terça-feira, 20 de outubro de 2009

Divagando na madrugada

A gente só quer que as coisas voltem a ser como eram antes. Nem que seja só um dia, só uma viagem, só aquele ano que foi tão bom, e se você soubesse disso teria vivido com mais vontade, teria tirado mais fotos, teria dado mais beijos, não recusaria carinho nenhum, com certeza.

Que voltem só um pouquinho pra se visitarem mais, pra estudar mais, fazer mais ou menos hora extra - se ao menos você soubesse que passaria voando e sentiria falta daquele cheiro de carpete sujo numa madrugada de segunda-feira, tendo que acordar cedo porque terça é o pior dia da semana, depois de quinta.

E por mais que você ache ter aproveitado cada segundo, ter registrado os momentos realmente importantes; por mais que você saiba que fez seu máximo, deu seu máximo, pelo menos naquela época - mesmo assim você voltaria, nem que fosse só um pouquinho, nem que fosse pra não mudar absolutamente nada, só viver de novo.

Logo você, que nunca suportou esses clichês ridículos de música brega; logo você que sempre acreditou em cada pieguice que existe e sempre achou que estava levando a vida do jeito que achava ser o certo. No final das contas, ou pelo menos dessas contas, você vê que tem décadas vividas e, ainda assim, continua aprendendo.

Você sabe, lógico que você sabe que momentos como esses, de tristeza-saudade são comuns e passam, sempre passam, mas hoje você quer se permitir senti-los e só. Você quer se deixar sentir a palavra brasileira de sentimento universal: hoje você não dorme porque sente saudades.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ainda falta alguma coisa...

Hoje, na praia, minha amiga me contou:

- Minha amiga me ligou hoje MEGA feliz porque o peguete dela terminou com a namorada e pediu ela em namoro. Que lindo, apaixonados! Né?

- Não!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A resposta eu pensei, mas não disse. Bom, a amiga não é minha, então quem sou eu pra falar o que penso sobre isso, mas oi? Não tem nada de lindo você manter uma relação com um cara que namora. Não passa pela cabeça da 'amante' que a situação é confortável pra ele, e por isso ele a mantém? Ela não acha que é falta de coragem dele, não contar a verdade pra namorada, e terminar o namoro, se for o caso? Sim, ele terminou, mas depois de JÁ estar em outra relação. Fácil, né, meu garoto? Menina, tô revoltada!

Eu SEI que ninguém em sã consciência termina um namoro estável pra ficar com outra pessoa que não/mal conhece, e mesmo que conheça, namorar é sempre um passo diferente. Também sei que a maioria das pessoas prefere experimentar antes de trocar o certo pelo duvidoso, apesar de achar a coisa mais errada do mundo, seja lá que escolha vá ser feita no final das contas. Quer ver? Presta atenção...

O cara namora há 1, 2, 3 meses/anos e se apaixona por outra garota. Meu bem, se você se apaixonou por outra, creia, seu namoro está uma merda. E mesmo que seja só físico (leia-se: não tem motivo de término), é bem triste namorar uma pessoa que te deixe sempre faltando alguma coisa... Se você vai terminar com uma pra ficar com a outra, corre o risco dessa outra desconfiar de você pro resto da vida: se tu ficou com ela namorando outra, por que não faria de novo? Amor acaba, chuchu. Quase sempre.

Ah, mas você desistiu e ficou com sua namorada de sempre mesmo. Viu que a ama, conhece bem a figura e é feliz assim. É? Jura? Pena de você, que se contenta com pouco. A não ser que o cara (quando eu digo cara, coloquem-se também aqui, meninas) seja ainda novo, ou imaturo, e esteja num momento de descobertas - o que é normal, saudável e uma das fases mais importantes da vida de uma pessoa; tenho pena de quem a pula, porque acaba vivendo isso mais tarde, e aí sim é triste. Mas, estando maduro, você namora e se apaixona, ou gosta de estar com outras mulheres? Alguma coisa ainda falta.

Perco as contas na lista de quantas pessoas conheço que estão casadas, ou vão se casar com pessoas que não são os melhores que já tiveram na vida. Isso me dá um medo terrível (vide post anterior a este), e desesperança total no mundo. Cadê aquela certeza de que existe nossa outra metade por aí? Morreu junto com o boom dos divórcios de relacionamentos pouco ou nada duradouros? Mas ainda me resta aquele sentimento bonito e utópico de que 'comigo vai ser diferente' - mesmo que algumas vezes eu me pegue não fazendo nada do que escrevi até aqui...


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Casamento? Não, obrigada.

Acho que sempre tive ideias avançadinhas demais quanto a algumas coisas, e o casamento é uma delas. Talvez por ter pais separados desde que me entendo por gente e viver cercada por relacionamentos nada estáveis foi que cresci achando que uma relação a dois é muito mais complicada e complexa do que a gente imagina. Ainda mais depois que eu mesma comecei a fazer parte dessa coisa chamada namoro. Só não cheguei a quase desistir porque brasileiro não nega suas raízes.

Fui uma adolescente que nunca duvidou do trabalho que dá ter um namorado e, gente, como me cansava ter que fazer o namoro dar certo! Era-me muito chata, aquela coisa de polir cumprimentos com os amigos de infância, perceber que com homem que dá em cima da gente não se pode conversar muito, mesmo que, coitado, o cara seja inofensivo, vai dar problema. Foi por essas e outras que passei todos os anos de colégio tendo namoros que duram menos do que os rolos de hoje em dia.

Mas um dia a gente cede e namora, não tem jeito. Faz todos aqueles esforços que cansavam só de ver a amiga que tinha namoros longos se dar todo aquele trabalho, até que um dia o namoro acaba. Mais do que normal aquela sensação de 'mas que cacete, foi tudo em vão'. Ainda bem que passa logo (para uns, pelo menos), e a sensação de que pelo menos a gente aprendeu a ser paciente, tolerante etc e tal vem em seguida. Achamos estar bala na agulha pro próximo pretendente a namorado - 'vai ser mole'.

Só que mole ficam problemas velhos: quanto mais a idade passa, meu bem, mais problemas novos dão as caras, e é mais coisa que a gente só aprende quando enfrenta. E é mais bagagem pra usar com o próximo príncipe (que, desde o segundo amor, deixou de ser encantado), porque, claro, é mais um namoro que se vai, chegando cada vez mais perto do casamento. É normal essa palavra assustar quando chegamos perto dela, ou isso é coisa que o século XI fez com as novas gerações?

Morro de medo de casar. Os motivos talvez sejam pessoais e nem todos que aqui leem podem se identificar, mas olha, como eu amo a minha individualidade! Ver os meus programas preferidos na hora que eu quero, não ter que falar nada certas horas, não ter que comer nessa ou naquela hora, acordar mais cedo ou mais tarde por causa do par de pés do meu lado - e isso são os problemas (se é que podemos chamar isso de problemas) mais irrelevantes. Medo eterno dos verdadeiros caos que vem junto com o 'sim'.

Talvez (e com isso eu garanto um com certeza) seja cedo demais pra pensar nisso, mas mulher é assim, ainda mais em TPM, mas concorda que é meio louco, uma mulher de 23 anos, namorando, ter medo da ideia de casamento? Isso não era coisa de homem, meu Deus, ou já faz alguns anos que juntar as escovas de dente dá medo até em menina de 15 anos? Sei lá. Só sei que tenho medo, e isso ninguém me tira - ou me tira, por favor???

Vi o trailer
de um filme em que os noivos iam morar juntos antes de se casarem, por ideia pro próprio padre, para que tenham certeza se é isso mesmo que eles querem da vida. Achei sensacional, apesar se não ter visto o filme. Talvez funcione. Dizem que viajar por pelo menos duas semanas com o candidato a marido também é uma grande sacada - ninguém consegue fingir perfeição por tanto tempo. Pode ser também; vou tentar de tudo, porque se nada der certo, não viro hippie nem a pau...


PS: o filme, pra quem quer ver, se chama "Licença pra casar", e é com a Mandy Moore e o Robin Williams.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dedo-podre

Segundo blog aleatório, mas uma das primeiras fontes quando se digita 'dedo-podre' no Google, "o possuidor do dedo-podre é aquela pessoa que só consegue se envolver com as pessoas erradas." É isso aí.

Passei alguns anos da minha vida achando que tinha dedo-podre. Que outra explicação pra tantas escolhas a princípio perfeitas e, com o passar dos meses, verdadeiras criaruras desconhecidas e medonhas surgirem no lugar das minhas almas gêmeas? Eu tinha, definitivamente, o dedo mais podre dos dedos do universo. Eu não sabia escolher.

Como escolher então, meu Deus? Ou como parar de culpar terceiros... Que que meu dedo tem a ver com isso? A culap não é bem dele se nem eu sei o que quero pra mim. Amar é lindo, paixão é divino e ter uma relação qualquer num dia de frio ou num show romântico são coisas impagáveis, mas sejamos realistas e saibamos que amor não é tudo. Como?

Fazendo uma listinha. É. Parece a coisa mais idiota do mundo, ninguém namora ou deixa de namorar com listinhas, mas olha, meus caros, uma listinha pode ser de grande ajuda. Listinha do que se quer? Talvez. Mas eu fiquei com a listinha negra - o que eu NÃO quero na minha próxima metade da laranja.

Claro que cada listinha cabe ao dono dela, mas na minha tinha um quesito básico: nunca mais abandonar os meus amigos, afinal, eram eles que estavam lá, de mãos dadas comigo, quando a bomba estourou. Tá na lista, e dali ela não sairia. A outra-outra metade a minha laranja apareceu, e aos poucos eu fui quaaase deixando esse quesito de lado. Culpa minha. Vamos à listinha 2.

Coisas em que me policiar, para não deixar que nada desande. Li essa semana que relacionamento deve ser mantido como um emprego, em que o chefe é a paz, que não pode ser abalada. Achei que fazia sentido. Como as regras que existem no trabalho - e que a gente cumpre na boa - fiz as minhas listinhas. E pelo menos uma vez por semana é dia dos amigos.