terça-feira, 15 de março de 2011

Me deixa!

Hoje acordei numa revolta que está me deixando insana de ódio. Talvez eu esteja querendo alívio rápido, mesmo que ilusório, pro meu sofrimento, sei lá. O fato é que eu DETESTO quando as pessoas desdenham do meu sofrimento. Odeio mesmo, nem tem como escrever a ponto de explicar bem essa minha vontade imensa de gritar "Não, eu não sou tão forte quanto pareço. Quer dizer, eu sou, mas não hoje, não agora. Posso sofrer?".

A impressão que eu tenho é que preciso pedir licença pra poder sofrer em paz. Ô frase contraditória - quem é que consegue ter paz no sofrimento? -, mas sigamos. A vontade de chorar chega nas horas menos apropriadas (sim, existe hora boa pra chorar, e nada melhor do que estar sozinho, no nosso quarto, debaixo das cobertas ou só na cama, beijando o travesseiro), e haja arte de sufocar dor.

Tenho talento nisso. Quem não me conhece incrivelmente bem, nem percebe quando estou morrendo por dentro. Quem conhece, percebe pelo 'alô', e nessas horas eu não consigo me segurar: preciso desligar o telefone e chorar sozinha. É, eu tenho vergonha de estar sofrendo pelo banal amor (ou pela falta dele, que seja), quando sei haver problemas incrivelmente maiores que isso, mas fui pega de surpresa e admito que sofro.

Não quero ouvir palavras de conforto. Quer dizer, eu quero, mas não agora. Elas não vão adiantar nesse momento; guardem para mais pra frente, quando eu conseguir abrir um dos olhos e enxergar a luz no fim de túnel. Agora, eu quero sofrer; me deixem sofrer. Deixem que eu fale, que desabafe, que vá me entendendo. Se puderem me ajudar a me entender, aí sim agradeço qualquer tipo de colaboração.

Na hora em que eu quiser rir, sei em que portas bater. Mas por enquanto, não quero circos. Já estou me sentindo suficientemente palhaça, mesmo sem o nariz vermelho.

2 comentários:

Anônimo disse...

solteira?

Babi disse...

sinceridade, verdade, puríssima, ninguém sabe o que sentimos quando somente nós sentimos a dor...

Postar um comentário