segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dieta

Tô cheia desse vazio aqui dentro. É uma fome eterna de algo que não chega, não sacia. Apetite do que há muito tempo eu nem sei sentir.


Não sei mais reconhecer sinais de paixão, ou de interesse qualquer que se destaque na multidão. Penso, mas muito mais pra me distrair de você e me forçar a não ligar, não voltar, não querer mais. Discuto diariamente com minha autoestima e com a razão. Ambos não admitem você, mas e daí se ainda dói?


A fome só aumenta, como uma dieta onde cortei nossos contatos, todos os carboidratos que me deixavam imensa, completamente cheia com você. Troquei meu arroz com feijão que tanto amei pela proteína branca que digere mais rápido - emagreço o inchaço, desentupo as artérias do coração, todas cheias de você.


Parei de beber tantas garrafas de memórias, já não fazia mais efeito porque era de histórias novas que eu precisava. A sobriedade me trouxe muita coisa, quando me levou você. E então resolvi que hoje, eu vou correr. Não sei pra onde nem por que, mas é o que resta antes de desistir: resistir.

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