terça-feira, 25 de setembro de 2012

Depois que a gente ama

Depois que a gente ama pela primeira vez, acho que todo fim de amor é menos doloroso. Ou pelo menos o segundo. Parece que já estamos vacinados contra a dúvida de que não haverá amanhã - a gente já sabe que o tempo passa e que as coisas vão melhorar, é só esperar. A gente já não sofre com tanta intensidade, mesmo que doa, mesmo que frustre, mesmo que se decepcione. Porque a gente acaba criando menos expectativas e fica mais tempo com o pé no chão.

A gente até deixa o coração dar uma viajada, mas mantém a cabeça menos romântica do que quando amou pela primeira vez. A gente não sabe se isso é tão bom assim, perder os sonhos de ser feliz para sempre e aquela inocência de amor novo. Mas a gente tem certeza de que é muito melhor poder sofrer menos, e por menos tempo, por alguém que a gente sabe que foi amor, mas que hoje não é. Porque depois que a gente ama uma vez, entende que vai amar de novo - e de verdade.

Depois que a gente ama pela primeira vez consegue entender que não tem mais ou menos importância ser o primeiro ou o último. Todo amor vai marcar a nossa vida de alguma maneira e a gente demora pra aceitar isso, mas quando aceita, dá um alívio bem grande para quando as coisas acabam e aquela sensação de impotência invadir o peito. A gente percebe que a culpa não foi nossa e não se martiriza mais tanto assim, querendo voltar no tempo, querendo fazer direito, querendo tanto.

A gente pára de correr atrás de amor quando entende que o amor não funciona assim. A gente tenta explicar àqueles que acham que se apaixonam que essas coisas não se escolhe nem planeja: quando você achar que conseguiu essa proeza, significa que está errado - bastante errado. A gente é julgado porque não consegue esquecer como quem acordou e mudou de ideia, porque o amor vai embora do mesmo jeito que chega: tem um ponto de partida, mas é aos poucos. E é aos poucos que esse amor está me deixando em paz.

2 comentários:

Anônimo disse...


você é linda ,mas não sabe nada sobre moda,precisa ser mais sexy

Anônimo disse...

Que texto lindo, Nina!

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