terça-feira, 13 de julho de 2010

Em paz com o passado

Fazer as pazes com o passado é algo bem difícil, e acho que a maior dificuldade que a gente encontra é a quantidade de pessoas que guarda alguma mágoa de um tempo que passou e nunca mais vai voltar. Como existe gente rancorosa! Já parou pra ouvir as conversas de salão, de banco, de elevador? Tem sempre alguém que não esqueceu, que ainda ama, que quer voltar. Quando isso faz um, até dois anos, no máximo, acho até válido. Mas cinco, dez, vinte anos? Olha, numa boa, isso pra mim já prescreveu.

Cada um com a sua história, vida e circustâncias. 'Quem essa pirralha de 24 anos acha que é para saber da minha dor?' Não sou ninguém, minha senhora. Mas vendo de fora, às vezes é um pouco mais fácil perceber que essa revolta toda, essa ligação com o passado não passa de um medo terrível de perdoar as pessoas e situações e seguir em frente. Porque depois de alguns 30 ou 40 anos vividos, começar tudo de novo pode dar um pavor danado. Em mim, que vivi metade disso, dá.

A gente tem medo de cometer o mesmos erros, tropeçar nas mesmas pedras e viver as mesmas dores no segundo amor, quando o primeiro acaba, ou é acabado - no final das contas, a gente vê que esses detalhes são o que menos importa. Mas tem gente que fica preso a tão pequenas coisas, que deixa a vida passar bem do lado, só assiste, e esquece de viver. De sofrer, magoar alguém, fazer besteira - tem gente que esquece que isso faz parte. E pára.

O coração fica calejado, as marcas do tempo ficam ainda mais perceptíveis nos rostos de quem sofreu na vida. Mas quem não sofreu? Quem nunca passou por uma perda? A maneira como se lida com isso é que faz a diferença. Conheço mulheres de 50 e de 20 anos que perderam grandes amores que foram para o lado de lá da matéria, da terra, da dimensão (depende da sua religião), e uma pegou força disso, enquanto a outra se faz de vítima até hoje.

A escolha é toda nossa, perdoar ou não, admitir que erramos e passar por cima disso ou viver num fracasso que já passou, por mais errado que tenha sido. Fazer as pazes com o passado é aceitar, porque o que mais a gente pode fazer, se não aprender com tantas coisas e procurar reconhecer as pedras, pra não tropeçar nelas novamente? Que tropeçamos em outras, e com todas, finalizamos um castelo - por que não?

;)

2 comentários:

Anônimo disse...

muitobom!!!!

Anônimo disse...

É... vc deve ter razão.

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