Não parcelo nada na vida. É uma política que levo a sério na vida monetária e na pessoal também. Gosto das coisas à vista. A dor é maior, mas passa mais rápido, também. Pagou, pronto. Esqueceu e adeus, viramos a página e voltamos a trabalhar pra que o dinheiro chegue logo e você esqueça o gasto. Esvaziamos o coração pra que coisas novas o preencham, e nem precisa ser amor logo, assim como não precisa ser muito dinheiro. Qualquer distração tá valendo; qualquer cupom de desconto quebra um galho, ao menos por um tempo.
Não divido nada porque cada uma das parcelas te lembra do dia da compra, o que pode ser algo bom, ou não. Na dúvida, prefiro não lembrar, até porque, por melhor que tenha sido, já passou. Que fiquem outras lembranças, outras memórias. Não parcelo compra, sentimento, tempo nem conversas. Já deixei de fazer, dizer, e também pagar uma vez na vida. Pra nunca mais. Errar é humano, faz parte de todo e qualquer crescimento, até pros lados: quem engorda e depois emagrece, sabe como é e faz escolhas.
Escolhi que não engordo mais daquele jeito; escolhi que não vou amar menos e pronto. Decidi que celular novo é pago à vista ou no máximo em duas semanas. Depois ele arranha, mas já paguei, dane-se, é meu. Porque quando você parecela, a impressão é que aquilo é meio seu, meio de mais alguém. É como se aquilo pudesse ser levado a qualquer momento, e você não vai poder fazer nada. Gosto do que é meu, só meu e de mais ninguém. Nem que seja só um computador, ou uma calça jeans.
Gente tem que querer estar com a gente. Senão, a porta tem que ser serventia. Sensação de meio amor é falta completa de amor de verdade.
4 comentários:
Posso resumir de maneira mt prática o que achei desse texto: PERFEITO!!
Irretocável! não tem como não lembrar da Nina Lessa no dia a dia! ótimos textos que refletem coisas que todos passam e que raros são os que tem coragem e capacidade de dizer!
Eu sou fã! Parabéns Ninoca!
E certo. O Texto é Perfeito
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