segunda-feira, 31 de maio de 2010

A escolha

Eu sei que tenho que dar um basta. Tá na minha cara que não é amor, nem paixão - é óbvio que o único sentimento meu sobre essa relação é o medo de ficar sozinha. Até ele sabe disso, mas acho que prefere fingir. Apaixonado é assim mesmo, eu também já passei por isso, e no lugar dele nem sei mais se gostaria de ouvir essas coisas. Talvez não. Ninguém engana ninguém, a gente sabe disso. E aí eu vou ficando.

Não termino pelo medo do sofrimento solitário, mas também não dou chance de dar certo. Eu ainda amo outra pessoa, e não lembro mais como é não amar. Tem tanto tempo, meu coração simplesmente não sabe mais o que é estar vazio. Ele sofre, sangra, consegue gostar de forma carinhosa de um ou outro que surge, mas o amor está lá, amando, há uns bons anos. Bom, atualmente os anos são maus.

É uma escolha cruel. Não sou capaz de faze-la - principalmente porque o risco de errar existe, como sempre, e como sempre eu não quero ser a culpada. Chega de erro. Amar já costuma ser um erro em determinado momento da nossa vida, dar um fim no conhecido e apostar no que não faço ideia? Não. Já passei da idade de sair arriscando, de viver desconhecido, de fingir que não tenho medo. Porque eu tenho.

2 comentários:

Just Time disse...

Adoro a forma como você coloca as palavras. Seus textos são suaves e verdadeiros. Ganhou mais uma seguidora.
Bjo.

Pedro disse...

Olá boa noite! Foi bem por acaso que entrei no seu blog e começei a ler. Eu simplismente quero expressar a sensação que eu tive de ler alguns textos que você publicou. Nem sei como dizer, não sei a palavra certa, mas sei que além de você ter uma escrita impecável, simples, elegante e clara eu notei que você tem muita facilidade de escrever sobre seus sentimentos. E por isso, eu acabei compreendendo muita coisa que eu nunca consegui compreender. Eu fiquei muito feliz em apreciar uma leitura tão saudável e esclarecedora. Gostaria que você soubesse que eu estou absurdamente grato a você, pois aprendi muita coisa. Muito obrigado, você nem imagina o bem que me fez! Perdão por não saber seu nome. Continue escrevendo. Um forte abraço. Pedro.

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