segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Oscilação

A gente nunca está cem por cento nada nessa vida. E, hoje,  eu aprendi que isso é normal. Claro que temos momentos longos e duradouros de estabilidades: uma boa fase no trabalho, notas altas (ou baixas) nos estudos, momentos mais felizes do que estressantes num relacionamento, mais risadas do que discórdias movidas a motivos irrelevantes - ou o contrário. Mas nada disso acontece o tempo todo. Porque tem dias que você acorda mau humorado,  porque tem coisas que podem te deixar irritado sem aviso prévio, e porque imprevistos estão aí para alterarem nossos planos, não tem muito jeito. E é por isso que a gente oscila.

Acorda animada no dia dos namorados e fica meio triste quando lembra que dia é. Logo, recorda que essa palhaçada é comemoração criada pela publicidade e deixa pra lá. Vê casais na rua e começa a sentir saudades do namorado que tinha há pouco menos de um mês, que saco, que vida ridícula. Então dá risada com o novo grupo de melhores amigos de infância que fez em tão pouco tempo e, bom, o namoro já não vinha bem, a quem estamos querendo enganar. A desanimada chega quando vê uma vitrine, quando o maldito telefone nem pra receber uma mensagem, ou uma ligação. Acha melhor assim e vai tomar uma cerveja que amanhã é segunda e vida que segue.

A grande verdade é que a gente oscila independente. Pode ser uma incrível segunda-feira  de bom humor e piadas, ou uma quarta fantástica, pela qual você não dava nada e de repente só volta pra casa na quinta quase de manhã, com um sorriso divertido quando vê a cara do porteiro se perguntando por que diabos essa menina sai tanto de casa. E oscilação é coisa tão independente que veja só que cretina, chegando sextas de madrugada e sábados cheios de planos. Vêm os imprevistos, os desânimos e as mensagens perdidas, os números discados, os textos que parecem se escreverem sozinhos. A gente suspira e vai tentar se animar vendo um DVD de comédia ou coisa que não faça chorar.

A oscilação é a tpm de todo mundo. Porque não se é feliz cem por cento do tempo, mas o que salva é que também não se é triste esse mesmo tanto. Por pior que seja, por mais  dores que acumule, a gente sempre sabe que vai passar. Porque tudo passa, por mais lindo ou horrendo que seja, e por mais eterno que possa parecer. As feridas sempre vão aparecer, mas antes as velhas vão ter que sarar. Amores se vão, mas outros virão - já não vieram antes, afinal? E esse é o nosso medo, mas em dias como hoje, é esse também o nosso fio de esperança pra não simplesmente desistir. Dizem que vale a pena. Esperemos, então. Que venha o futuro.

3 comentários:

Victor Almeida disse...

Ninoka, você disse tudo ! com essa sensibilidade e sinceridade nas palavras, garanto que muitas pessoas irão se identificar com o texto! está de parabens, Beijo !

Eduardo Pontes disse...

É, academia brasileira de letras vai parecendo cada vez mais próxima!
Uma mulher que tem o dom de expressar através de suas palavras os seus sentimentos e entendimentos que, por fim, são os sentimentos e pensamentos que muitos temos e até então ou não compreendemos ou não temos coragem de aceitar!
A vida é assim, a gente Oscila de vez em qnd, mas a gente repara que são coisas da vida... sorri e segue em frente!
beijão

Bartelega disse...

Ninoca.. De boa o tempo congela quando obtemos perdas.
Há de se inventar um botão para desligar o amor. Mas ainda não houve está tal sabedoria.
E dedico as linhas para lhe dizer.."estamos ai".. E tbm se for ver filmes escolha woody allen. dica. "Tudo pode dar certo"... passei mal de tanto rir com o humor Ny dele...
Bjs prima...

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