quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Namorando Sozinho

Quando estamos namorando, costumamos não nos preocupar muito com a relação dos outros. Bom, ao menos os 'normais de nós' não temos esse costume intenso. Porém, quando saímos de um relacionamento, é quase automático passar a prestar atenção aos casais à nossa volta. Passamos a ver o que faríamos ou não, a nos vermos em certas situações e, por mais que às vezes bata a carência de ter alguém, o alívio de não ter que passar por essa ou aquela circunstância consegue ser ainda maior. Como, por exemplo, as pessoas que namoram sozinhas. Já parou para notar? Faz o teste. O mundo está cheio de pessoas que criam relacionamentos e situações que não existem, a não ser na cabeça delas.


São namoros que não existem; companheirismo inexistente. Todo mundo já passou pela situação horrível que é se apaixonar sem ser correspondido, ou a criação de uma ilusão qualquer, como um sentimento supervalorizado ou um ciúme mal interpretado. Mas levar isso adiante é coisa de quem não vive o mundo real, e não adianta os amigos ou mundo ao redor avisar: a pessoa está tão apaixonada pelo namoro que não existe, que acaba confundindo e acha que está amando o 'namorado' que não vestiu (e nem vai vestir) a carapuça, ou em português claro, não vai mudar o status de relacionamento do Facebook. Ao menos não para namorar com você.


"Tô namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora", profetizou Seu Jorge e está aí uma verdade. Pessoas namoram pessoas sem a ciência de uma das partes. Nesse caso, o maluco é um só, mas quando um namora e o outro sabe, mas não corresponde, é o que? Acredito que tem gente que ilude os outros, mas o que costumo ver com mais frequência são seres que se iludem sozinhos. Eles criam carinho onde não existe, inventam um respeito que ninguém mais vê. Arrumam um sem fim de desculpas para justificar a falta, mentem para saírem de certas situações constrangedoras e não admitem nada disso. Não sou companhia nesse fundo de poço.


Quem nunca se iludiu, não viveu. Ter um amor platônico faz parte da vida amorosa de todo  mero mortal do mundo, e isso pode acontecer em qualquer idade, mas assim como dor-de-cotovelo e depressão de pós-término, é preciso haver um período, porque até lágrima e sofrimento podem ser inventados, acredite. Carência dói, fim de namoro dói, rejeição é uma das coisas mais tristes e dolorosas que podem existir, mas não dá para ficar nisso pra sempre. Namorar sozinho é infundado, e conselho pode até ser que 'se fosse bom, era vendido', mas presta atenção: se os seus amigos tanto falam, pode ser que seja mesmo ridícula essa relação que você criou.

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