segunda-feira, 28 de março de 2011

Aviso de mãe

A gente nasce ouvindo que aviso de mãe é praga, e o passar dos anos vai nos comprovando que isso é verdade. Ela avisa, na infância, quando vamos cair do balanço, do muro, de cima da cadeira pra pegar o biscoito escondido. Ela sabe que vai machucar, mas não adianta evitar o choro, mãe, porque ele sempre vem e é só do seu colo que a gente precisa. Mas ela gosta sempre de deixar bem claro, "eu avisei, mas vem cá que a mamãe dá beijinho pra sarar".

A gente cresce já sabendo que praga de mãe pega, e não pega desprevenido. Passamos bons anos tendo provas vivas disso quando éramos crianças; por que seria diferente na adolescência? A gente sempre acha que não, nossa mãe nunca foi da nossa idade, e mesmo que tenha sido, os tempos eram outros. Depois dos 17, talvez 18 anos, a gente começa a aprender que os erros não mudam com as décadas, e que as dores talvez sejam tão as mesmas que chega a ser engraçado, mas não menos dolorido.

E o colo de mãe está sempre lá, porque ela conhece as dores e as sensações de superação. Ela quis te ensinar a andar, mas conseguiu esperar até que os passos fossem só seus. Ela avisa, mas assiste, com o colo sempre pronto e as palavras (ou o sorriso que diz o mesmo) "eu te avisei" na ponta da língua. E a gente sente raiva, porque não é que ela sabia mesmo? A gente fica triste, mas também muito feliz das nossas mães estarem certas em suas previsões.

Mas será que um dia aprendemos a escuta-las melhor?

Um comentário:

Babi disse...

Aprenderemos no dia em que nos tornarmos mães!

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