sábado, 27 de dezembro de 2008

De música

Desisti. Acho que tentei demais, até. Eu quis ficar com você, e depois quis voltar. Eu voltei. Aliás, eu nunca fui embora. E você sabia. Você sempre soube. Quando teve dúvida, me chamou de volta. Seu medo de perder foi grande, né? Não agüentou ver a merda que estava fazendo. Aí viu que eu estava lá, ainda. Que não iria embora. De repente, nem tão cedo. Olhou nos meus olhos e teve a certeza. Nem precisou ouvir aquelas todas palavras que eu disse. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro quando eu disse que te amava demais, que não tinha te esquecido e ainda te queria, provavelmente ainda mais do que nunca. A saudade faz isso com a gente, quando a gente se afasta é que vê o tamanho do amor que ainda sente. Disse tanta coisa, chorei tanto. Parece que vejo seu ego inflando a cada palavra dita, a cada perdão implorado, e a cada tudo isso saindo da minha boca e se perdendo pelo ar. Mas sabe? Pelo menos eu tentei. Que tenha sido em vão, não importa. Eu sei que tentei, sei que deixei bem claro o que eu queria, como eu me sentia e quanto me arrependia. Hoje, vejo que de algo insano, mas na época, eu me arrependia. Por mais que depois pudesse quebrar a cara de novo. Eu coloquei a tapa. Que, aliás, foi a dor que eu senti quando você me virou as costas, de novo. Um tapa. Doeu. Quando eu lembro, confesso que uma pontinha ainda me machuca. Porque ontem eu tentei chorar, mas a vida cansou de me deixar desabar. Acho que ela ficou com pena de todos os concretos que eu já beijei quando você me atropelou no asfalto - a impressão de abandono é quase essa. Pensei tanto em te ver, te encontrar, te ter; em você. Pensei em me afastar, em como me defender caso você realizasse meus pensamentos. Eu pensei em tanta coisa. Porque eu pelo menos me esforcei pra ficar contigo, deixei claro que não te queria só como amigo. Por isso não te beijei no rosto, você chegou a reparar? Não importa, passou. Na vida, tudo tem um tempo pra passar. Hoje, tá tudo certo, tá tudo em paz. Porque eu desisti.


De onde? Daqui: http://letras.terra.com.br/seu-cuca/1293462/

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Como se fosse a primeira vez

Eu adoro esse filme. Mas não é sobre ele esse texto. É sobre a sensação de estar começando - mesmo que seja de novo. O primeiro beijo da vida de uma pessoa é único, a primeira relação, seja ela sexual ou não, também. Tudo tem uma primeira vez, uma primeira e única vez. Mas quando a gente ama pela derradeira, depois que acaba e a gente esvazia o coração, o próximo sentimento parecido com gostar já nos traz as mesmas sensações de vivências adolescentes e infantis.

Parece que a gente esquece como beija, como dança um samba, como bebe aquela cerveja de maneira charmosa. A barriga com borboletas, o nervosismo. A ansiedade, você quer parecer estar pensando em qualquer coisa menos naquela pessoa, quando está por perto dela. Você quer disfarçar a total falta de noção do que dizer, pra não falar besteira e nem falar demais. Você morre de vergonha, mas disfarça, é claro. Olha pro lado, faz um comentário completamente idiota, dá um risinho.

É como se fosse a primeira vez porque não deixa de ser. Você já esqueceu como é dar as mãos quando as suas e as do outro se encaixam. Mas como é que pode, se eu achei que isso aconteceria uma vez na minha vida? Será que é dessa vez que eu achei o tão esperado amor da minha vida? Será que eu errei - de novo? E vou ter que passar por tudo aquilo - de novo!!!? Porque a cabeça do ser humano funciona assim, pensando no muito depois, quando pode simplesmente aproveitar o agora.

Sabe-se lá se amanhã tudo isso acaba. Dá um medo terrível; "meu Deus, vou me arrepender de tudo isso que eu tô dizendo, que eu tô fazendo, tenho certeza absoluta". É, mas você também tinha daquela vez e olha só: suas certezas podem não ser muito duradouras. É verdade. Larga mão de ser pessimista, larga a mão de querer adivinhar um futuro que ninguém sabe. O que a gente sabe é que o comecinho é muito bom - e aposta que a tendência é que o 'em breve' seja ainda melhor. :)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Coração Vazio

- Mil reais resolveriam meus problemas.

Foi o que eu disse quando uma das estagiárias daqui da rádio pediu essa quantia, caso os outros estagiários, também daqui, ganhassem na Mega Sena que jogaram hoje.

- Ia pra Salvador e passava o carnaval lá. Meu sonho.

Começamos a dar uma viajada bonita, falar um bocado de besteira (numa rádio que é feita basicamente por estagiários, isso é normal), dar risada. Foi quando eu me dei conta de que realmente mil reais resolveriam meus problemas. Eu não tenho problemas que não sei resolver ou que já resolvi sozinha. Só problemas de dinheiro, e como não tô devendo nem deixando de fazer o que eu quero (com exceção de Salvador, é claro), cheguei à conclusão que não tenho problemas. Se é que coração finalmente vazio e pronto pra ser preenchido seja algum grande
problema, é claro.

- Nina, meu coração está vazio. Eu penso em alguém, não vem ninguém. Sabe aquela coisa "quando fecho os olhos é você que eu vejo"? Eu não tenho ninguém pra ver.

É. Dá agonia não ter ninguém em quem pensar. Porque pensar no último carinha da lista, vamos combinar que não engana. Você pára pra pensar em alguém e cadê? Não tem.

- É, triste, amiga.

É. Talvez seja. Mas pra quem acabou de conseguir não ter ninguém pra pensar, coração vazio é quase uma dádiva. Porque mais triste do que não ter em quem pensar é não ter ninguém, e pensar mesmo assim. É ter que viver de lembranças, de momentos que já passaram e que não voltam, não se repetem, não existem mais. É mais triste do que projetar, fazer planos para algo que possa ou não vir a acontecer. Quando a certeza de que os bons e velhos tempos do passado não voltam mais bate, é triste. É bem mais triste do que um coração vazio. Ao menos um coração momentaneamente vazio.

- Cara, a gente sofreu por muito tempo, deixou de se permitir por muito tempo. A gente merece um coração vazio, amiga. Pelo tempo que esses corações passaram amando um passado que já estava no lixo.


Ela concordou, pediu uma sandália emprestada pra minha mãe e fomos sambar na Lapa. Porque coração vazio pode ser triste, parar pra lembrar de alguém com carinho é sim, uma coisa linda, deixa uma sensação de saudade gostosa. Mas nos momentos em que estamos curando um machucado, depois de tanto tempo remendando com band-aid e tendo curativos puxados com força, sentindo quase que real uma dor de dedo na ferida, é preciso que saibamos: vazio às vezes é ainda melhor que amor. Sensação de amor direcionado pra pessoa certa, dessa vez: a gente mesmo.



sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O desconhecido

Eu morro de medo de começar de novo. Confesso que de vez em quando me pego lembrando como era bom estar apaixonada, a barriga com a impressão de ter borboletas dentro. Sentir saudade, sentir carinho, sentir-se amado, simplesmente sentir. Porque hoje, eu não sinto. Bom, eu sinto, mas como ser humano que sou, tendo a comparar as coisas, e comparando com a época em que amei, não sinto é nada. Porque nem se compara. Mas eu não quero sentir. Foi a escolha que eu fiz. Eu não quero. Não de novo. Ao menos não agora. Porque ainda não esqueci? Porque não estou pronta? Não. Simplesmente porque eu não quero passar por isso de novo.

É, eu tenho medo de sofrer. E pode ser que eu nem sofra. Eu tenho medo de me envolver de novo e acabar com o coração partido, e sofrer mais uma vez. Eu tenho medo de não confiar, de não ser conseguir ser confiável, de novo. De cometer os mesmos erros que eu cometi, porque sei que esses erros fazem parte de mim, sempre fizeram, e eu não sei se consegui mudar. Eu só saberia se passasse por isso de novo, se desse uma chance; pra alguém, pro amor, mas principalmente, pra mim. Se EU me desse uma chance. 'Vai lá, Nina. Tenta de novo, tenta ser melhor.' Não que eu não tenha sido, mas virei gato escaldado. A gente sempre se lapida, ainda mais nos tropeços.

Só que eu morro de medo. Porque essa chance vem com coisas muito boas, todas aquelas que, às vezes, me saudam. Eu sinto saudade de amar, de ter alguém, claro que eu sinto. De namorar, de ser namorada. É muito bom. Mas do ciúme, ah, eu morro de medo. Das cobranças, da falta da liberdade que eu sempre tive e soube aproveitar como poucos. Da independência que se perde e
nem percebe em que parte do caminho. Medo da mágoa, da mentira muitas vezes pensando no bem da relação. Medo da verdade, pelo bem de um futuro longe da hipocrisia. Medo. Porque... Eu não sei. Não sei o que me espera. Mesmo conhecendo alguém, no final, a gente acaba se surpreendendo. Bom, eu me surpreendi.


A gente sabe que comparar é péssimo, mas compara. A gente sabe que nunca é igual, mas quem me garante? Talvez eu me surpreenda, mas de maneira boa. Mas talvez não. Porque eu confiei e olha só. Porque eu me entreguei e me magoei. Porque eu achei que não ia acabar e o fim veio tão... Tão... Que eu me surpreendi. E não gostei. Eu nunca gostei de surpresas. Festas, talvez. Um presente. Mas não um tiro pelas costas. Eu me sinto traída por certas surpresas. Quando as coisas fogem do meu controle. Quando a gente namora, as coisas fogem do nosso controle. E isso me dá medo.

Pronta pra próxima? Ainda não. O medo é maior que a vontade de tentar de novo. E não importa com quem. De repente é porque eu ainda não me apaixonei de novo. De repente é porque ainda não é amor. Eu não sei. E por isso, o medo do desconhecido.

Porque um belo dia: prazer, eu sou a Nina.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A dificuldade do fim

Ouvi hoje que o ser humano tem dificuldade de lidar com o fim das coisas, de qualquer coisa. Relacionamento a dois ou não, a dificuldade existe em todo mundo. Parei pra pensar e vi que isso tem um fundo de verdade. Comecei a lembrar de casos meus, de casos de amigos, casos que ouvi falar, de casos que vi de perto e dos que acompanhei até de longe. A verdade é mais verdade do que eu pensava. Em todos os as aspectos, e casos.

Sair de uma empresa é difícil. Mesmo que seja você quem esteja pedindo demissão, mesmo que você detestasse aquele lugar, vai fazer o que com o costume de ir todos os dias pra lá?

Sair do colégio, seja pra ir pra outro, seja pra não ir nunca mais porque se formou. Nem menciono meu caso, do meu tempo de escola eu sinto saudade todos os dias, mas mudança não deixa de ser um fim, e a dificuldade existe. Para ser superada, sim, mas existe.

Dar um fim a uma amizade. Mesmo que esse amigo seja um porre, mentiroso, que tenha te traído. Você faz um bem a você mesmo tirando esse "amigo" da sua vida. Mas o cara era gente boa, vocês tiveram bons momentos juntos. É um fim difícil, por mais coerente que seja.

Acabar a faculdade. Eu mesma conto os dias pra isso. Ao mesmo tempo que não quero que acabe. O pessoal reunido contando piadas que só quem faz aquele curso entende, o jogo de cartas nos intervalos (ou durante as aulas, faz parte), o tempo em que estágio parece um martírio mas vai arrumar um emprego pra você ver só.

O fim dá medo.

Quando pensei em relação a dois, a verdade tomou um tamanho que eu pensei 'preciso compartilhar', e vim. Aceitar o fim de um relacionamento é extremamente complicado. Quando é a gente que termina, vai dizer que, mesmo que de caso pensado, você não perdeu a conta das vezes que cogitou se estava fazendo o certo? Aposto que repensou mil vezes a mesma coisa, pesou prós e contras e, mesmo com coerência e certeza, quase escorregou quando foi ter aquela conversa. Mesmo dizendo que era preocupação com o sofrimento que o fim poderia causar ao outro, no fundo a gente sabe que sentia um medo também. De se arrepender e depois não poder voltar atrás, da reação do/a namorado/a.

Quando terminam com você, ah, o medo. Já começa na conversa, na maldita conversa. Você sente que algo está acontecendo. E sente medo. É o medo do fim que está vindo, que você vê e sente que está chegando. Medo da dor que vai sentir, do sofrimento que você não sabe até quando vai te corroer por dentro. Você tem medo que esse sofrimento te corroa por fora. Medo do que fazer sem a pessoa amada, medo dos dias vazios que virão, da saudade que vai martelar. Nossa senhora, você morre de medo do que vai ser de você a partir daquele fim. Fim que você previa, talvez, mas e daí? Continua sendo um fim, continua doendo, e por isso e tanto mais, te dá um medo danado.

O medo do fim pode durar pouco, pode ser superado, pode inclusive ser pequeno. Não importa. O medo EXISTE. Em todo mundo. Não importa a idade - quem não tem medo de morrer? De sofrer nessa morte, de ter mesmo vida eterna e ter que ver o sofrimento dos que ficaram. O fim da vida traz medo, mesmo que seja o medo de ficar pra semente. Tem gente com medo de envelhecer, é o medo do fim da juventude. Chegar ao fim dá medo, mas é preciso do fim para que haja novos começos, e principalmente, recomeços. Seja nessa vida ou em outras, nesse texto ou no seu novo emprego. Dá medo acabar com esse namoro que você sente que não vai a lugar algum, quando você quer ir.

Lembra do medo de escuro, que você aprendeu a ligar o abajur? Foi quando você descobriu que o medo não passa, mas a gente enfrenta. Você tateou e achou o interruptor. Bateu o dedinho no pé da cama, fez um roxo na perna, mas achou. Quando for terminar algo, é a mesma coisa. Vai dizer umas besteiras, se arrepender de outras, chorar por algumas. Mas vai superar, e achar a sua tomada. É só uma questão de tempo - e de coragem.


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sofrimento

A gente sofre. Todo mundo sofre. Porque repetiu o ano no colégio, reprovou a matéria importante, foi demitido, ou porque o time caiu pra segunda divisão. Acontece. O que muda são as reações. Tem quem chore, quem grite, quem desconte na pessoa errada, quem tente se matar em rede nacional de televisão. E tem aqueles que aprendem a viver com aquilo. Metade desses, sofrem até passar. Porque no fundo, a gente sabe que sempre passa. A outra metade faz de tudo pra que esse tempo passe mais rápido que a cronologia nos permite.

Confesso que eu sempre começo meus períodos de sofrimento fingindo que sofro mas que passa rápido. Antes, isso funcionava. Ou porque eu era mais nova ou porque não era realmente sofrimento. Até que um dia eu cresci e senti dor de gente grande. Foi quando percebi que, bom... A cronologia é nossa pior inimiga. A infeliz faz os números da data no canto direito do seu Desktop mudarem voando, mas cadê que dentro de você as coisas funcionam assim? Dentro de você as coisas simplesmente não funcionam como você queria.

Tem gente que reluta. NÃO QUERO E NÃO VOU SOFRER. Preciso também confessar que, às vezes, isso pode ajudar. Mas só às vezes. E só ajuda. Funcionar que é bom, necas. Todas as vezes então, nossa senhora - nem pensar. Oscilei. Cambaleei muito, nos últimos tempos. Dizem que foi pra aprender. Eu sei que foi, mas é essencial que se admita os erros. Admito, e com isso fui me forçando a mudar. Pára, que assim não funciona. Chega de mentir, de fingir. Pros outros e principalmente, pra gente mesmo. Não funciona e não faz bem. Vamos conviver com a dor, sem deixar que ela se apegue demais.

No meio do caminho a gente pensa que virou amigo da desgraçada, que não larga mais. Larga, sim. É a nossa mania que não saber até quando que atrapalha. Mas uma hora a gente se acha nesse meio de sofrimento, lembranças, tentativas quase sempre frustradas de fugir e pronto: o tempo passou. E não foi só: passou, e levou todo aquele sofrimento junto. É verdade que ele acabou deixando o vazio, que invariavelmente se confunde com saudade e a gente não sabe mais se são só lembranças ou se é vontade de voltar no tempo. No meu caso, são lembranças. Com as vontades eu aprendi a lidar, e agora elas sabem que só se manifestam se eu deixar. Hoje, eu não deixo mais.

Minha única vontade é de ser feliz, e de não permitir que me impeçam disso. Só se é infeliz quando deixam de se cuidar. De mim, cuido eu. Lembre-se que quando você deixou que outra pessoa o fizesse, ela resolveu que não queria mais. É nossa responsabilidade nos fazermos felizes. Faça-se feliz, sempre. Se alguém te ajudar nisso, ótimo. Senão, melhor ainda. A gente sempre se conhece melhor sozinho. Talvez pra saber melhor o que dizer pra quem escolhermos dividir nossa vida, um dia. “Olha, eu sou assim.” Ou simplesmente pra ter o que escrever no perfil do Orkut.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

E quando eu tento e a vida me prega peças?

- Tem gente que não some, né?

Foi o que minha irmã disse quando viu que certas pessoas não somem de nossas vidas, mesmo que o tempo passe, que sentimentos e qualquer ligação entre elas também. Acabou, cara, qual é a dificuldade de entender? Tá, entendeu, mas pra que contato? Que amizade é essa que nunca existiu antes, e mesmo durante nunca foi grande ou importante o suficiente para resistir a tudo?! Sim, eu posso estar exagerando. Mas é que tem gente que só sabe se curar cortando o mal pela raiz. Eu sou uma dessas pessoas.

Não consigo ficar amiguinha de pessoas que me traíram de alguma forma. Recentemente duas pessoas queridas o fizeram, cada uma à sua maneira. Cortei. A não ser que me peçam desculpas, que me façam entender que vale a pena voltar, se expliquem, sei lá, eu corto. Não quero manter por perto coisas ou pessoas que não me fazem ou não me fizeram bem de alguma forma. Infelizmente, isso pode se dever a terceiros. Claro que isso não existe quando o vínculo sai dessa ligação, mas no meu caso, não saiu.

E quando eu tento me afastar e andar pra frente, mas a vida me prega dessas peças, ou simplesmente as pessoas não entendem que eu quero ficar longe, que tudo isso é por opção e não coincidência? A gente tenta ser sutil, procura os melhores jeitos, mas nem sempre eles funcionam. Tem solução? Deve ter, sempre tem. Só que eu ainda não achei. Está lá, me olhando, aquela ligação não atendida, aquele número que eu quero mas não devo armazenar no celular. Aquela mensagem que eu quero apagar, aquela autorização que eu quero negar mas tenho receio. Está lá aquela janela de MSN me chamando.

Está tudo lá. Esperando. E nem sei por que, se eu já não espero mais.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quem espera, quando alcança?

A frustração é uma das piores sensações que uma pessoa pode sentir. É a perda de um sonho que se criou, muitas vezes sozinho sem nem perceber. É ver morrer todo um projeto, todo um planejamento grandioso, que muitas vezes não fazia parte da vida de outrém. O ser humano tem a péssima mania de querer que os outros saibam o que ele está pensando, ou de querer alguma coisa tanto quanto ele quer. É incrivelmente difícil entender que os sonhos mudam de pessoa para pessoa, e que nem todo mundo é obrigado a ter os mesmos planos do próximo, mesmo que isso signifique também não fazer nada para atrapalhar. Esperar alguma coisa que pode não vir é frustrante, mas saber que essa possibilidade não é mais remota, mas inexistente, chega a ser triste.

Quando se aposta todas as fichas em algo, a probabilidade de perda é de cinqüenta por centro - sempre. Em jogo, esse número varia pouco, e a não ser que o jogador seja um gênio da matemática, sabe que depende da sorte. Sendo as fichas na vida real, do lado de fora da mesa do carteado, não é bem assim que a banda toca. As probabilidades costumam oscilar consideravelmente, assim como a torcida pela sorte, ou pelo final feliz, aumentam ainda mais. Vêm as esperanças de que tudo vai dar certo, o certo que cada um considera e acredita ser único. Só que não é bem assim. Regras, atitudes e comportamento humanos variam mais do que humor feminino naquela semana X do mês.

Esperar por palavras que não serão ditas, pessoas que não voltarão, seja para sua vida, para o seu lado ou daquele país para onde foi passar as férias. Não esperar é ainda mais complicado, porque no fundo, sempre se espera. E o problema da espera é que, mesmo não explícita, frustra do mesmo jeito. Uma amizade não recuperada, um pedido de desculpas que nunca chega, uma carta que se perdeu no caminho. Um emprego novo que não saiu, a promoção que não foi desta vez. Logo você, que batalhou tanto para isso, no quesito querer. Fazer por onde, talvez não tenha feito, mas você quis muito. Só querer não basta. Às vezes, nem fazer. Fica por conta da sorte, do azar, ou seja lá de quem for a conta.

Depositar todas as fichas que se tem em algo, seja que algo este algo for, é frustante. Ou ao menos pode ser - as chances são grandes. Principalmente quando não depende de um lado só. Se fosse por vontade nenhum time de futebol perdia gol, jogo ou campeonato. Mas não depende da torcida, nem da mera vontade dos jogadores e dirigentes. Assim como querer uma ligação não depende só de um lado da linha. Mesmo que uma parte queira e faça por onde, como é que se explica quando o lado de lá não quer e ponto final? Porque frustar-se dói, e expectativa quebrada também. Falta de esperança deixa vazio, e excesso pelo que é tão escasso traz tristeza. Quem espera alcança, um dia. Que talvez nem exista no calendário daquela relação.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Destino e blá blá blá

Me cadastrei num site de astrologia. Todo dia recebo no meu e-mail minhas vibrações, o que posso ou não fazer de bom, tirar proveito, essas coisas. Gostando/entendendo/se deixando guiar pela astrologia ou não, sinceramente não faz muita diferença. De qualquer maneira, sempre rola algo de interessante, que seja uma mensagem positiva. Aí vai a minha de hoje:

(...) É curioso observar, Nina, como muitas vezes passamos dias, às vezes até meses e anos mergulhados numa chateação ou ressentimento. Remoemos aquilo, até que de repente - bum! - a coisa passa. Em geral, são nos ciclos positivos de Marte com a Lua que a pessoa simplesmente "espana a poeira" e se livra de emoções chatas que não lhe servem mais. E este momento, para você, é agora! (...)

Coincidência, destino ou babaquice da minha cabeça, esta semana andei pensando muito em como tenho me deixado ficar no passado. Como bem disse 'o site', remoendo até passar. Já passou, e eu permaneço nessa. Só que eu cansei. Fui deixando os ressentimentos em mim pra ter sobre o que escrever aqui no blog. Por mais que eu não sinta mais tanto assim, na hora em que escrevo, uns restinhos me vêm. Hoje, não quero mais que venham. Mas nem é por isso que comecei a escrever.

Nesse mesmo site, aprendi hoje que posso calcular minhas chances de dar certo com este ou aquele carinha. Bom, no mínimo eu posso ver como ele é e como devo agir. Você digita dados da pessoa, manda os seus e o sistema calcula. Li sobre mim e caiu IGUAL. Meu signo e meu ascendente SEMPRE foram a minha cara, mesmo eu não querendo admitir algumas coisas. Resolvi digitar os dados do 'carinha'. Na verdade foram três.

O primeiro deles, de quem eu mais sabia informação pra preencher, deu tudo errado. Os outros dois, CERTINHO. Sério, fiquei chocada. E olha que eu sou meio incrédula com algumas coisas. Fiquei surpresa, blá blá blá, mas o caso é que fiquei também intrigada. Com o primeiro e mais óbvio deles, de quem eu mais tinha informação e portanto deveria ser o mais próximo, estava mesmo errado.

Comecei a pensar se eu realmente o conhecia. Ou se ele me deixou conhecê-lo. Eu sempre tive receio de pessoas que mudam da água pro vinho quando namoram e quando ficam solteiras. Será que ele mudou por conta da relação? Acho que eu nunca vou saber. Acho que eu nunca vou conhecer de verdade quem era aquela pessoa com quem eu um dia pensei em dividir o resto da minha vida.

É esquisito, não sei pra vocês, que já namoraram tantas vezes, por tanto tempo. Sou leiga no assunto, nunca neguei. É que eu simplesmente não consigo entender como ignorar amores-da-vida, como deixar pra lá da noite pro dia, se ainda há amor. Não consigo, vai além das minhas capacidades. Mas superar, não. Isso eu aprendi com o tempo, que como li hoje no blog de um amigo, sara. O tempo me sarou. Tô curada de você.


Só um parêntese: EU SEI que é idiota acreditar nessas coisas, ainda mais por site, mas quem liga? Comigo deu certo, eu gostei e isso que importa. Querem conferir? Acessem http://www.personare.com.br se cadastrem e depois me contem como foi. Ok?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poesia

A verdade é que eu sentia
É, eu sabia
Que te perdia
Acho que te via
Escorregando das minhas mãos
E as palavras
Também escorregadas
Iam-me saindo
Sendo cuspidas
Eu te cuspia da minha vida
Com consciência
Apesar de medo
De te ver indo embora sem olhar pra trás
De te ver indo embora
Sabendo que não voltava mais
Você já tinha me avisado
E eu via
Todo o sofrimento
Que eu mesma me causava
E eu via
Todo o futuro melhor
Que eu mesma plantava
Te mandando embora
Mesmo que sem conciência

Eu queria tanto te ter pra sempre
Eu sabia tanto que não teria
Porque não dava
Porque no fundo, no fundo
A gente não combinava
E eu sabia
Mas não falava
E você falava
Mas não sabia
Que era tão sério assim
Que causaria um adeus
Que seria por isso o nosso fim

E aí foi
Foi aí que você se foi
E eu fiquei
Ou eu que fui e você ficou
Minhas impressões variam a cada dia
Minhas certezas oscilam a cada poesia
Só sei que fomos pra longe
Um do outro
Talvez ambos ainda nos saudamos
Talvez essa saudade doa
Talvez não
Uma música que faça lembrar
Uma ligação

É tanta coisa que eu tenho
De quando eu te tinha
É tanta mágoa que ficou
Tanta hipocrisia
Que por mais palavras
Por mais rimas
O que eu realmente queria
Nem é mais te ter
Eu queria só saber
Que te olhando, assim, normal
Meu coração não dispararia
Como a bateria do Salgueiro no carnaval.

Nina Lessa
24/11/2008 às 16:39

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não volte

A verdade é que eu morro de medo de você voltar. Pra minha vida, que digo. Eu sei exatamente onde posso te ver, e é por isso que evito. É, eu evito. De uma maneira perfeitamente bem administrada, pra que ninguém perceba. Acho que funciona, ou pelo menos ninguém nunca me disse que sabe desse meu medo. Aliás, desse meu pavor de te encontrar por aí. As últimas vezes em que pensei em você, recebi uns sinais de vida. Umas ligações aleatórias, que mesmo não sendo suas eu sei que a procedência ao menos é. E-mails estranhos, e lá vem uma foto sua. É o universo conspirando a favor do maldito 'o tempo só parece que passa'.

É impressionante como o tempo passa sim, como a gente muda e o mundo vem mudando com a gente. Forma-se em faculdade, sai dessa empresa, vai pra outra, malha, pára de malhar, corta cabelo, emagrece-engorda, muda os óculos e tira o aparelho do dente. Não tenho te visto nem tido notícias suas por opção, é verdade. Aviso logo: não quero nem saber. Se está bem, se está mal, solteiro, casado ou prestes a ser pai. NÃO ME AVISA. Têm me respeitado, os poucos porém bons amigos que já levaram tanto fora ao me perguntarem de você.

O caso é que vi sua foto sem querer, uma foto que eu já até tinha visto. O coração bateu mais forte. Não porque eu ainda te ame, e nem porque deixei de amar. Eu não sei. Deve ter alguma coisa, senão esse texto nem estava sendo escrito. Mas também tem muita coisa que existia mas não mais, senão eu não acabava esse texto e ia correndo me arrumar pra continuar com a vida que venho levando sem você. Eu aprendi a viver sem você. Não vou dizer que é melhor nem pior, e que é diferente não sai do clichê. Digamos que você me fez aprender muita coisa quando estivemos juntos, mas eu aprendi muito mais quando você resolveu que eu não era mais o amor da sua vida.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não sou desse mundo

Às vezes eu acho que não sou desse mundo. Só pode ser. Ou tá todo mundo maluco. O que eu não acho, sinceramente. As coisas, pra mim, andam meio de cabeça pra baixo - em todos os sentidos. Isso já vem acontencendo há algum tempo, mas na última semana me assustei um pouco mais. Perceba se eu estou sozinha:

Vi um ex-casal (casal este que ficou junto o tempo que meus pais ficaram, e mesmo que quatro anos não seja muito, foi o que bastou pra que eu existisse, então para mim está valendo) ficar com outras pessoas, uma na frente do outro, um casal AO LADO do outro. Sério. É só comigo ou isso parece surreal? 'Ah, que isso, normal'. NORMAL? Parece que estão separados há alguns poucos meses. 'Não há mais sentimento?'. Então o que é essa necessidade de fazerem isso? Pra mim, à toa é que não é. E eu ouvi quando um deles disse pra um(a) amigo(a): 'você acha que João/Maria tá ficando puto(a)?'. Ok, pode ser que João/Maria não estivesse. Mas eu não nasci ontem, e quando as pessoas beijam olhando pro outro lado, mais precisamente pro ex-par, ah, meu amor, se isso é 'não ligar', então eu não sei mais o que é se importar, honestamente.

No mesmo dia, vi dois supostos casais na pista de dança. Se esfregando, beijos na nuca, no pescoço, no braço. Achei que estavam juntos, logicamente. Rá rá rá. Quem disse? Cinco músicas depois, uma delas beija um dos rapazes. A outra puxa a amiga e pergunta 'vai ficar com ele?' (como assim, 'vai ficar'? Se beijar não é mais ficar, meu Deus, o que é?). A amiga disse que sim, e a outra 'então vou ficar com esse, né? Aff, tu é foda!'. E beijou o menino. Com a maior cara de nojo. Oi? Se ela estivesse bêbada, ainda assim ia fazer besteira sem desculpa, mas pelo raciocínio, pela raiva da amiga, bêbada onde? Pas-sa-da. Saí da pista e fui pegar outra cerveja. Ou eu estava muito sóbria ou o mundo mudou drasticamente da minha adolescência pra cá. Ou sempre foi assim e eu que nunca vi?

Fiquei chocada. Será que eu ando me chocando com pouco? Pensei que sim, vai que estou muito retrógada? Passei pro lado profissional da coisa. Na mesma semana, dei uma olhada nos textos de uns coleguinhas (jornalista e aspirante se chama assim). Me deu mais revolta do que tristeza, saber que um dia essas aberrações da língua portuguesa não só farão parte da concorrência (o que é bom, quanto a esses eu me garanto) como farão, sei lá, parte da minha equipe. Rezo para que o bom senso do próximo exista e estes sejam limados antes da formatura. Minha mãe me consola quando diz que esse tipo tem e de monte por aí, em qualquer área. Eu sei, eu sei. Mas rezo pra que mude. Ainda tenho um ano. É só comigo ou isso também te dá medo?


Costumam me chamar de maluca, às vezes. É, porque eu costumo falar o que penso, ser sincera e não fazer joguinhos, fingir uma coisa sendo outra. Sempre agi assim, e quanto mais velha, só piora. Venho lutando contra a falta de noção, às vezes eu escolho palavras menos adequadas. Mas sempre sinceras. É só comigo ou a mentira virou 'olá'?! ÓBVIO que todo mundo mente, em tudo na vida. Pra não magoar conta-se mentirinhas aos montes, nunca fui muito Poliana, mas vamos combinar que tem gente que faz da mentira melhor amiga. Quanto a isso eu sou vacinada quase que diariamente (porque não sou Poliana mas sou filha de uma), mas ainda assim, vai dizer que não dá medo, aquela 'coleguinha' elogiar o casaco do outro e depois dizer que era ridículo, e logo depois a mesma 'coleguinha' elogiar o SEU boné?! Dá, sim.

Se me virem vagando pelas ruas olhando para o horizonte procurando meu lugar, não liguem. Dizem que de 7 em 7 anos a gente passa por uma crise existencial. Ou é só TPM.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A ficha

Demorou pra cair minha ficha, eu admito. Meu tempo às vezes é meio lento e se recusa a acompanhar a cronologia, paciência, já me acostumei com isso. Mas a ficha cai. Hoje caiu. A culpa não era mesmo sua, nunca foi. Você só errou quando achou que era minha, mas tudo bem, eu também te culpei por tanto tempo que já o perdoei.

Sabe, quando a gente sente que o amor acaba, pode ser meio apavorante. A gente começa a achar que é melhor ficar amando em vão, sem reciprocidade, com sofrimento. A gente diz que não, que prefere esquecer, mas a verdade é que não amar é mais solitário, e a solidão assusta. E me assustou. Fiquei mantendo um sofrimento que já não existia. Chamei a saudade de dor de amor. O que não deixa de ser, mas a verdade é que a minha ficha caiu.

Acordei hoje e percebi que acabou. Tudo, acabou. O amor, a vontade de voltar, de querer tentar de novo. Acabou a pontinha de esperança que poderia dar certo, fim da paciência pra esperar esse dia chegar. Perdi até o desejo de querer esclarecer o que ficou mal entendido, exigir algumas respostas, essas coisas. Perdi até esta vontade. Deixa pra lá, se tiver que ser assim, que seja.

Caiu a ficha que acabou tudo sim, não tem jeito. Uma hora, já tinham me dito, ia mesmo acabar. Ia ficar o vazio, dava medo mas era preciso encarar. A ficha caiu, e eu também caí na real. O vazio não me incomoda mais. E quando incomodar, vou tratar de aproveitar. Como é que se aproveita 'estar solteiro', perguntou-me ontem uma amiga minha. Pra mim? A falta. De uma companhia constante? É, verdade. Mas também falta dor.

E de dor a gente sempre já tá legal. Né?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quando a gente não se leva a sério

Pode não parecer, mas eu levo muita coisa a sério na minha vida. Responsabilidades de faculdade, estudos, carreira, planos, trabalho, amizades, namoro. Demorei para descobrir tudo isso, é verdade, mas depois que admiti, venho tentando melhorar. E já começo me explicando "cara, foi mal, mas eu sou muito perfeccionista". MUITO. É por isso que, hoje, pra eu começar um namoro, ah, é preciso muito mais do que paixonite. Aliás, ela nem experimenta se manisfestar muito, pois é ciente da lista de coisas mais importantes. No quesito amizades, é preciso muito treino pra entender que nem todo mundo pensa e age como a gente espera, e essas diferenças são o que fazem uma amizade. Eu tô aprendendo. Na faculdade, brigas e mais brigas por causa de nota, trabalho em grupo, eu sei e reconheço: sou uma pentelha.


Mas hoje, eu resolvi não me levar a sério. Pelo menos por uns dias, em algumas coisas. Sei lá o dia de amanhã, sabe? Hoje a gente tem coisas que amanhã pode não ter mais, e vice-versa. Perde-se e ganha-se tão rápido, tão 'do nada', sem esperar ou estar pronto. Por isso, e por outros motivos pessoais também, resolvi me levar menos a sério, e com isso levar os outros menos a sério também. A não ser que me peçam, as coisas vão ficar mais leves pra mim. Sem contar com as coisas ou pessoas, vou tentar estar aberta aos imprevistos que eu tanto detestei um dia, quando fazia planos de absolutamente tudo. Hoje, eu vou por aí, talvez pra me desligar de mim, quem sabe? Vou sair sem destino, sem saber por onde nem o que me espera. Não espero, e não quero que me esperem também.


Se eu tiver que achar, que ache. Se tiver que ser achada, que seja. Sei lá. Esse negócio de planos já me aborreceu demais, vou dar um tempo. Quanto? Até me provarem que eles podem fazer sentido, e mostrarem que 'a reciprocidade existe, Nina, tu vai ver'. Eu vejo, claro. Acreditei e deixei de acreditar em final feliz tantas vezes que imaginem! Plano desfeito hoje é pinto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Simples assim

Nunca tive muito talento pra namorar. Ou pelo menos não pra esse tipo de namoro que as pessoas costumam ter. O que eu acho engraçado, porque na teoria costumam querer uma coisa, mas na prática têm outra completamente diferente e não fazem nada para mudar. Exemplifiquemos: se o cara não sai com os amigos, é porque ele não quer. Rola uma regra básica nos relacionamentos, onde quando um sai, o outro também tem o direito de sair. Elas por elas. Fuxicam-se Orkut, computador, celular, a vida inteira, vasculhando pra encontrar alguma coisa que de repente nem existe, mas a imaginação do seu humano não conhece limites e uma pulga vira um elefante albino em meio segundo de 'a-há! Eu sabia! Quem é PRISCILA CHEFE?!'. Bom, pode ser a chefe dele, mas você estava tão doida gritando descontroladamente que meia dúzia de vizinhos já veio na janela ver do que se trata. Sem necessidade.

Toda essa teoria das supostas relações perfeitas eu sempre quis levar na prática. Qual é o problema se você querer jogar bola com os amigos? Vá, meu querido, seja feliz porque amanhã é dia de chopp com as meninas e eu também serei feliz no meu momento. Não porque você jogou bola hoje e tem que ser 'elas por elas', pelo amor de Deus, isso não existe. A noite de chopp das amigas sempre existiu, independente de namorados e de quais namorados. Simples assim. Fuxicar a vida só vai trazer problema. Se há alguma coisa, perceba pelos sinais, e não por mensagens que podem não significar absolutamente nada. Acreditem, existe mulher/homem com segundas, até terceiras intenções, mas não generalizem. Perdi a conta de quantas namoradas estéricas de amigos meus me odiaram mortalmente simplesmente porque eu conheço o namorado dela uns 10 anos e bom, o que fazer, amigos têm intimidade! É saber diferenciar esses dois tipos, simples assim.

O meu problema sempre foi querer fazer o que eu falava, viver a vida da maneira que sempre preguei. Não para provar nada pra ninguém, até porque nem pra mim mesma eu consegui provar, mas é que eu simplesmente não consigo dizer uma coisa e ser outra; não dá. Eu sempre fui essa mesma pessoa, claro que mais madura conforme o tempo e as coisas foram passando, mas sempre a mesma, gostando das mesmas coisas, e desgostando também. Que as mudanças que ocorrem não sejam pelo bem de outra pessoa que não o meu, pelo menos em primeiro lugar. Simples assim. Toda essa paixão pelo 'faço o que eu falo' tem me rendido brutos e/ou incompreensíveis términos de namoro. 'Cara, você tem noção que a relação não dá certo porque você não me aceita como eu sou, sabendo que eu sempre fui assim?'. Não sei se as pessoas têm noção. O bom disso tudo é que hoje eu tenho, e fico feliz em dizer que sou um camaleão e me adapto fácil em qualquer lugar. Mas minha essência, garotão, essa não muda mais. Nem tenta.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poesia - em 14/10/2008 às 00:02

É sempre assim
Quando eu acho que já vi o fim
A bendita luz no fim do túnel
Você ressurge
Das cinzas
Sei lá de onde você se meteu
Só quero saber por que a volta,
Pra que cutucar de vara curta?
Olha à sua volta
Tu não disse que tava bem?
Pra que às vezes surta
Pega o maldito telefone
E me perturba?
Sabendo que não sei te dizer não
Por mais que depois de todo esse tempo
Eu devesse ter aprendido
Pois não
Ainda não
E se sabe,
Qual é a graça de me ver desgraça?
Você ri sabendo que não te esqueci?
Te massageia o ego, né?
Aposto que é porque ainda me quer
Porque se eu não te fizesse diferença,
Se minha presença não difere da ausência
Eu até acreditava
Em possessividade maníaca, vai saber?
Mas tu sente minha falta
Posa de forte mas tua carne também é fraca
Porque tu me conhece
Mas eu também sei bem quem é você
E ama.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Exageros do coração

Hoje um amigo da faculdade achou que eu tava mentindo quando disse que passei maus bocados de um ano pra cá, que fiquei sozinha, desamparada, triste mesmo. Eu disse pra ele que posso não ser depressiva, mas que finjo bem e nem parecia que por dentro eu estava definhando.

Sentei pra escrever esse texto e já questiono o estava, porque estar eu não estou mais, sinceramente. Graças a Deus, mas principalmente, felizmente. Não mais. Não mais? Será que eu não estava exagerando e essa dor toda que eu achei sentir era mais achismo do que realmente dor? Não que não doesse, eu senti, pô. Mas era uma dor real? Eu realmente achava que ia ser feliz ali pro resto da minha vida?

Porque o ser humano adora fazer pose. Ah, eu me via casando, rapaz, de véu e grinalda, pensava nas crianças, nos nomes que a gente ia dar. Via nele o pai dos meus filhos. Via? Não sei se você olha pra sua ex hoje e consegue imaginar aquela moleca, que fez um Orkut uma semana depois de você terminar com ela e ficou mandando mensagens nada subliminares pra você pelo perfil do site, disse eu pro meu amigo. Ele não concordou, mas também não disse nada.

Um outro amigo nosso bateu no peito que sofrer é babaquice e ele partiu pra outra muito rápido depois da ex. Com quem ele namorou 2 meses. Nada contra as relações-relâmpago: algumas das minhas perduram à duras penas até hoje. Porém, aprendi que o tempo traz muita coisa, e amor acaba sendo quase o de menos perto do buraco que uma rotina nos tirada faz. Falta da companhia, dos segredos que você contava - vai contar pra quem, agora?

Hoje, o segundo amigo namora há 3 meses, eu acho. Está feliz, também acho eu. Espero que esteja. E que se apaixone. E que não entenda as coisas que eu disse na nossa conversa de hoje, que não sinta as faltas que eu tive que sentir. Mas, se senti-las, que me procure. É muito bom ter um rosto sereno, que na hora das nossas lágrimas penosas, completamente desesperançosas no amor e na felicidade a dois, nos olhe com aquela cabecinha de lado, sorria e só relembre: confia e mim que passa. Te prometo que passa.

Obrigada eternamente por essa força, mãe. Dentre outras, pra começar a ser adulta foi nessa que eu mais me apoiei.

domingo, 21 de setembro de 2008

Devaneios e pedidos

Eu tô completamente apaixonada por você. Não sei dizer desde quando, nem como, só sei que eu tô. Só pode ser, ou por que eu ficaria tão nervosa só de pensar que você pode estar em algum lugar e eu também? Meu coração dispara, parece que vai sair pela boca. Eu não consigo nem te cumprimentar. Você já percebeu? Acho que já. Evito te olhar pra que você não perceba meu nervosismo, minha tremedeira. Me sinto como se tivesse 15 anos, apaixonada pela primeira vez. Fico pensando o que você acha de mim, e com medo de falar alguma besteira, eu simplesmente não falo nada. Você já deve ter percebido pelas poucas vezes que eu tomei coragem e falei qualquer coisa com você. Gaguejo, falo um monte de coisa nada a ver com nada, nem parece que sou praticamente uma jornalista formada, que fala em rádio e grava programa pra televisão. É como eu disse, voltei a ter 15 anos, a ficar escondida atrás da pilastra do pátio do colégio pra te ver passar, sempre de longe. Fico sonhando com as coisas que eu queria te dizer, com todas que eu imagino você me falar. Porque você também me evita. Não sei se é porque não gosta muito de mim, ou se, como eu, gosta tanto que tem medo. E como você, eu também não sei dizer medo de quê. De perder uma amizade que nunca tivemos? De ficar um clima ruim, mesmo não nos vendo nunca, e morando tão perto? Medo que eu te magoe, te faça sofrer ou nem corresponda o que você sente? Ai, como eu queria coragem, só um pouco de coragem, pra chegar perto de você sem tremer por nervoso, mas por ansiedade, que meu coração não bata forte por medo, nem que minhas mãos tremam de agonia. Coragem pra te dizer que, se você gosta de mim também, relaxa e me conta, porque a reciprocidade é verdadeira. Vê se perde o medo antes de mim...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Só por hoje

Eu sempre pensei que o término de uma relação simplesmente segue os mesmos passos de uma desintoxicação. Alimentar, de álcool, de drogas, de cigarro. Antes de mais nada, é preciso estourar a bomba, chegar num ponto em que não dá mais. Uma briga irreversível (?), uma mentira imperdoável descoberta, falta de amor ou pé-na-bunda. Alguma maneira de deixar claro que acabou; uma overdose, um problema sério de saúde, queixa na delegacia, um camarão ruim.

Depois, é preciso que você queira. Porque ninguém consegue se não quiser, não tem Cristo que faça este milagre. Procura ajuda, ou aceita a que lhe foi dada. Interna-se, joga as garrafas fora, faz promessa, não entra em Orkut. Esquece que o telefone existe, procura os amigos, pára de freqüentar certos lugares, faz uma viagem. Permita-se um tempo, dá-se esse tempo. É preciso.

É preciso que se saiba: o começo é assim mesmo. A gente sofre de abstinência, chora, treme, sente frio e calor ao mesmo tempo. Mente pra si mesmo, achando que os outros acreditam. Tenta fazer escondido, sofre, e a dor é real, chega a ser física. É assim mesmo, quando a gente está acostumado a alguma coisa e de repente não tem mais, a tendência é se perguntar por que, sofrer por isso, inventar desculpas. Vale a pena tudo isso? Vou desistir.

Demora, tem gente que dessa fase não passa, mas pra quem foi adiante, começam os remédios. Você está limpo, mas sabe que ainda não está forte. Vai enganar a quem? Fica longe mesmo. Geograficamente, mentalmente, evite. Sai pela tangente, não vai lá porque sabe que vai encontrar. Um copo de cerveja, um maço de cigarro, ele. Pra que a cura seja definitiva, é não e pronto. Pelo menos enquanto a certeza de que se está forte o bastante não existir.

Mas agora você já sente o cheiro da tequila e não morre de vontade. Olha de longe aquele cigarro, fecha os olhos e vai embora. Ouve o nome dele e tudo bem, o coração bate mais forte mas pode ser porque você subiu muito rápido aquelas escadas, por que não? Você ainda não consegue negar um copo se te oferecem, não agüenta um tabaco tão perto, reza pra que seus caminhos não se cruzem, mas o caminho é esse.

Um dia você acorda e percebe como sua casa é mais cheirosa sem o cigarro. Até sentir o gosto das coisas você já vem conseguindo, olha que legal. Podem beber, eu fico na Coca. Ah, ele perguntou por mim? Não, não quero saber como ele vai, obrigada, estou bem assim. Mande lembranças, e que ele seja feliz como eu sou hoje, que ele encontre a pessoa certa que eu nunca seria, e hoje sei que não. Por que ele é demais pra mim? De menos? Não. A gente só não se encaixa do jeito que eu pensava. Parei de beber.

sábado, 13 de setembro de 2008

Os Sinais

Como é mesmo o número dele?; tá, aquele perfume eu sei, mas e do dia-a-dia?; nossa, só falei nele 2 vezes hoje...; nossa, Nina, um ano?; ah, que se dane se ele estiver lá, não vou deixar de fazer as minhas coisas por isso; 'Nina, eu acho que você só ACHA que gosta dele...'; 'tô apaixonado por você' 'hehe já já é minha vez...'; peraí, é isso mesmo que eu tô gostando dele? Mas eu achei que ainda amava o último...; por que quando eu olho pra ele, meu coração bate mais forte?; eu, nervosa por causa de um cara? Gente.. Quanto tempo eu não sabia o que era isso...; bem que minha mãe me disse que passava...; gente, a música tá quase acabando e eu só fui lembrar dele agora?! E bem na nossa música? Acho que pode ser um sinal...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Emprego x Relação

Uma cena que me chama a atenção toda vez que assisto O Diabo Veste Prada é quando um dos assistentes de moda fala pra personagem principal que quando o relacionamento da gente está em crise, é sinal de que estamos em ascenção na vida profissional. Término de relação? Promoção certa no cargo. Se isso é regra ou balela, não sei, mas garanto que é bem menos irreal do que se imagina. Não só pela questão do tempo, mas pelo foco. Infelizmente, por mais que uma mulher consiga dar conta de mil coisas ao mesmo tempo, alguma delas acaba saindo errado, ou pelo menos com menos perfeição do que poderia. Com a bem/maldita idéia de que ninguém é perfeito, aí mesmo que as pessoas se perdoam quando as coisas não saem tão bem quanto poderiam, ou deveriam. A gente sabe que tem capacidade pra fazer melhor, ou sabe que podia ter tentado mais, mas pra quê? Ninguém é perfeito, por mais inteligente que seja, ou por mais talento que detenha. Pra mim, falta de foco é o nome mais apropriado para a "falha". Claro que a gente sempre consegue um equilíbrio, e dependendo da dedicação, pode ser um equilíbrio mediano, cansativo ou "quebra-galho". Pode parecer piegas, mas a compreensão, principalmente nessas horas, é fundamental. Na falta dela por parte de terceiros, a gente vira cinco e vai à luta, colocando nos classificados amorosos do google um carinha compreensivo, que entenda essa nossa jornada maluca. Eu prometo (tentar) entender a dele.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Devaneios parte IV

Acordei hoje e lembrei do seu cheiro. Ou senti em alguém no caminho pra faculdade, não sei. Sei que lembrei, e parei pra pensar que oras, se lembrei, será que é porque eu tô te esquecendo? Outro dia quis ver seu rosto e tive que procurar numa foto, veja só. Confesso que o fundo de felicidade foi BEM fundo, mas preciso adimitir que me bateu uma desesperança. Sabia que ando sem esperanças no amor? É. No amor que eu pensei ter um dia, que eu pensei ser pra sempre. Será que eu tinha? Será que ele realmente existia? E digo mais: da sua parte E da minha. Preciso admitir que não sei mais. Fico feliz em ver o sofrimento se afastar um pouco mais, claro que fico. Mas me bate uma pontinha de dúvida: tanto tempo em vão? Era só pra eu aprender a fazer direito - a amar, quem sabe - da próxima vez? Minha mãe acha graça quando lê minhas questões. "Ah, Nina, é sempre igual. Um dia passa, você vai ver". Eu sei, mãe, tá até passando. Mas a sensação de ter desperdiçado tempo, dedidação, sentimento, e até de ter doado uma boa parte de mim, ah, que me desculpem minha mãe e quem já passou por isso: essa sensação existe. Só não sei se passa.

Só pra constar: eu não escrevo mais do Maceió Brasil porque o site tá fora do ar! Também sinto falta dele, Rodrigo, mas tenho que esperar as coisas normalizarem por lá, por isso ando escrevendo os textos todos aqui. Bom, desde que você me visite aqui e lá, tá tudo certo! :)

Constando 2: Ah, Karina, quer dizer então que você me ouviu na rádio? Que bom! Aliás, tô aqui nesse momento... Amando, diga-se de passagem. Ouçam, pessoas, e me digam o que estão achando da minha performance como repórter esportiva! :)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Devaneios parte III

Porque tem dias, como hoje, que eu me arrependo. De todas as coisas que eu te disse, e de todas que ficaram engasgadas. Engoli todas elas, que volta e meia me aparecem, loucas pra dizer. Mas eu não deixo elas te falarem que eu ainda gosto de você. Não acho que você tenha que saber. Não que eu ainda ache que te amo, é que me arrependo, vez ou outra. Como hoje. É uma mistura de sentimento, de ódios. Eu penso em todas as coisas que você me disse - nenhuma eu queria ouvir. Penso no que você podia ter me dito, e no tempo que já passou demais pra esquecer um ano. Foi tanta coisa que mudou, que confesso: me assusta quase nada ter mudado aqui dentro. Pelo menos em dias como hoje, que eu já nem me esforço pra não lembrar; esqueço que prometi evitar falar de você. Dane-se. Tem dias que já não faz a menor difereça o que passou, o tempo que foi junto e tudo que mudou também. Mudou mesmo? Será que você usa máscara, como eu? Se esconde atrás do silêncio, enquanto eu fujo nas palavras? Tenho medo que você me leia, e tenho medo que não. Lendo, você pode pensar que sou teatral, coisa de artista. Que tô fingindo dor em prosa, texto, em poesia. E me deixe pra lá, maldita que brinca com o sentimento alheio. Mas não lendo, você pode me ver e achar o que eu quero achem. 'Tudo bem, tudo indo. Sofrer faz parte, tô em outra.' Só você pode saber que não. Será que você sabe? Porque eu não sei de você. Tenho medo de ver que você tá melhor sem mim, e me olhar no espelho vendo que tô pior sem você. E pavor de saber que você tá como eu, e não faz nada pra voltar. Como eu.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Aqui eu escrevo, mas também sei falar!

Bom, aqui é meu espaço pra falar sobre devaneios, reais ou não, meus ou não, sinceros ou não muito - quase sempre exagerados. Quem me conhece que o diga. :) Gosto de aparentar o que não sou. É bom que as pessoas precisam ser nada preconceituosas pra me conhecerem a fundo.

Como todos - ou quase todos - que me lêem aqui sabem, eu faço jornalismo. Se Deus quiser, me formo no final do ano que vem.

Enquanto isso, venho fazendo estágios e aprendendo cada dia mais.

Nessas, estou fazendo parte da equipe de esportes na Rádio Transamérica. Faço reportagens, dou notícias e placares de jogos simultâneos no ar, leio e-mails e atendo telefonemas de ouvintes.

É, você vai ouvir a minha voz: é a voz feminina porém rouca, não tem como confundir.

O programa vai ao ar todo dia que tem jogo de time carioca, ou seja, praticamente toda quarta e quinta à noite, e sábado e domingo à tarde.

Hoje, por exemplo, eu tô no ar. Pra quem mora no Rio e ouve rádio, é só sintonizar na 101.3 a partir das 22hs. Tá na Internet? Faça o mesmo que qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo: no mesmo horário, acesse www.transanet.com.br/rjpop e clique em OUÇA AGORA no canto superior esquerdo da primeira página do site.

Gostou? Quer comentar sobre o jogo? Mandar uma letra prum amigo, namorada ou jogador do seu time? Manda pro promorj@transanet.com.br que a gente lê no ar! Fala que me conhece e eu leio. :)

Quer participar ao vivo? Liga pra (21) 3878-2929 e me manda um alô!

É isso, tomara que dê pra vocês ouvirem. Se não hoje, amanhã sintoniza ou entra no site a partir das 20hs que lá estarei novamente, no jogo do Botafogo x Atlético Mineiro, pela Copa Sulamericana. Depois, só domingo a partir das 16hs.

Beijo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Devaneios - parte II.

Eu já não sei te amo. Nunca cheguei nesse ponto, se amo e não sei mais, ou esqueci mas não tudo. Não sei que nome tem isso. Isso, essa falta que às vezes sinto - já não sei se é de você. Não sei porque nunca tive outro amor. Será que se eu já tivesse tido, a falta seria do sentimento, da sensação no coração? Sei lá. Tenho saudades de namorar, às vezes, mas necessariamente de namorar você? Não sei. Eu, sinceramente, não sei. Confesso que às vezes esqueço suas feições, mas jamais de certas frases. Não consigo lembrar do seu gosto, nem do cheiro, mas do toque, do carinho, das preferências, eu lembro sempre. Esquisito. É um passado tão distante, que por vezes se faz tão presente, que me assusta. Tenho medo de te ter no meu futuro em qualquer lugar que não seja do meu lado, ou definitivamente pra trás. É esse meio do caminho que me incomoda, esse passado que ainda não foi de vez, e esse futuro que teima em não chegar. É esse não saber que me irrita e aumenta minha dúvidas, quebra minhas certezas e me tira as palavras que descrevam como eu tô. No momento, eu só sei que tô sozinha.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Devaneios - parte I

E quando eu acho que as coisas estão melhorando, o destino trata de me fazer tropeçar. E todo o tempo passado, todos os degraus caminhados somem num segundo. É como se tivesse sido ontem. Que te tinha comigo, que não tinha te perdido. É como se tantos dias, tantos meses simplesmente não passassem de cronologia. No meu mundo, no mundo de quem não esquece, a contagem não é bem essa. A gente leva, e quem vê não diz. Em certos casos, nem quem ouve. Quem sabe, quem sente, costuma esconder. No máximo, deixa subentendido. Porque o silêncio dói demais, mas o fio de esperança infundado é de dar dó. E a gente já sabe os estereótipos: aquele que finge dor, e aquele que sente em vão. Os que vivem nesse meio do caminho por tempo demais se perguntam onde erraram que nem perceberam. Eu me perdi, nesse imenso "tô vivendo pra aprender." Eu tô, os dois. Mas cheguei num ponto que já acho melhor sobreviver e permanecer na ignorância. Quem aprende a sofrer é mais forte? Tenho a impressão que não - quem sofre demais perde a coragem de tentar de novo. E eu não quero ser assim.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Até a última gota

Acho lindo quando as pessoas 'acham que acharam' o amor de suas vidas. Aquela sensação e esperança do 'pra sempre', de preenchimento do vazio, a supra da carência, paixão, mãos dadas e toda aquela baboseira clichê. Acho super lindo e de uma importância absurda o aproveitamento até a última gota, como se fosse acabar amanhã.

Porque pode não acabar, mas como saber? Quando eu 'achei que tinha achado' o amor da minha vida, acabou. Um belo dia - ou nada belo - acabou. Até hoje passa pela minha cabeça se eu não fui até a bendita última e derradeira gota. Se não assisti dormir, conheci e me deixei conhecer, viajei, fiquei junto, briguei (com e por ele), se amei o suficiente. Pergunto-me se não até a última gota, pelo menos quão pude. Porque fica a sensação de ter feito pouco.

Vejo todos os casais e digo para aproveitarem os 'achados amores de suas vidas'. Que se achem, percam-se, esqueçam, quem liga? Vale tudo - ou quase tudo - por não saberem de amanhã. Às vezes a gente sabe, às vezes a gente acha que está preparado, mas quase sempre só achava mesmo e não estava pronto nem de longe, nem por fora (quanto mais por dentro).

Aí a gente se pega um belo dia (pelo que sei, caros, nada belo. Nada.) com toda aquela sensação se amor-não-devidamente-amado martelando a consciência e doendo no peito. 'Nossa, mas vocês se amaram muito, eu percebia.' Que seja, a sensação não some. Então você se olha com aquele amor todo e não sabe o que fazer com ele. Joga na vala? Corre atrás do prejuízo e perde o pouco de juízo e amor-próprio que ainda tinha pra amar até a última gota.

Em vão. A gota final e alguns bons litros de amor ficaram.

E você procura esquecê-los, até ver os amores que se acharam, e lembrar feliz dos dias belos que você já teve, um dia. Ah, gente, aproveitem. Abro a posta do armário e ó lá o amor que sobrou sentadinho, de pernas cruzadas! Ele me olha e sorri. Fecho a porta e penso nas gotas finais. O amor está lá, pronto pra elas. Só ainda não sei com quando vou gastá-las, quando vou 'achar que achei o amor da minha vida'. Não de novo.


terça-feira, 22 de julho de 2008

Quando a mudança vem de dentro

Sempre que eu mudo alguma coisa na minha vida, a primeira coisa que muda junto é a minha aparência. Não sei por que. Quando mudei de país, cortei a franja. Quando fui cursar Letras, emagreci. Mudei de colégio, e de unhas. Entrei na faculdade, mudei de óculos. Coisinhas que, confesso, ninguém nunca reparou. Mas hoje, eu reparei, e vi que fazia diferença pra mim, e isso que era importante. Esse meu lado egoísta de ser feliz comigo mesma sempre me fez bem.

Os anos passaram e a mudança foi de "com o amor da minha vida" pro "continuo buscando essa alma gêmea". Difícil e extremamente doloroso, mas hoje, quase um ano depois do começo de mudança, consigo ver claramente: é só uma mudança como outra qualquer. E como todas as mudanças da minha vida, comecei a me mudar por fora. Só que dessa vez, com plena e proposital consciência disso.


Mudei de roupas, mudei os móveis do quarto, troquei de computador, comprei dezenas de bolsas, mochilas novas, fiz um piercing. Viajei muito e mudei de estilo. Fiz novos amigos, até mais simpática com quem não era eu comecei a ser. Tudo pra mostrar que eu estava mudando, que a mudança é escolha minha. Se foi escolha minha ou não, o que importa é que aconteceu. Mudança, é hora de sair daqui prum outro lugar. Viremos a página, escrevamos novas linhas.

Foi quando eu dei fim a pedaços de mim. São só sites, só umas fotos, mas pra mim foi como se eu tivesse ido dormir uma e acordado outra, completamente diferente: completamente resolvida. Daí pra mudar o cabelo foi um pulo; um pulo pra ficar feliz. Só que dessa vez, todo mundo percebeu. Qual a diferença dessa mudança pras outras, meu cabelo está 30 centímetros mais curto? Não, é que a mudança, pra ser real, tem que vir de dentro. E quando vem, a gente não precisa contar: dá pra ver nos olhos. No meu caso, até nas palavras.




segunda-feira, 14 de julho de 2008

Quando a dor passa

Eu achei que ia ficar muito feliz quando a dor finalmente passasse. Que ia sair pelos quatro cantos da cidade cantarolando, ia fazer mais amizades do que já costumo fazer, ia estar disposta, irradiando bom humor. Sei lá, pensei que ia voltar às vontades antigas, voltar com os sites que quis tirar do ar, voltar a ser a pessoa que era antes da turbulência, e por que não dizer, antes do que me causou essa turbulência. Eu era tão feliz ali, ora bolas, antes de tudo isso. Não que durante esse tempo eu não tenha sido feliz, claro que fui - é que eu acho que, depois da mágoa, acaba sendo natural os questionamentos. Onde foi que eu errei, meu Deus? Ele me merecia? Eu aturei demais? Fui uma boa namorada, companheira? Valeu a pena?

Valeu. Definitivamente, valeu. Pra repetir? Depende do que se quer, daqui pra frente. Aí vai depender de cada um. Sobre os questionamentos, que eu acho que independe - TODO MUNDO tem. Pensei, e não foi pouco. O que mais me doía era entender, e saber onde foi que eu tinha errado. Poxa, eu tentei fazer o certo! É, eu tentei. Tentei fazer o que EU achava ser o certo. Será que era o mesmo certo da outra parte? Que as pessoas são diferentes isso todo mundo sabe, e por mais difícil que seja, tentam se aceitar. Mas entender que os pensamentos, questões e objetivos também diferem, são outros quinhentos.

Eu não quero um cara ciumento. 70% das minhas amigas pensam diferente. Eu adoro sair sozinha, com amigos ou meus pais, somente. 60% delas incluem os namorados em 100% das vezes que podem. Compromisso, pra mim, é babela. Sou a favor do comprometimento. Não conheço meia dúzia de pessoas que pensam como eu. Vai ver que é porque eu não saio perguntando isso pros outros, vá saber. A questão é que espera-se por coisas diferentes, e decepciona-se pelas mesmas. Esperamos pelo que pode não vir, e pelo que jamais virá se não for dito. Mudanças, convites, palavras, momentos. A gente imagina coisas e espera que o outro adivinhe. Não vai. Não se a pessoa não esperar o mesmo de você.

E foi quando eu entendi: claro que eu errei. Fiz o que queria que fizessem por mim. Ele não era eu, portanto não esperava o mesmo que eu. Ah, bem... Hum. Então eu fiz o certo? Bom, ao menos eu fiz achando que era. De coração. E aprendi, afinal. Da próxima vez, deixemos claro o que esperar, pra não criar falsas expectativas, pra que ninguém se decepcione e deixe o outro vendido, afinal decepção por algo que a pessoa nem fazia idéia que existia é coisa de maluco. Enfim, conclusões pós-pensamentos infinitos.

Mas onde quero chegar é que a felicidade estapada não está na minha cara. Não. Ela esteve por uns tempos, estampando uma felicidade real, porém rasa. Tira a tampa do ralo e fim. Só que eu não permitia que me tirassem a tampa. E deixei a estampa ali, enquanto a dor não passava. Hoje, ela passou. Deixou uns vestígios de passado, de lembranças, talvez até de saudades, mas passou. A dor, e a estampa. Hoje, justamente hoje, a estampa da felicidade não está na minha cara. A sensação de que a dor passou existe, sem que ninguém precise ler no meu rosto: está dentro de mim. Porque tem muita gente feliz pela minha dor que passou - mas ninguém mais do que eu esperou tanto, e contou os dias, por isso.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Foco

Ouço essa palavra todo dia em alguma aula na faculdade. Foco na matéria, foco no personagem, foco nas imagens, no entrevistado, no assunto, no público, no Ibope, no apresentador, no rosto, na roupa, nas mãos, no suor, no futuro. Foco na vida pessoal, foco na carreira, no que quer e, principalmente, no que tem-se certeza que não quer, muito obrigada. Foco em qualquer coisa que tire seu foco do que não pode/precisa ser focado. Foco na foto, foco da vida.

Já reparou como as fotos com foco em alguma coisa e sem foco noutra ficam interessantes? Dizem que tem testes psicológicos que abordam isso, que tipo de pessoa repara primeiro no plano focado, e que tipo acaba prestando mais atenção nos detalhes. O foco é assunto pra mais de 100 linhas, mas poupemos seu precioso tempo e foquemos (!) no assunto no qual comecei a ter foco recentemente.

Deixar uma parte de você mesmo pra trás é difícil, mas juntamente com o tempo, o foco é um aliado e tanto nesse quesito. Foi buscando outros focos que eu consegui chegar onde estou hoje, fazendo o que gosto na vida profissional e esperando a vida pessoal se encaixar sozinha. Parece papo de auto-ajuda, o que na verdade acaba sendo, a ajuda a mim mesma que me dou diariamente. Comigo tem funcionado, mas é preciso foco - a falta de foco no que não te faz bem, e que você sabe disso.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mudança

Esses dias eu li um texto lindo da Martha Medeiros (sou fã, admito) que fala sobre mudança. Sabe aquele tipo de texto que só faz efeito quando a gente tá passando exatamente por aquilo? Que não adianta ter passado um dia no passado, tem que ser no presente? Pois é. Calhou de ser comigo. Fui lendo aquele texto e, apesar de saber que é verdade e muita gente sente medo da mudança mas não diz, aquilo me calou. Sabe quando a gente engole seco? Fui lendo, aquele texto simples, bem a cara da Martha mesmo. Palavras que não têm nada demais, a não ser dizer o que a gente tem medo de ouvir. E eu não queria admitir que tinha medo da mudança. De pegar aquilo tudo que eu demorei pra construir, pra chamar de meu, aprender a amar e defender com unhas e dentes. Eu tava defendendo com unhas e dentes um passado que já não fazia parte do meu presente. Mas quem quer admitir que o tempo passou, quando o que a gente mais quer é que ele volte atrás? Dá medo, uma insegurança terrível de aceitar que as coisas mudam, e que a gente tem que mudar também, afinal. Deixando de lado as crenças em destino, 'era melhor assim' e 'um dia você vai dar risada disso', mudar quando é preciso, pode doer, mas funciona. Demora, mas faz sentido. E hoje, particularmente hoje, que eu desci as escadas do metrô toda molhada de chuva, com os pés imundos, morrendo de sono e fome, mas rindo sozinha e me sentindo feliz como há muito tempo não me sentia, pude perceber que mudar demora e pode doer, mas quando essa dor se transforma em força pra entender que a felicidade começa dentro da gente, sorrir sozinha passa de loucura pra uma sanidade sem palavras. Hoje eu tô tão feliz que esse texto disse, disse, disse, mas não conseguiu descrever um terço da satisfação que bate aqui dentro.

Ah, o texto da Martha é esse: http://fabikeller.blogspot.com/2008/05/juventude-eterna-martha-medeiros.html

domingo, 25 de maio de 2008

Casamento

Ontem foi o casamento da minha prima e uma das minhas melhores amigas. Junto com a minha mãe, irmã e mais duas primas, irmãs da noiva, fui madrinha. Pela segunda vez no ano e na vida. Não desmerecendo o primeiro casamento, mas confesso que ontem tive vontade de casar. Nunca tive esse sonho, nem quando criança. Não acho que pra estar pra sempre junto numa relação é preciso jurar, mas sim tentar de todo coração, e acima de tudo querer. Talvez por ter pais separados ou por não ser católica, ou os dois, enfim. O fato é que tive, sim, vontade de pisar num altar, um dia. Muito mais pelo ato simbólico, verdade, mas a vontade surgiu. É, já falei também que casaria, mas verdade seja dita - querer mesmo, eu nunca quis. Ou quis, mas não fazia questão. Sei lá, não sei explicar bem. Digamos que eu casaria caso o pretenso noivo quisesse muito. Por mim, sem amém. As bençãos mais importantes e verdadeiramente mais por mim quistas já teriam sido adquiridas durante o relacionamento, pelas nossas duas partes e de nossos entes queridos, familiares e amigos. Pronto. Mas ontem, eu quis casar. Foi a coisa mais linda do mundo ver duas pessoas que eu amo estarem ali, unidas, deixando claro que querem assim permanecer para toda a eternidade. Lindo, emocionante. Nunca desejei de tanto coração toda a felicidade do mundo pra duas pessoas - acho que nem pra mim mesma. É, fiquei com vontade. Mas nem tão cedo - pelo menos não sem noivo. ;)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Só mais uma

É impressionante como me irrita e me intriga aquela coisa de pós-relacionamento. Como aquela pessoa que conviveu contigo tanto tempo, com tanta intimidade, pode hoje ser só mais um. Aquele companheiro que dividiu coberta, contas, discussões, olhares, sexo, beijos, conversas secretas. Aquele par que sabe tudo de você, tudo sobre você, coisas que você nunca disse pra ninguém. Só ele sabe, só ele entende. Com quem você teve cumplicidade só de olhar, em quem você confia (ou confiava) até debaixo d'água. Por quem você daria tudo, se fosse necessário. Alguém que te entendia e te aceitava desse jeito que você é. Te amava, conhecia cada pedaço seu e te contou coisas de você que nem tu mesmo sabia, veja só. Como é que pode? Depois de tanta coisa, de tanto tempo, de tanto detalhe, de tanto "nós", hoje vocês simplesmente se cumprimentam cordialmente 'olá, tudo bom, como vão todos, beijo, tchau'? Como assim?? Você ainda ri quando olha aquele livro que eu detestei e lembra a razão? Ouve a nossa música e sente o que? Saudade? Vontade de me ligar? Você baixou a música na Internet e ouve 500 vezes por dia? Você lembra que aquela era a nossa música? Você assiste nosso programa preferido e imagina o que eu diria nesse ou naquele momento? Você ri sozinho lembrando da gente? Você lembra da gente? Sei lá. Vai que sim, vai que não. Mas me encontra na rua, quando a gente se esbarra, e faz que me conhece assim, de leve. Ainda bem que eu ainda conheço seu olhar, e ele me diz claramente que eu nunca vou ser só mais uma.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Eu sei, mas...

Percebo que não era mesmo pra ficarmos juntos, mas ainda assim sinto saudades. Sei que não ia durar pra sempre, mas acho que poderíamos ter durado mais. Às vezes não, sinto que o tempo foi sábio e mais cedo ou mais tarde do que isso poderia ter-nos feito um imenso mal - maior até do que já fez. Sei que temos um passado diferente a ponto do futuro ser também , e que não importa os pontos em comum, a base, os princípios, a essência um dia iam pegar a gente desprevenido e nos colocarem no nosso devido lugar - eu no meu e você no seu. Sei que temos caminhos diferentes pra seguir, sempre soube, no fundo, mas eu te amei querendo que fossêmos fazer a diferença. Te amei achando - e querendo - ser maior que tudo, mais forte que as dificuldades e até que as facilidades disfarçadas. Te amei, me apaixonei, e apesar de tudo, não me arrependo de nada. E só agradeço, pelo bem e pelo mal; obrigada.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Cansei de esperar você voltar pra mim

Cansei de esperar você voltar pra mim. Cansei porque não sei se você realmente volta um dia. Cansei. Penso que sim, tem dia que penso que não, que você não volta mais. Aí vem alguém e diz que você volta, com certeza. Enchem as esperanças e ouço que nada, que você não volta MESMO. Cansei de não saber, e das pessoas também não. Não quero mais pensar que sim, e nem que não. Cansei de pensar, de imaginar como seria. Te ver na rua, no shopping, na esquina. Inventar situações, o que dizer e o que ouvir. Como é que vai ser? E se você tiver acompanhado? Na dúvida, não ando de mãos dadas com ninguém. Se você vir, vai pensar o quê? Sei lá, vai que acha que me apaixonei de novo? Não, melhor não. Sozinha, sempre. Se eu vejo você com alguém, como reajo? Penso em mil coisas. Se você estiver sozinho ou não, na praia, perto de casa, lugar qualquer. Penso nas frases, reações, rostos, durante e depois. Mas eu cansei. Cansei porque quando acontece, eu reajo de todas as maneiras, menos as que eu ensaiei na minha imaginação. Porque eu penso, planejo, vejo e revejo pra treinar. Aí na realidade você me pega desprevenida. Cansei de esperar. Pra te ver, esperando o telefone que não toca, pra você me procurar. Cansei de querer desistir e você de repente resolver voltar. Medo de seguir com a vida e te deixar onde às vezes acho que você quer ficar - de repente, onde é mesmo o seu lugar - no passado. Mas o passado é meu, e quem disse que é isso que eu quero? Mas cansei. Eu, sinceramente, cansei. Porque espero e não alcanço, porque espero e o que acontece? Eu canso.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O que você queria ser?

Quando eu tinha 10 anos, achava que com 15 ia estar morando fora do Brasil, numa casa de família, pra quando formada, voltar pro Brasil e sair da casa da minha mãe. Fiz 15 e mal conhecia a Disney, morei por aqui mesmo e me formei com o mesmo pessoal que conhecia desde os 12. Com 18 fui pra lá, mas quem disse que consegui ficar? Voltei e mal sabia o que queria fazer de faculdade. Sair de casa então, nem pensar. Comigo mesma pensei "que ótimo, porque ainda tenho muito o que viver pra me manter, ter uma casa só minha, estabilidade e aquela coisa toda. Vou é curtir minha juventude". Só que uma hora essa coisa de adolescer me cansou e eu achei um namorado, aquele sério que eu achava que encontraria aos 18. Ele veio 1 ano depois. Achei que ia casar, ter filhos, fizemos planos. Me via mãe de família, emprego, formatura. Aí chego onde era pra eu estar nos meus sonhos. Sem namorado, sem emprego e um pouco longe de formada. Meus planos foram se desfazendo, e será que eu imaginava isso com 10 anos? Claro que não. Assim como não imaginava nem de longe como é doido esse negócio de decidir algo que vai ficar contigo pro resto da vida como se decide que cor de blusa usar na festinha de sábado. E quem não nasce sonhando ser médica, ou engenheira? Com 13 anos eu nem sonhava que mercado de trabalho fosse algo que me atrapalharia a seguir uma carreira sonhada, por exemplo. E com 16? Como saber que Toronto faz um frio maior que o de Teresópolis? Nunca aprendi muito bem temperatura, lamento. Hoje, não sei se ia querer estar casada ano que vem. Rapaz, de nem fazer minha cama eu lembro todo dia de manhã, quanto mais dos cuidados que um filho e uma casa trazem - pra sempre. Mas as coisas mudam, e de repente eu vou parar na Grécia quinta que vem, morando sozinha ou com meu futuro marido, que me liga amanhã e diz pra largar tudo pro alto, que eu vou amar as ilhas de lá. O exame dá positivo e antes dos meus 23 anos pronto, a gente tem gêmeos, que coisa linda. Ou não, e amanhã é só mais um dia como hoje, em que eu fique pensando como vou me ver em 2012 - e se era isso mesmo que eu queria ser em abril de 2008.

domingo, 30 de março de 2008

O pedido da velinha

Todo ano eu sopro pelo menos uma velinha no bolo do meu aniversário. Esse ano, foram dois bolos. Com isso, eu poderia ter feito dois pedidos diferentes, mas não por medo de não ter os dois atendidos ou pra reforçar, e sim simplesmente por só querer a mesma coisa, eu refiz exatamente o mesmo. A mesma coisa. Eu quero, e quero muito, a mesmíssima coisa.

Não, eu não pedi um estágio legal, algo de que muito preciso no momento. Isso eu acho que depende da minha capacidade, e não de sorte.

Não, eu não pedi pra ter a pessoa amada em três dias. Tô sem ela há meses e acredito que se tiver que ser isso mesmo, vai ser independente de pedidos da velinha.

Não pedi um coração vazio pra receber um novo alguém porque sei que isso mais dia, menos dia vai acabar acontecendo, caso a situação acima não aconteça.

Não pedi pra ser feliz nem abençoada, porque nisso eu sou eternamente agradecida, e foi onde eu repeti o pedido. Que momentos como esses, com as pessoas que amo comigo, possam ser repetidos sempre, em todos os dias da minha vida.

Pronto, é só isso que eu quero. Que eles estejam comigo na risada, na bagunça, nas dificuldades, nos conselhos que eu não quero ouvir e quando eu acho que sozinha não consigo. Quero todos eles pra me dizer que eu sou capaz.

Amém.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Meu aniversáaaario

Hoje eu faço 22 anos e pretendo receber MUITOS parabéns. Adoro fazer aniversário e não, não acho que 'somente fico mais velha', visto que isso acontece todos os dias. Porém, somente 26 de março o dia é MEU porque foi quando minha mãe ficou super feliz e meu pai super bolado porque eu poderia ter sido um menino. Só que eu cresci, entendo mais de futebol do que ele, sou o orgulho do meu avô, o carinho especial da minha avó e certamente alguém que muita gente ama, independente das minhas merdas, besteiras e erros cometidos. É hoje que essas pessoas mais me demonstram tudo isso, o que me deixa ainda mais feliz do que eu já sou todos os dias da minha vida.

Eu adoro fazer aniversário! :)

Ainda mais esse ano, que posso dizer DOIS PATINHOS NA LAGOA ou que minha idade condiz com meu estado mental. Hahaha!

Deixem-me os parabéns, quero ler muitas mensagens!

Beijo!

terça-feira, 18 de março de 2008

Por quanto tempo mais?

A gente nunca sabe quando. O tempo que se leva pra se adaptar. A um colégio, uma faculdade, um trabalho, um país. Prédio novo, cidade nova, aquele cursinho. É isso mesmo? Tô feliz aqui, me encaixo no perfil? Quanto tempo a gente demora pra saber?

A gente nunca sabe quanto. O tempo que se leva pra perdoar. Perdôo o que, quando esqueço? Quando a raiva passa e vira mágoa, ou no meio disso tudo? Perdôo quando? E se for imperdoável, quando e como saber? Traição, tem nível pra perdão? E mentira, depende do que pra gente perdoar?

A gente nunca sabe quando. Quando basta de empurrar com a barriga, quando a gente já realmente não agüenta mais, não se vê feliz ali. No emprego, naquela profissão, naquele curso da faculdade, na relação a dois. Naquele apartamento, quando mudar? Só quando achar um novo? E se o namorado novo não aparecer enquanto você tiver o velho?

A gente nunca sabe quando. O tempo que demora pra esquecer, e se não pra esquecer, pra deixar pra lá. Quanto tempo demora até que a gente consiga virar a página? Será que a gente sabe que tem mesmo que começar do zero, largar tudo pra trás? E se sabe, quando? Dá-se prazos.

Se em seis meses eu não me adaptar, volto pro Brasil. Se achar essa casa muito ruim, saio nos primeiros três meses. Um ano e meio e eu sei se gosto dessa faculdade. Mentira perdoa-se uma vez, talvez duas. Traição, depende da minha consciência e da paz que posso perder.

E por quanto tempo mais você?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Novidades

Te tenho com a certeza de que você pode ir. Te amo com a certeza de que irá voltar, pra gente ser feliz. Você surgiu e juntos conseguimos ir mais longe. Você dividiu comigo a sua história e me ajudou a construir a minha. Hoje mais do que nunca somos dois. A nossa liberdade é o que nos prende. Viva todo o seu mundo, sinta toda liberdade, e quando a hora chegar, volta... Que nosso amor está acima das coisas desse mundo. Vai dizer que o tempo não parou naquele momento? Eu espero por você o tempo que for pra ficarmos juntos mais uma vez.

Tá, eu acho Jota Quest meio chatinho, mas ler essa letra HOJE, me deixou meio de cara. Eu imaginava, mas não sabia que quando a gente passava pelas coisas pela primeira vez, mudava tanto de pensamento, conceito e príncipio. Ok, príncipio eu posso até estar exagerando, mas muito longe disso a gente não passa. Se vê pensando, fazendo e até exigindo coisas que nunca nos imaginaríamos fazendo há um tempo atrás. É estranho, confesso que é MUITO estranho. Se pegar pensando em conselhos que nunca deu, e fazendo tudo o contrário do que sempre pregou. Pra mim, que sou a rainha dos conselhos amorosos (pros outros), tô é me saindo uma bela de uma canastrona, pagando pra ver, mordendo a língua e quebrando meu teto que, CLARO, era de vidro o tempo todo e só eu não sabia.

Reconstruindo conceitos. Sei lá se isso é bom, se isso é crescer, se isso é experiência da boa ou da ruim. Só sei que é coisa nova, que tô meio perdida, meio me achando, meio feliz.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Dói

Dói a saudade.
Doem os beijos que não posso mais te dar.
Dói o abraço que não sinto mais, a mão que conhece a minha, a aliança que parei de usar no dedo anelar.
Dói o telefone que ainda sei de cór, mas não ligo, e dói que você também sabe o meu e não liga pra eu te ouvir dizer 'alô'.
Dói o 'eu te amo' preso na garganta querendo dizer; dói o nó que se forma quando ao invés de falar eu engulo - e me calo.
Doem as lembranças que restaram na memória de nós dois.
Dói tentar lembrar e ver que não consegue mais; dói tentar esquecer e perceber que é impossível.
Dói carta recebida, palavra não dita.
Dói reler bilhete e se perguntar como deixamos de ser o amor da vida do outro.
Dói sentir que perdi o amor da minha vida - e a agonia de não saber se ainda sou o amor da sua.
Doem os momentos que a foto registrou e a minha incapacidade de ter todos eles de volta.
Dói saber que o tempo não volta, e dói a vontade de fazê-lo ser maior que a razão.
Dói saber que de amor ninguém morre, mas dói se ver morrendo por dentro.
Dói ter que mudar a rotina.
Dói tapar os buracos que você deixou na minha vida.
Dói evitar te ver pra que não doa mais.
Dói ter que apagar a história que eu queria escrever pra sempre.
Dói ver o pra sempre chegar ao fim.
Doem os pensamentos que não cessam, a imaginação que atormenta e os sonhos que não viram realidade.
E dói o meu pior pesadelo ter acontecido de verdade.
Dói, e dói devagar cada uma dessas dores. Mas o que dói mais, de tudo que vem doendo, é não saber se um dia acho outro VOCÊ - e morrer se souber que você achou uma outra EU.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Ah, o verão...

O verão é a estação dos biquínes, sungas e bermudas das pernas brancas. Estação do picolé, água-de-côco e cervejinha gelada. Da praia, da piscina e do chuveirão de água doce. Verão lembra pele bronzeada, música animada e galera dando risada. Verão é colorido, quente, é suor pingando e ninguém acha nada nojento demais. Porque verão dura o mesmo que qualquer estação do ano, mas olha, só ele me passa voaaaando... No verão a gente faz novos amigos, revê aqueles só das férias e até reconhece alguns que nunca lhe foram tão amigos assim. No verão pode tudo, a gente quer tudo, a gente faz de tudo - só não faz levar casaco que o calor é grande. Verão é tempo bom de ser feliz, diz uma música, e eu sou mesmo mais feliz nessa época do ano, todo ano. No verão a gente esquece dos problemas e parece mesmo que eles somem, mesmo que só quando o sol sai. No verão o tempo abre, e a gente aproveita e se abre pras coisas boas da vida. No verão tem novidade junto com o ano novo que começa junto com ele. No verão a gente volta a ser o adolescente de algum tempo atrás, ou vira o adolescente que tanto sonhou ser por tantos verões. Porque no verão a gente fica mais velho ou mais novo, de espírito. O verão é a época de esquecer colégio, faculdade, estágio e trabalho, porque o verão é a estação do amor de praia, que pode durar um mês, uma vida ou nem isso, mas que deixa suas marcas. O verão deixa muita coisa. Deixa história de bêbado, de bagunça e de romance pra contar o resto do ano, até o próximo verão chegar e começar tudo de novo...

E você, vai contar o que pros seus netos?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um texto de um dia qualquer do ano passado

E das dores, hoje me dói mais reler. Tudo que escrevi da gente, como minha agenda sabe o quanto a gente foi feliz. Ela sabe das brigas e de como eu ficava contente cada vez que fazíamos as pazes. Nosso mundo girava e torno um do outro. E isso nunca me fez mal. Não que eu sentisse. Dói reler o pouco que você me escreveu, como você dizia ser feliz comigo. Quando foi que isso mudou? Pra eu voltar e mudar as coisas do ponto exato onde errei. É tanta sensação de impotência diante do fato consumado que me deixa nos nervos. Não demonstro, e muitas vezes não digo. Minto, se for preciso. Mas certas horas, ah, fraquejo. Que sou forte mas meu sangue corre, meu coração bate forte quando te vejo, nem que seja por foto. São taaantas fotos, tantos momentos, tanta coisa. Eu sei que ninguém morre disso, mas uma parte dentro da gente, no mínimo, adoece. Não é possível. Dói de uma maneira bizarra, sabe? Será que você sabe? Sabe é que eu sou das palavras, das letras, e tudo que eu te disse é verdade. Li hoje que você sempre tentou demonstrar o que sentiu por mim, e eu escrevia, dizia. Será que por isso não deu certo, porque você queria que eu fizesse como você? Poxa, eu tava aprendendo, você sabe que eu tava. Não lembra o quanto eu mudei nesses quase 2 anos? Aliás, você não tem noção do quanto esse tempo sem você fez comigo. Acho que virei tudo aquilo que você queria que eu fosse. Pena que você não tá aqui pra ver de perto.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Amanhã pode não haver

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há". E não há MESMO. A partir de amanhã nunca mais será dia 19 de fevereiro de 2008, então eu nunca mais vou poder fazer as coisas que só hoje me permite. Amanhã pessoas que eu amo não estarão mais aqui, e nem as que eu magoei um dia e até hoje enrolo pra pedir desculpas. No dia que elas se forem, vai-me ficar somente o 'nunca mais'. E ele dói. Amanhã não tem mais aula de teoria da comunicação, acabou. Amanhã não uso mais meu uniforme do colégio - nunca mais. Amanhã sai meu gesso da perna e pronto, não ando mais carregando um super peso. Que bom. Mas aí amanhã ninguém mais vai escrever uma mensagem engraçada naquela coisa branca, não mais. Amanhã não há. Não há o verão que eu tinha 21 anos, agora só a partir dos 22. Amanhã o abraço dele é diferente, e depois de amanhã então pode nem haver mais abraço. E os beijos, que amanhã não terão mais? Quero pra hoje, mas eles acabaram num amanhã que já passou. Será que eu aproveitei até ontem? Amanhã não tem mais curso de inglês, não tem mais o frio que aturei no Canadá nem os brinquedos que eu não podia entrar na Disney porque ainda era muito pequena. Hoje eu cresci, e amanhã sei lá - pode não haver.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dons

Cada pessoa no mundo tem um dom pra alguma coisa. Não sei cantar, danço igual uma patinha choca, meu nariz de porco não engana ninguém, nunca fui magra, detesto academia, não sei tocar qualquer instrumento musical, não sei compôr músicas. Matemática, física e química me assustam até de longe, falo rápido demais, não sei surfar, não sei fumar e não tenho o menor jeito pra menininha boneca. Com pena da minha falta de jeito pra uma cacetada de coisas, Deus me deu o dom da escrita. Sério, ele não podia ter feito escolha melhor. Nem eu faria tão bem. Nada disso me faz falta realmente, mas se Ele me tirasse a capacidade de tocar a vida de cada um de vocês que vêm aqui 'me' ler, acho que eu morria. Imensurável o prazer que sinto quando vejo que consigo o que pretendo com palavras: um momento de reflexão. Um pensamento, nem que seja somente nos minutos que o leitor tá ali, lendo o texto. Me basta. Sabe quando um médico sente que nasceu praquilo? Eu nasci pra escrever, e não é pra escrever pra mim. É pra vocês, pra vocês lerem, pra se identificarem, terem um momento feliz, triste, de saudade, que seja, mas um momento de vocês, só de vocês. Daqui a uns anos eu saio de blog e vou pro papel, vocês vão ver. E o carinho que dizem sentir vindo aqui, quero que seja dito olhando pra minha cara feliz na sessão de autógrafos, contando que me conhece desde os tempos de Internet. Um abraço, um olhar de 'já até conheço seu jeito de escrever'. E pronto - eu morro feliz.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ano novo, vida nova sim, senhor.

Ano novo, vida nova. Confesso que em quase 22 anos de vida, essa é a primeira vez em que eu realmente tô levando isso a sério. Sempre me acreditei fã de mudanças, mas quando me vi forçada a fazer uma brusca, me descobri uma bela de uma maria-rotina. Quem diria, logo eu que sempre adorei quebrar essa maldita, fazer coisas diferentes todos os dias, viajar, conhecer gente, lugares. Quem diria. A vida me deu um chute pra frente, mas quem disse que eu queria ir? Tava tão confortável continuar naquela posição, naquela estagnação. É nessas horas que a gente vê como foi hipócrita e mentiroso consigo mesmo quando batia no peito e berrava aos quatro ventos como era uma garota moderna, cheia de planos e sonhos. Ha ha ha, minha filha, que mané planos. É, eu até tinha uns poucos planos, mas não me mexia pra realizar nenhum, ou quase nenhum deles. Aí vem o susto e pronto - e agora? A gente se olha no espelho e se pergunta quem é esse aí me olhando com essa cara de surpreso... Quem é? É um 'você' que se formou enquanto sua essência se perdia. Demora um tempo, você gasta miolos da cabeça pensando em tanta coisa que já nem sabe mais. E aí o ano termina, um novo começa, e você se vê melhor, cada dia melhor. Pronto pra outra, sabe como é? Então. Deixa só essa gripe chata passar pra ver se eu não me acho! E aí, quem sabe, dessa vez não me perco mais.