sábado, 16 de janeiro de 2016

Trinta? Trinta!

Eu vou fazer 30 anos. Já digo que tenho 30 desde os 28. Quis me acostumar à ideia, ao fantasma que tanta gente gosta de pintar. Que merda envelhecer, o corpo muda, já não temos mais disposição, poxa vida, ah, meus 20 anos, minha juventude, corpos sarados etc.

Eu ainda não fiz 30, é verdade, mas tá quase. E olha, ainda não achei a disposição no ralo, não. Continuo bem disposta, eu só preciso me alimentar bem, ter bons hábitos e colocar a qualidade na frente - a qualidade do sono, das comidas e da cerveja.

Gostei de ter 20 anos, gente, é legal ser adolescente, colégio, depois fazer faculdade, ser estagiário. Mas eu adoro ter crescido e fazer parte do mercado de trabalho, ver como melhorei e o quanto aprendi. Não vou dizer que é melhor, mas sabe: é quase melhor, sim.

Amei ter feito mil amigos, continuo fazendo amizades, aliás. Adoro quem chegou na minha vida desde a infância, desde depois, desde quase agora. A vida é feita de conhecer e manter as pessoas que você mais gosta por perto. Aos 10, 20, 30 e 70 anos. Sabiam?

Era muito legal beber todas aos 20 anos e continua sendo aos quase 30, só que agora a gente pode escolher as melhores cervejas, os melhores restaurantes, os melhores lugares. Talvez não sempre, mas pode. A gente agora prefere vinhos bons, no lugar dos mais baratos.

Ter 30 anos é ter conhecimento de quem somos e do que queremos. Ainda melhor, é não ter vergonha de reconhecer quando erramos. "É, eu fiz merda, mas paciência, pago as contas e ninguém tem nada com isso". Com 30 a gente ri mais dos erros, estressa menos com tão pouco.

Era mais fácil emagrecer com 20 anos, mas com 30, a gente pode pagar academias bem melhores e até o personal que sempre quis, mas não tinha como bancar com salário de estagiário. Com 30 a gente come salada por opção, e pode pagar o Outback quando quiser, também.

Trintar é muito mais legal quando a gente entende que envelhecer só é ruim quando você não sabe aproveitar tudo que tem. Porque se você curtiu o máximo possível ter 20, não vai ser diferente na década seguinte. E pode até ser melhor.

Nina Lessa

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Ano novo, não: você novo

Sempre fui contra começar dieta na segunda-feira. Tem que começar no dia que você pensar 'cara, preciso mudar minha alimentação, tô gordo/magro demais, chega'. Mesma coisa academia, quando estiver sem fôlego ou dormindo mal, mesmo se for na quarta-feira, levanta e vai malhar. Foda-se que tá na metade da semana, vai sábado, academia abre domingo, se vira!

Isso sempre funcionou comigo, cansei de lembrar das dietas que resolvi voltar na quinta, academia que fui terça porque segunda não queria, mas acordei depois no maior pique e problema meu, fui malhar e consegui levar assim por meses. Nada precisa ser na segunda-feira, no dia 1º, de manhã. Tem que ser quando você quiser, porque é quando você quiser que a coisa funciona.

O ano acabou ontem, mas só pro calendário ele começa hoje. O meu, por exemplo, começou quando comecei um emprego novo, que eu queria tanto. Depois ele começou de novo quando voltei o namoro. Minha irmã começou o ano dela quando conheceu o namorado, depois quando entregou a monografia. Acabou um ano e começou outro no mesmo dia, veja só.

Minha mãe terminou o ano quando resolveu emagrecer, e tá linda, comendo bem, se amando, mas foi em novembro. E tudo bem, sabe? Aliás, tudo ótimo. Minha sensação de tranquilidade hoje, dia 1 de janeiro, trabalhando desde o meio dia e perdendo a praia pra estar trabalhando no emprego que eu tanto quis tá maravilhosa. Tem que ser assim: a gente querendo. A gente escolhendo.

A mudança tá na gente, se a gente quiser mudar. Meu ano de 2015 fodeu meu coração. Eu sofri, chorei, pedi colo de mamãe. Fui trouxa, passei por momentos na minha família que não desejo pra ninguém. Senti saudades, chorei, sofri calada, também. Aprendi demais no trabalho, onde me estressei, dei risada, fiz merda e tive minhas glórias. 2016 vai me trazer as mesmas coisas, só que outras, só que novas.

Gabriel, aquele Pensador, uma vez cantou 'muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente'. E é verdade, cara. Eu não teria nada disso se não mudasse, se não crescesse, se não amadurecesse. Não tenha vergonha de reconhecer os erros, de pedir desculpa, de sofrer. Seja trouxa, reconheça e siga em frente, porque um dia você vai lembrar e rir disso, porque as coisas passam.

Feliz você novo!