terça-feira, 20 de outubro de 2009

Divagando na madrugada

A gente só quer que as coisas voltem a ser como eram antes. Nem que seja só um dia, só uma viagem, só aquele ano que foi tão bom, e se você soubesse disso teria vivido com mais vontade, teria tirado mais fotos, teria dado mais beijos, não recusaria carinho nenhum, com certeza.

Que voltem só um pouquinho pra se visitarem mais, pra estudar mais, fazer mais ou menos hora extra - se ao menos você soubesse que passaria voando e sentiria falta daquele cheiro de carpete sujo numa madrugada de segunda-feira, tendo que acordar cedo porque terça é o pior dia da semana, depois de quinta.

E por mais que você ache ter aproveitado cada segundo, ter registrado os momentos realmente importantes; por mais que você saiba que fez seu máximo, deu seu máximo, pelo menos naquela época - mesmo assim você voltaria, nem que fosse só um pouquinho, nem que fosse pra não mudar absolutamente nada, só viver de novo.

Logo você, que nunca suportou esses clichês ridículos de música brega; logo você que sempre acreditou em cada pieguice que existe e sempre achou que estava levando a vida do jeito que achava ser o certo. No final das contas, ou pelo menos dessas contas, você vê que tem décadas vividas e, ainda assim, continua aprendendo.

Você sabe, lógico que você sabe que momentos como esses, de tristeza-saudade são comuns e passam, sempre passam, mas hoje você quer se permitir senti-los e só. Você quer se deixar sentir a palavra brasileira de sentimento universal: hoje você não dorme porque sente saudades.


3 comentários:

Anônimo disse...

"mesmo assim você voltaria, nem que fosse só um pouquinho, nem que fosse pra não mudar absolutamente nada, só viver de novo."

Pois é ne?

Lindo.

Laís

Anônimo disse...

saudade é a pior dor que existe, e a mais gostosa prova que algo (e/ou alguém) valeu a pena...


Luciana.

Eduardo Pontes disse...

você escreve absurdamente bem!!!
Todos temos vontade de voltar e viver uma situação, momento, sentimento...
Sentimos falta do que passou. Algumas vezes chegamos a conclusão que foi melhor assim ou que demos o melhor de nós, mas só algumas vezes...
Na grande maioria delas, vemos que detalhes faltaram, podia ser diferente, que eu poderia ter sido mais gentil, sincero ou vivido mais intensamente.
Daí resta a saudade e a certeza de que podemos não ter feito o melhor em algumas ocasiões, nos dedicado mais a uns/algo, menos a outros, mas com certeza aprendemos muito em cada um dos momentos!

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