terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quando você não percebe que acabou

Ou quando nunca foi aquilo tudo que você projetava...

Já viu o filme "500 Dias com Ela"? Estreou em grande
circuito nos cinemas do país acho que na semana passada, e eu fui ver. Deve ter sido o vigésimo ou
triségimo filme que eu vi esse ano, e posso dizer com todas as letras: este esta entre os cinco melhores COM CERTEZA. Talvez entre os três... Independente de trilha sonora, direção, trabalho dos atores, direção etc (que merecem todos meus sinceros parabéns pelo excelente trabalho, diga-se de passagem), foi a história simples, comum e complicada que o filme mostra, conta e nos joga na cara aquela situação certamente já vivemos um dia numa relação e tentamos todos os dias esconder embaixo dos tapetes, e até de nós mesmos pra não lembrar como foi ruim.


O filme mostra um casal que viveu uma relação. De amor? De paixão? De amizade, de pena, de carinho? Uma aventura, talvez? Vá ver o filme e tire suas
próprias conclusões. Mas essa não é a questão. A grande sacada do roteiro não é o que eles viveram, é justamente o contrário: o que não viveram. Ou pelo menos o que um deles não viveu. Porque num mundo de relacionamentos abertos como o que vivemos, não existe quem não tenha se apaixonado enquanto o outro, não. Simplesmente não.

A revolta do personagem dessa história (que logo no começo do filme já nos é avisado que não, não se trata de uma história de amor) é contada de maneira fiel ao que passamos na vida real, quando de vinte a trinta anos, como o casal tinha. A revolta, a mudança na aparência, o sofrimento visto de longe, pelo olhar ou andar de quem sofre. Não tem como não se identificar com aquele que sente a dor: onde eu estava que não vi que ele não gostava (mais) de mim?

Por outro lado, lembrar de uma ocasião oposta, em que você curtiu um momento e só isso, enquanto o outro lado da relação já chamava o seu 'momento' de 'relação'... E bom, você não estava na mesma sintonia. Como explicar, meu Deus, que a paixão não chegou pra você? Que ela se iludiu, acreditou em palavras que não foram ditas, deixou de ler sinais no mínimo óbvios. E você? Você, meu caro, passou de vilão da história, só porque não se apaixonou.

Se estiver sofrendo sem ainda ter aceitado a perda pela qual está passando, meu bem, economize seu dinheiro, sua cabecinha e coração partido. Conselho de quem sofreu há tempos e, ainda assim, sentiu uma dorzinha na cena em que ele questiona a falta de amor dela, e a resposta ouvida destrói o mais feliz dos corações apaixonados - por outro alguém que não o da dor sofrida, que fique claro.


São diálogos simples e impressionantemente geniais. Acho que nunca gostei tanto de algo que me fizesse questionar uma série de coisas, e me mostrasse que certas respostas simplesmente não existem, e eu nunca vou saber onde foi que eu perdi os sinais que jamais pensei sequer existirem. Depois de '500 Dias com Ela", começo a ter minhas dúvidas...


Assista, e se questione também. Pensar não faz mal, mesmo que a princípio pareça que não faz nem um pouco bem...


3 comentários:

Anônimo disse...

Niina, texto lindo.. pra variar.
Fiquei curiosa pra ver o filme.
bjo

Laís

Anônimo disse...

vc nao posta mais suas poesias? :)

Eduardo Pontes disse...

textos sempre bem escritos!!!
parabéns! bjão

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