quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

2017/2018

Eu morro de vontade de sabotar minha promessa. Fingir que não vai me fazer mal responder a sua mensagem que eu consegui até hoje não visualizar. Fingir que você não tem alguém, tentar te tirar de onde você me tira sem nem saber.
Eu morro de vontade; quantas vezes não digitei sem mandar?! Já nem sei mais. É musica, é série, é qualquer coisa porque a gente era tudo, né? A gente falava sobre todas as coisas, então não tem como não morrer de vontade sobre todas as coisas.
Eu morro de vontade de usar a minha saudade e fingir que a gente vai dar certo. Fingir que vou abrir mão do que não tem espaço se a gente ficar junto. Eu digo pra mim mesma que tem sim, e que não é a vodka falando. Até que eu fiquei sóbria.
E aí eu morro de vontade, mas sei que é fingimento, que tem promessa e que ela existe porque eu me poupei. Eu pedi pros céus me ajudarem a não me fazer sofrer mais. Eu pedi amor próprio, auto estima e força de vontade.
E no final do período você me ligou. Será que você sabia da promessa? Pareceu. E eu atendi. Não tinha mais seu número e a memória do telefone não me avisou que era você. Ela sempre avisa, mas naquele dia, não.
Então foi a minha vez de dizer “não”. Cada poro do meu corpo implorava pra que eu dissesse sim. Pra que eu largasse tudo e mentisse pra mim mesma que no dia seguinte estaria tudo bem, quando cada um voltasse pra sua vida, sem o outro.
Meus poros precisavam entender que você já não é mais meu porto porque você não quer, e que eu já não sou mais o seu porque você não me vê mais assim. A autoestima me dá forças que os resquícios de amor e saudade se recusam a entender.
Eu não sei por mais quanto tempo, mas ainda não curou. Neguei até onde pude que estava tudo bem, mas a verdade é que não está e olha: não tem problema. Me abracei e falei pra mim mesma que ia dar tudo certo.
Porque sempre vai. Mas até lá, sou eu ou você. E se em uma coisa que você me ensinou, é que nós mesmos estamos sempre na frente, mesmo de quem amamos. Aprendizado completo: dessa vez eu escolho eu. E sou eu daqui pra frente.
Nina Lessa
2017/2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário