quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fugir

Sim, eu fugi. Vim correndo pra longe de você. Se pudesse, provavelmente correria pra um lugar ainda mais longe, ainda mais difícil de me encontrar, mas fiz o que deu. Não quero mais bater com a cabeça na parede tentando uma coisa que já foi tentada vezes demais pra conseguir funcionar. Acho que as peças foram sendo quebradas, de tantas vezes que tentamos, em vão, fazer com que elas se encaixassem. Só Deus sabe como me dói conseguir admitir isso, e é por doer tanto e eu cansar de ficar escondendo isso que eu fiz as malas e vim; que eu fiz as malas e fugi.

É claro que fugir não adianta completamente, eu sei disso. Sei que a saudade vinha junto e não me incomodei em trazer na mala, nem ela nem a dor. Sei que nenhuma das duas vai me deixar tão cedo, mas já tinha aprendido que a distância física, mesmo sendo um alívio rápido somente por um tempo, costuma ajudar. Aqui, vou ganhar alguns dias - quem sabe alguns meses - pra conseguir pensar em qualquer outra coisa que não sejam problemas. Eu fugi deles; fugi de aborrecimento, de brigas, de discussões e mágoas. E com isso, eu fugi do meu amor por você. Esse, eu preferi deixar em casa.

Fugi pra limpar minha cabeça e rezo pra que o coração acompanhe o ritmo. Fico na torcida pro estômago não ter borboletas quando chega alguma mensagem e eu penso que é você. Respiro fundo quando a vontade de entrar em contato me domina, no décimo nono gole de cerveja. Me sinto uma vitoriosa quando vejo que já se passaram quase duas semanas e eu consegui não entrar em contato, não ficar esperando - ao menos na maior parte do tempo. Sei que os passos são muitos e ainda vai demorar pro dia de olhar pra trás e dar risada finalmente chegar, e foi por isso que eu fugi.

Que seja essa a alternativa menos corajosa. Pode ser. Não penso nisso porque só eu sei a dor que me consome, os dias que passam arrastados e as vontades que corroem mas não passam de jeito nenhum. Chamem-me de frouxa, de covarde e gente que não sabe vencer nessa vida. Vocês têm toda razão: eu não sei brincar, quando se trata de amor. Isso eu ainda não aprendi, nesses poucos 25 anos que me deram pra viver. Ainda tenho tempo, talvez na próxima tentativa as coisas sejam diferentes. Mas não me julgue, porque aposto que, se pudesse, você fugiria também.

2 comentários:

Eduardo Pontes disse...

Fugir não é sinal de covardia! Não nesse caso! É ser sábia e ter amor próprio! Pensar em si, se cuidar, cicatrizar o que machucou e esquecer o que merece ser esquecido!
Fugir não é ser covarde... fugir é sinal de coragem!
Coragem pra ir contra o coração, utilizar a cabeça! Sou teu fã! Beijão

Victor Almeida disse...

Fugir não é ser covarde, mas é demostrar uma força de uma forma diferente a sua coragem.

Beijo =D

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