segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Votos honestos

São milhões os amigos. Namorados, namoradas, família, mãe e pai. Colega de faculdade, primo, vizinho, a porra que for. Tu conhece gente pra cacete, na vida e no Orkut. Ok, todo mundo. Tudo muito lindo, tudo muito feliz. Agora me conta quem é que enfrenta as noites sem dormir, a insônia maldita pelos pensamentos que brotam e não calam, ainda mais na madrugada? Você, né? Você, sozinho. Quem é que agüenta aquela dor aguda no peito quando seu amigo querido te apunhala pelas costas? Só você, mais ninguém. Termina seu namoro e espere pela ajuda e alguém. O máximo serão conselhos, os ouvidos pra você desabafar, o colo pra você chorar tudo que tem direito. Mas no fundo, bem onde a ferida dói, é só você que vai sentir, e ninguém, além de você, pode conseguir parar.

Que as feridas continuem vindo na sua vida, afinal a maturidade dos anos está nisso mesmo, em sofrer, mas meu desejo é que você, SOZINHO, saiba curar suas próprias feridas. Que não faltem mãos pra te ajudar, pra você jamais se sentir sozinho na peleja (por mais que a verdade seja sempre essa - você e você mesmo), mas que você não precise muito delas, e sozinho vença seus objetivos.

Força; pra você, e pra mim.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Menor saudade

Um ano? Talvez mais. É, acho que demorei um ano e alguns trocados pra deixar de sentir saudade. Comecei querendo que a falta fosse faltar num lugar tão distante que nem sinal de fumaça percebesse quando a eu quisesse de volta - porque a gente sempre sabe que, no dia de a falta faltar, acabaremos sentindo falta da falta que essa falta fazia, se é que me entende e não enrolei demais pra escrever um parágrafo grande... Foi um ano, talvez mais. Um ano num saudade descabida, que parecia vir arrastando atrás de mim pelo meio da rua aquele bocado de falta que parecia que não ia acabar nunca. A falta sempre parece que não vai aabar nunca. Mas um dia, a gente levanta uma sobrancelha só e se dá conta - não falta mais.

Tem gente que curte essa falta de falta, até porque o alívio que dá poder tomar sorvete de pistache sem lembrar daquele desgraçada que te fez mudar de sabor preferido depois de 22 anos gostando de morango, não tem tamanho. Você ri sozinho, sente um vazio tão grande que preenche, e parece que vem arrastando também atrás de você pelas ruas as asas de borboleta, livre daquele casulo infernal em que você mesmo, muitas vezes, se prendeu com medo de jogar tanta coisa fora, tanto momento bom, e foi quando começou a ver o tanto de coisa ruim que também tinha ali, já era too late, my friend, e aí quem consegue sair dali?

Mas as asinhas ficaram de fora e parecia que você podia voar a qualquer momento... Quando bate um peso: como é que eu posso, com tanta facilidade, jogar fora tanta história, tanto momento, meu Deus? Que absurdo! Que absurdo? Como assim, meu bem, você que só não comeu o pão que o diabo amassou porque compra o mesmo pão na mesma padaria há séculos, mas sofreu bocados?! Esqueceu do casulo, do choro chorado, do choro escondido, do choro sufocado?! Do drama, da dor sem fim que um dia teve final? Dê-se o direito de não sentir falta de nada, e sim saudade somente do que foi bom e ponto final.

Guarde as fotos no fundo da gaveta, junto com as cartas legais. As que você escreveu mas não mandou? Só guarda se você quiser publicar mais tarde e ficar rico, senão pra quê? As coisas que nos causaram dor um dia, sempre estarão dentro de nós, num canto qualquer, prontas pra voltarem quando sofrermos de novo. Não deixe elas, também, perto de você dentro de casa. Poupe-se. Não é o fim do mundo conseguir virar a página de verdade, sem ter resquício do que passou. Saber deixar pra trás deveria ser algo bom porque é. Olhar pra trás? Só pra dar tchauzinho - e seguir em frente pra ser mais forte.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Só se você souber

Como diz a minha avó, hoje eu vou falar sobre 'essas modernidades de ficar com as pessoas sem compromisso'. Por quê? Porque ainda me impressiona como esta 'modernidade' já tá é velha e, ainda assim, o número de pessoas que, vez ou outra, não sabe bem como lidar com isso é enorme... As pessoas ainda não sabem gostar sem exclusividade por muito tempo. O que rola é um prazo de validade pras relações abertas, principalmente quando rola sentimento de alguma das partes, e o problema é que ninguém nunca tem certeza quando esse prazo acaba.

Ficar com alguém uma vez não acarreta problema algum, principalmente numa night (ou balada, se você for de São Paulo). Viu o carinha com outra enquanto você foi ao banheiro? Paciência, meu bem. Você nem lembra quantos anos ele tem, se é que o nome é algo que está na ponta língua. Mas rolou um segundo encontro, o cineminha, virou 'ficante', ou 'peguete'.

Pros leigos, 'peguete' é quando vocês ficam quando se encontram, sem sentimento e sem problemas se um dos dois estiver com outra pessoa vez ou outra. Já o 'ficante' é quando um pedido de namoro não deve ser tão surpresa assim se chegar.

Aí, depois do cinema, as coisas podem mudar. É quando, geralmente a mulher, não sabe mais se o cara é peguete ou ficante. Digo geralmente porque homens também passam por isso, mesmo que menos vezes, e mesmo que nunca digam... A dúvida do 'título' do parceiro é só o começo. Problema mesmo é quando rola um sentimento de alguma das partes. Aí que a coisa pega, e que a relação muda de figura. Como amante da verdade, eu gosto quando as coisas são deixadas às claras, e os dois sabem o que representam pro outro.

Mas (e coloca mas nisso), a maioria prefere um 'deixa rolar'. Não se estressar é a melhor opção? Não tenha dúvidas. Mas quando você se encontra apaixonado por alguém sem ter a menor ideia do que rola com o coraçãozinho alheio, meu amigo, o estresse já chegou e lhe acompanha. Pra dar fim a esse estresse? Saber o que esperar. Rola namoro um dia? Não se sabe? Ficarei sofrendo eternamente? A escolha é sua, mas é preciso que você conheça suas escolhas...

Sexo sem compromisso? Peguetes e amigos? Ficantes sem cobranças? Amigos coloridos que se pegam nas horas vagas? Problema nenhum. Mas que é preciso deixar claro o tipo de relação que existe, isso é. Deixar por conta dos sinais é um passo, eles ajudam as pessoas a se situarem, mas na dúvida, conversa. Ninguém encosta ninguém na parede, nem ignora que possa haver sentimento. Porque deixar o outro de stand-by (traduzindo: nem termina nem assume compromisso, só liga quando precisa...) é ótimo, só lembrando que o stand-by uma hora desliga – sozinho.