segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quando a gente sofre

Pra ler assistindo:



A gente nunca acha que está sofrendo muito, até a dor resolver aflorar arrombando todas as proteções que você achou ter construído tão bem, depois de tanto tempo de sofrimento já sofrido, ou guardado, ou chorado, ou...

Isso pode acontecer com motivo concreto (você ver esse alguém pessoalmente ou online numa rede social), abstrato (alguém falar dele ou dela) ou induzido (um vídeo, uma música ou um local propício a lembranças), numa segunda-feira de tarde, ou num sábado à noite.

Você pode se pegar engolindo choro sozinho na cama, numa tentativa de romantismo com outra pessoa ou no meio da boate, com som alto e música alegre. Pode ser ouvindo uma música no iPod, um vídeo visto sem querer, um texto de um blog qualquer.

A dor, quando chega, por mais discreta que possa parecer, nada mais se assemelha do que a sensação de soco no estômago. Não tem ressaca regada a horas abraçado ao sanitário, Epocler ou chá de boldo que vença: dor de perda e fim de amor é papo pra endoidecer gente sã, né, Renato?

Porque dor de amor não aparece no olhar, nas mãos, na roupa. A gente vai acumulando sofrimentos e com eles, talento pra saber esconder como ninguém, e só quem já sofreu um dia consegue reconhecer os cacos por baixo do rímel, do gel e de toda aquela vodka com Red Bull.

A dor te enche de palavras e insipirações, exatamente da mesma forma que te arranca todas as explicações que você tem na cabeça, que não se comunica com o coração, e assim será por um bom tempo, ou como dizem, até que você se apaixone de novo. Porque quando a gente está sofrendo, esquece que, um dia, passa.

Sofrer vem de uma vez e acaba; sofrer vem à prestação e o carnê nos parece eterno. São parcelas que a gente não sabe quando termina, mas mesmo sabendo que terá fim, teme como se nunca tivesse passado por isso. Porque cada amor é novo, mas cada sofrimento também.

2 comentários:

Manoela Nunes disse...

Eu escrevi um texto sobre decepção, e vou dizer aqui o mesmo que disse lá. Tanto sofrimento, quanto decepção, todo mundo passa uma vez na vida. Infelizmente, a maioria das pessoas, pra aprender precisa passar por poucas e boas antes. Acontece! Mas como você, eu e todos mundo sabe, passa. Ou melhor, acaba. Pelo menos até surgir outro amor, outra decepção.

Srta. Caroline disse...

Oi Nina.
Encontrei seu blog por acaso no "Tudo palhaço" e lendo o que escreve vi tudo o que tenho escrito e sofrido.
A dor do término de um malfadado relacionamento nos consome por inteiro e como vc bem disse, o sofrimento às vezes vem de um vez, mas às vezes em prestações infinitas.
Eu acabo de descobrir que o ex assumiu o namoro com a garota com qm me traia, com direito a declarações de amor estampadas nas redes sociais, de quão felizes são, em detrimento de toda dor que me causou e ainda causa.
Fico indignada comigo, em quão crédula e inútil fui, no quanto amei desesperadamente e sem limites alguém, que não tava pronto pra amar e tampouco receber esse amor.
Hoje, eu tô num desespero tão intenso que já não raciocino mais. Afinal, o que fazer pra esquecer um amor?
Eu já tentei de tudo, tudo mesmo e me sinto no mesmo lugar que estive há 3 meses, qd o desgraçado rompeu comigo.
Eu não sei quando vai terminar, mas já não vejo a hs!

Bjo

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