Gente, vocês sabem que inventam relações e felicidades que nunca
existiram, né? Amores eternos de quando fomos jovens e que achamos que nunca vamos esquecer.
Quem nunca, né?! Normal. Mas achar que nunca mais vai amar porque não sofre o mesmo que anteriormente, com sei lá, 15 a 20 anos? Para. Sério.
Quando eu tinha 21 anos, sofri que nem uma ameba sem pai nem mãe. Vi
meu ex com outra e pensei que fosse morrer. Aí eu me apaixonei de novo, e anos
depois sofri de novo, e de fato pensei que ia morrer, mas por menos tempo. Porque
eu sabia que não ia morrer e que ia passar. Aí me apaixonei de novo. E de
novo.
A gente vai amadurecendo, é isso que chama. Não quer dizer
que não ama mais, ou não ama tanto, ou não ama pra sempre. Quer dizer
que a gente tem emprego, família, contas pra pagar. As coisas existem, o
mundo não para porque estamos sofrendo, sabe? Uma hora a gente se dá
conta disso. Eu, você, todo mundo.
Você casou, namorou por anos, na vida. É ÓBVIO que nos apaixonamos por todos os nossos ex e fomos felizes. Só que, quanto mais velhos, mais sabemos sobre a vida. Não quer dizer que não tenhamos amado a/o namoradinha/o
de anos atrás, só que mais novo a gente tem essa impressão mega errada
de que nunca amou tanto quanto aos 15.
Eu já achei que sentia menos, ou não sentia mais. Mas quase 10 anos depois, eu vi um ex com outra, de novo. E ok. Porque é escroto?
É. Dói? Dói. Mas ninguém morre por isso. Eu não morri, você também não vai.
Aprende isso, fica de boas e segue a vida. Tá cheio de amor por aí pra você
curtir, é só entender que não tem que sofrer pra ser amor.
Nina Lessa (novembro/2015)
Aqui escrevo meus devaneios. Pensamentos e histórias, auto-biográficas ou não. De real? Só o sentimento: eu realmente coloco a minha alma em cada palavra. Só que nem todas elas realmente aconteceram. Comigo, nessa vida ou nessa ordem. Fingimos dor, os escritores ou aspirantes. Não quer dizer que sintamos - nem quer dizer que não.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Não nos somos
Talvez
a gente não seja um pro outro. Vejo em você coisas maravilhosas, mas
não comigo, não na minha rotina. E sei que você me olha e admira, nutre
esse amor que diz sentir, mas não me ama como pra caminhar do seu lado.
Pra talvez olhar às vezes, quando eu estiver marcada em alguma foto de
amigos em comum. Você vai me ver e ficar feliz por eu estar bem.
Possivelmente melhor do que estive com você.
E
eu vou ver que você mudou os planos e eu realmente estava certa, aquela
vida não fazia sentido e você precisava mudar. Que bom que tudo deu
certo, vou pensar quando me contarem que você vai ser papai de novo, que
virou vegetariano, que largou o cigarro. E vai ser sincero, porque o
amor é genuíno, eu também amo você, mas nos amamos de longe. A gente se
ama bem melhor assim.
Mas
não, a gente não vai ser amigo, porque a nossa auto estima é em dia,
só que não é estável. Alguns dias dois beijinhos na face serão mole, se
esbarrar no shopping. Mas tem dia que vai ser um abraço meio sem jeito
na festa do filho da prima do conhecido e que merda, estragou meu
sábado. Então mantenhamos a distância segura, onde eu sei que você não
me magoa mais, não se eu não deixar.
Foi
ótimo enquanto durou, um dia vou dizer com a tranquilidade com que falo
de quem veio antes de você. Sem temer esbarrar porque já não fará a
menor diferença. É só uma questão de tempo - e daquele amor da minha
vida que eu pensei que era você ir embora de vez. Mas o alívio de saber
que não era, e por isso nos deixamos, já tá aqui. Pelo menos, né? Então
me ajuda e deixa o visualizado e não respondido quieto. Um dia, já não
vai importar mais.
Nina Lessa (novembro/2015)