a maior cara de nojo. Oi? Se ela estivesse bêbada, ainda assim ia fazer besteira sem desculpa, mas pelo raciocínio, pela raiva da amiga, bêbada onde? Pas-sa-da. Saí da pista e fui pegar outra cerveja. Ou eu estava muito sóbria ou o mundo mudou drasticamente da minha adolescência pra cá. Ou sempre foi assim e eu que nunca vi?

Fiquei chocada. Será que eu ando me chocando com pouco? Pensei que sim, vai que estou muito retrógada? Passei pro lado profissional da coisa. Na mesma semana, dei uma olhada nos textos de uns coleguinhas (jornalista e aspirante se chama assim). Me deu mais revolta do que tristeza, saber que um dia essas aberrações da língua portuguesa não só farão parte da concorrência (o que é bom, quanto a esses eu me garanto) como farão, sei lá, parte da minha equipe. Rezo para que o bom senso do próximo exista e estes sejam limados antes da formatura. Minha mãe me consola quando diz que esse tipo tem e de monte por aí, em qualquer área. Eu sei, eu sei. Mas rezo pra que mude. Ainda tenho um ano. É só comigo ou isso também te dá medo?


Costumam me chamar de maluca, às vezes. É, porque eu costumo falar o que penso, ser sincera e não fazer joguinhos, fingir uma coisa sendo outra. Sempre agi assim, e quanto mais velha, só piora. Venho lutando contra a falta de noção, às vezes eu escolho palavras menos adequadas. Mas sempre sinceras. É só comigo ou a mentira virou 'olá'?! ÓBVIO que todo mundo mente, em tudo na vida. Pra não magoar conta-se mentirinhas aos montes, nunca fui muito Poliana, mas vamos combinar que tem gente que faz da mentira melhor amiga. Quanto a isso eu sou vacinada quase que diariamente (porque não sou Poliana mas sou filha de uma), mas ainda assim, vai dizer que não dá medo, aquela 'coleguinha' elogiar o casaco do outro e depois dizer que era ridículo, e logo depois a mesma 'coleguinha' elogiar o SEU boné?! Dá, sim.

Se me virem vagando pelas ruas olhando para o horizonte procurando meu lugar, não liguem. Dizem que de 7 em 7 anos a gente passa por uma crise existencial. Ou é só TPM.