sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fingir que tá tudo bem

Não importa quanto tempo tenha durado uma relação. Não importa também de que maneira ela terminou, nem quanto tempo tem que esse fim aconteceu. Não interessa se você deixou de amar aquela pessoa durante o relacionamento, ou se foi ela quem o fez  primeiro; aliás nem importa se nada disso aconteceu e tudo acabou em briga, ou em paz. Não importa. Superar um amor (por menos dor que esse amor tenha trazido) nunca será tarefa fácil. Pode ser que ela se torne mais amena e menos dramática com o tempo (ou com a quantidade de amores que você tenha tido que superar na vida, o que acontecer primeiro), porém jamais será algo normal, corriqueiro.

Concordo com Cazuza, quando ele questiona "pra que fingir, dizer que perdoou, tentar ficar amigos sem rancor". Pois é, pra que? Você pode guardar um carinho eterno pelo seu ex-companheiro, pode até amá-lo pelo simples fato dele ter feito parte da sua vida, ter passado por muita com você e vice-versa, mas amigos? Amigos de verdade, sério? Claro que conheço ex-casais que se dizem felizes e levando a amizade entre eles numa boa, e não desconfio que haja boa intenção nisso, só que eu não entendo. Como esquecer tanta coisa, esconder tanta história em um "oi" despretensioso? Não sei fazer isso, que me desculpem os que tiram isso de letra.

Não estou falando de relação vazias ou sem rotina, sem intimidade ou títulos (sim, aquela coisa antiga e de outra década, chamada 'namoro', lembra?). Sei que a modernidade de 2011 nos traz uma infinidade de relações sem compromisso, sem cobranças, sem regras e que ninguém sabe bem como agir. Falar disso é tão vago e impreciso quanto discutir futebol numa roda de amigos bêbados. Falo de, no mínimo, namoro, quando se tem uma certa rotina, onde se conhece o terreno e não se pisa em ovos. Depois que você tem a intimidade de uma pessoa, voltar atrás me é incompreensível. Aceitável, mas esquisito.

Os passos que são dados para longe da vida com a pessoa quando o relacionamento termina são necessários. Você se afasta, evita os encontros na medida do possível e vai levando os dias até que as coisas voltem a ser como eram, ou começa algo novo, qualquer que seja a solução que você tenha encontrado para seguir sozinho. Um dia, você vai acabar esbarrando, não tem muito jeito. Mas até lá, tudo bem cumprimentar cordialmente, porque aí, de fato, as coisas já vão estar bem, sem que se force barra alguma, sem que o mal-estar seja maior que a educação. Eu só acho que ainda é cedo.

Inspiração direta: http://copodecachaca.blogspot.com/2011/06/fala-com-minha-mao.html

3 comentários:

Babi disse...

Não acho, tenho certeza! rsrsrsrs
Tb admiro,mas confesso que acho bemmm complicada essa relação!!!!

Ingrid Almeida. disse...

Bom, muitoooo bom .. grandes verdades!

Victor Almeida disse...

Ótimo Texto Nina Lessa!
falou tudo e um pouco mais =)

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