segunda-feira, 30 de novembro de 2015

É amor, sim

Gente, vocês sabem que inventam relações e felicidades que nunca existiram, né? Amores eternos de quando fomos jovens e que achamos que nunca vamos esquecer. Quem nunca, né?! Normal. Mas achar que nunca mais vai amar porque não sofre o mesmo que anteriormente, com sei lá, 15 a 20 anos? Para. Sério.

Quando eu tinha 21 anos, sofri que nem uma ameba sem pai nem mãe. Vi meu ex com outra e pensei que fosse morrer. Aí eu me apaixonei de novo, e anos depois sofri de novo, e de fato pensei que ia morrer, mas por menos tempo. Porque eu sabia que não ia morrer e que ia passar. Aí me apaixonei de novo. E de novo.

A gente vai amadurecendo, é isso que chama. Não quer dizer que não ama mais, ou não ama tanto, ou não ama pra sempre. Quer dizer que a gente tem emprego, família, contas pra pagar. As coisas existem, o mundo não para porque estamos sofrendo, sabe? Uma hora a gente se dá conta disso. Eu, você, todo mundo.

Você casou, namorou por anos, na vida. É ÓBVIO que nos apaixonamos por todos os nossos ex e fomos felizes. Só que, quanto mais velhos, mais sabemos sobre a vida. Não quer dizer que não tenhamos amado a/o namoradinha/o de anos atrás, só que mais novo a gente tem essa impressão mega errada de que nunca amou tanto quanto aos 15.

Eu já achei que sentia menos, ou não sentia mais. Mas quase 10 anos depois, eu vi um ex com outra, de novo. E ok. Porque é escroto? É. Dói? Dói. Mas ninguém morre por isso. Eu não morri, você também não vai. Aprende isso, fica de boas e segue a vida. Tá cheio de amor por aí pra você curtir, é só entender que não tem que sofrer pra ser amor.

Nina Lessa (novembro/2015)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Não nos somos

Talvez a gente não seja um pro outro. Vejo em você coisas maravilhosas, mas não comigo, não na minha rotina. E sei que você me olha e admira, nutre esse amor que diz sentir, mas não me ama como pra caminhar do seu lado. Pra talvez olhar às vezes, quando eu estiver marcada em alguma foto de amigos em comum. Você vai me ver e ficar feliz por eu estar bem. Possivelmente melhor do que estive com você. 

E eu vou ver que você mudou os planos e eu realmente estava certa, aquela vida não fazia sentido e você precisava mudar. Que bom que tudo deu certo, vou pensar quando me contarem que você vai ser papai de novo, que virou vegetariano, que largou o cigarro. E vai ser sincero, porque o amor é genuíno, eu também amo você, mas nos amamos de longe. A gente se ama bem melhor assim.

Mas não, a gente não vai ser amigo,  porque a nossa auto estima é em dia, só que não é estável. Alguns dias dois beijinhos na face serão mole, se esbarrar no shopping. Mas tem dia que vai ser um abraço meio sem jeito na festa do filho da prima do conhecido e que merda, estragou meu sábado. Então mantenhamos a distância segura, onde eu sei que você não me magoa mais, não se eu não deixar.

Foi ótimo enquanto durou, um dia vou dizer com a tranquilidade com que falo de quem veio antes de você. Sem temer esbarrar porque já não fará a menor diferença. É só uma questão de tempo - e daquele amor da minha vida que eu pensei que era você ir embora de vez. Mas o alívio de saber que não era, e por isso nos deixamos, já tá aqui. Pelo menos, né? Então me ajuda e deixa o visualizado e não respondido quieto. Um dia, já não vai importar mais. 

Nina Lessa (novembro/2015)